Capítulo 70

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(Segunda-feira)

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(Segunda-feira)

Entro na cozinha/sala de descanso do nosso departamento e faço dois cafés expressos, depois pego meu lanche que trouxe de casa. Ontem depois de chegar em Bellingham, eu liguei para Bebel, mas não ficamos muito tempo no celular pq já eram quase meia-noite e nos dois precisávamos acordar cedo hoje.

Para mim não foi nenhuma surpresa quando ela contou que tanto Max quanto os outros disseram que ela não tinha culpa. Ela ficou gota feliz pro todos terem aceitado perdoarem ela. Eu acho que o que mais a incomodou foi o fato de tanta gente ter se envolvi nessa história.

Aparentemente está longe de acabar que os pais dois outros quatro alunos, decidiram entrar com um processo. Eu acho que mesmo que demore, eles vão acabar perdendo. Eu soube Safira gravou um vídeo da briga e que esses caras mandavam áudios com vários xingamentos para Max quase diariamente. Eu me pergunto como ele conseguiu aguentar tudo isso é ainda colocar um sorriso no rosto.

Termino de tomar minhas duas doses de café expresso, e jogo o copo de plástico fora, depois pego um dos sanduíches. Como um pedaço e gosto do sabor, mesmo não estando igual ao original. Como tenho 20 minutos de descanso, resolvo mandar um áudio para Isabel.

"oi, amor. Estou fazendo um pausa e lanchando. Via aquele sanduíche que vc gosta, mas não ficou igual ao seu. Sabe, eu te amo e penso muito em vc. Como está sendo seu dia?"

Envio o áudio o volto a colocar o celular no bolso do da calça. Eu passei a andar com meu celular depois de perceber que todo mundo aqui faz isso, principalmente para quando precisam de mim em algum lugar do hospital, é por mensagem que me chamam.

Vasques, Alonso e Cecília, entram na sala assim que eu mordo mais um pedaço do meu sanduíche. Não demora muito e Clark também chega.

Lori: boa tarde.

Cecília/ Alonso: boa tarde.

Eles falam mais os outros apenas fazem um movimento de cabeça amigável.

Não é que exista panelinhas oficiais, mas assim como eu almoço e converso mais com Hayle, Garcia, Amy e Felix, esses quatro estão sempre juntos. Não é como se fôssemos inimigos, mas é que eles tem mais afinidade entre eles, principalmente pq estão sempre indo para baladas juntos, mesmo durante a semana, eu acho bem estranho, mas não fico falando.

Nosso "grupinho" é mais do tipo que ou não sai, ou só sai nos finais de semana, então acabamos tendo mais afinidade, porém vez ou outra, todos juntamos para falar de coisas aleatórias. Eu já percebi que Vasques e Clark, não vão muito com minha cara, ainda não entendi o pq, mas eles também não ficam de picuinha comigo. Já Paula, fica transitando entre os dois grupos, mas eu não confio nela.

O pessoal que chegou começa a falar sobre algum evento na quinta-feira, mas meu celular vibra no bolso e eu fico toda minha atenção na mensagem de Bebel. Dou play e coloco o celular no ouvido para que ninguém mais escute, não demora e logo a voz dela chega aos meus ouvidos, me fazendo sorrir.

"Oi, meu amor. Meu dia foi bem agitado, a secretaria da faculdade estava bem cheia então eu demorei para ser atendida e no final nem consegui o que queria, mas tudo bem, no próximo semestre eu faço o que quero. Quanto ao sanduíche, tem um ingrediente secreto que eu não posso contar nem mesmo para vc. Te amo muito."

Eu não consigo nem ficar chateado pela receita secreta, já que ela disse que me ama.

Vasques: cara, vc está sorrindo que nem um idiota.

Ele fala depois de se sentar à minha frente e eu guardo meu celular e começo desembrulhar o segundo sanduíche.

Lori: minha mulher tem esse efeito em mim.

Alguns deles dão risada e outros sequem comendo. Eu começo a comer meu segundo sanduíche.

Cecília: vc come quantos sanduíches enormes desses por dia?

Eu olho para o sanduíche e não o acho enorme.

Lori: não é bem todos os dias e eu normalmente não conto quantos, mas esse é o quarto de hoje. Comi dois no café da manhã e esses dois.

Cecília: misericórdia. Vc deve gastar uma fortuna de compras de supermercado.

Eu apenas concordo com a cabeça e como mais um pedaço do meu lanche.

Clark: não é como se fizesse diferença no bolso dele.

Ele fala e eu olho para ele, que nem se quer olha em minha direção.

Clark: ouvi dizer que vc nasceu em uma família rica, é verdade?

Agora sim ele me olha e eu mordo meu sanduíche tranquilamente. Eu não vejo problema nenhum em ter nascido em uma família rica, mas talvez ele não goste desse fato, pq o olhar dele para mim não é muito amigável.

Lori: sim.

Só respondo isso pq não acho que tenha mais alguma que eu precise falar.

Clark: então vc entrou aqui por nepotismo?

Um risada me escapa.

Lori: não.

É isso que andam dizendo sobre mim? É uma merda que pensem assim mas também um pouco engraçado. Os outros estão em silêncio, apenas observando a nossa conversa, mas Cecília não parece gostar muito do rumo da conversa, pq faz careta.

Clark: não acredito em vc.

Ele fala erguendo as sobrancelhas.

Lori: eu não me importo com o que vc acredita.

Falo mordendo o último pedaço do sanduíche e mastigando com calma.

Clark: não gostei desse tom.

Meu celular vibra, eu pego e desligo o timer, percebendo que meu intervalo acabou. Junto meus lixos e pego o pote que trouxe, me levantando logo em seguida. Descarto os lixos e caminho pra porta, mas paro e olho para eles.

Lori: bom intervalo para vcs.

Saio, mas acabo escutando uma reclamação de Cecília.

Cecília: é isso que vcs pensam de mim? Que entrei aqui por nepotismo?

Ela parece brava e eu acelero meus passos. Vou até o vestiário e quando meu pote no armário, só depois vou em direção a ilha. Paula está aflita no telefone da ilha, mas quando me vê parece aliviada.

Paula: certo, podem trazer que vamos estar preparados.

Ela desliga e pega o celular.

Lori: o que foi?

Paula: teve um acidente entre dois carros e todos os feridos estão vindo para cá.

Lori: quantos são?

Paula: quatro. Uma mulher de 63 anos, um homem de 34, um homem de 68, uma mulher de 28 anos e uma garota de 5 anos. Não temos informações da gravidade dos ferimentos dos pacientes que estão vindo, mas já se sabe que o acidente fez duas vítimas fatais.

Eu pego meu celular e mando mensagem para Felix, Garcia, Hayle e Amy, avisando que vamos precisar de mais gente aqui. Não demora nem cinco minutos e meu colegas chegam, junto de Sam.

Felix: chefe, já mandei prepara duas salas de cirurgia.

Sam: ótimo. Quero todos se dedicando cem por cento.

Paula: dois minutos? Okay.

Ela fala, novamente, ao telefone e nos entendemos que já tem paciente chegando. Então vamos até a entrada onde as ambulâncias chegam e ficamos esperando.

O primo do meu paiOnde histórias criam vida. Descubra agora