Assisto Isabel se afastando no corredor, e voltando pra festa. A cada passo dela pra longe de mim, eu me sinto ainda mais idiota. Sem coragem nenhuma pra voltar pra festa, eu descido ir até meu carro, que está no estacionamento. No caminho, eu encontro alguns funcionários, mas não faço nada além de de um aceno de cabeça pra ele.
Quando chego ao meu carro, eu entro e abro o pequeno teto solar acima da minha cabeça. Agora, com os vidros escuros fechados, e uma passagem de ar, eu desmorono completamente. Choro feito uma garotinha de cinco anos, choro tanto que chego a soluçar.
Lori: eu sou tão idiota!
Grito e bato no volante com os punhos. Como eu pude dizer aquelas palavras pra Isabel? Burro, burro, burro! Ela nunca vai me perdoar por aquilo. Eu não acho que ela deveria me perdoar, pq se eu ouvisse outra pessoa falar daquele jeito com ela, eu não perdoaria.
Apoio meus braços no volante, depois apoio a cabeça nos braços, e deixo todas minha lágrimas caírem. O olhar de desgosto e decepção dela, ainda estão gravados na minha mente, e a cada três minutos meu cérebro me lembra disso. Isabel está certa certa, não há motivos pra ela me perdoar, e embora o perdão dela é uma das coisas que mais quero, eu não acho que ela deva me conceder.
Meu celular vibra sem parar no meu bolso, mas eu ignoro, pq a última coisa que eu quero é ter que falar com alguém agora. Alguns segundos se passam, o celular para de vibrar e depois volta. Eu pego o aparelho e vejo o nome da Eloísa na tela, mas ao invés de atender, eu resolvo mandar uma mensagem.
"Não se preocupe, ainda estou na festa. Só preciso ficar sozinho agora."
Ainda completo.
"Quando quiser ir embora me avisa."
A resposta dela não demora.
"Onde vc se meteu? Não acha melhor irmos embora?"
Eu mando uma resposta assim que termino de ler.
"Vc estava ansiosa para está festa, pode curtir tranquila, mais tarde vamos embora."
Recebo um "Okay" dela e volto a largar meu celular e derramar minhas lágrimas. Não sei quanto tempo se passa até que sinto meus olhos e minha cabeça latejarem. Eu não tenho mais água pra chorar, mais mesmo assim sigo de cabeça baixa e olhos fechados, revivendo cada momento em que eu fui um merda.
Batidas soam no vidro ao meu lado, eu levanto minha cabeça e encontro Eloísa do outro lado. Ela não consegue me ver por causa dos vidros escuros demais, mas mesmo assim ela faz um movimento com a mão indicando pra que eu abaixe o vidro, e quando eu faço ela me encara em choque, mas também com pena.
Eloísa: vamos embora.
Eu concordo e coloco a chave na ignição.
Eloísa: vc não vai dirigir. Sai logo daí.
Ela se afasta da porta, então eu obedeço, e ela assumi o volante. Eu dou a volta no carro, entro no carona e colo meu cinto de segurança. Eloísa coloca o endereço do apartamento que alugamos, e logo em seguida liga o carro, dirigindo pra longe dali. Ficamos em silêncio, mas após vinte minutos eu resolvo abrir minha boca.
Lori: vc pode dizer.
Eloísa: dizer o que?
Ela pergunta sem nem tirar os olhos da estrada.
Lori: "eu te avisei", vc pode falar.
Na última semana, minha amiga estava insistindo pra que eu desistisse desse plano e só deixa-se as coisas acontecerem naturalmente, mas é claro que eu não dei ouvidos pra ela e agora me encontro nessa poça e arrependimento e amargura.
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O primo do meu pai
RomansaIsabel é a princesinha da família. Primeira filha, primeira neta e primeira bisneta. A única menina Collins, já que dos 9 filhos de Vênus e Jay (casal da história Colegas de quarto) , 8 são meninos. Ela nasceu e cresceu no luxo, e sempre teve tudo...