Capítulo 21

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Anastasia

Estou morrendo. Não há outra maneira de descrever a imensa dor e desconforto em que estou. Eu culpo a academia. Além disso, Jane estava doente nos últimos dias e, claro, agora eu tenho isso. Dores e calafrios passam pelo meu corpo e eu quero rastejar em um buraco.

— Jane, por favor, fique em um só lugar. —  eu imploro quando ela começa a ir em direção ao outro lado da sala. Ela está rastejando, o que torna esta doença cem vezes pior. E ela não dorme tão frequentemente, por isso fico sem tempo para descansar.

Três dias dela acordada a noite toda já é ruim o suficiente. Agora que eu estou completamente degradada, eu pego o que quer que ela tenha... Fantástico. Christian era pra estar em casa hoje depois de outro treinamento. Eu esqueci o quanto eu odiava as missões de treinamento estúpidas. Indo e vindo o tempo todo e, em seguida, eles saem para as missões. Eu costumava implorar a Jack apenas para ir um mês extra porque ai não seria uma semana aqui e uma semana desaparecido. Enlouquecedor era como eu descrevia.

Quando eles se vão, você tem sua rotina. Você sabe o que seu dia vai acarretar. Estas missões de treinamento pequenas estragam o seu ritmo. Mesmo que Christian e eu realmente não temos um ritmo ainda. Nós falamos todas as noites no telefone. Ele está tentando me deixar decidir o ritmo, mas, por agora, estou feliz com a forma como as coisas são. Não há nenhuma definição real. Nós desfrutamos da companhia um do outro, ele me faz rir, ele é atencioso e carinhoso. Acima de tudo, ele é bom para Jane, o que é mais importante do que qualquer coisa para mim.

— Ana? Você está aí? —  Eu escuto uma batida na porta, mas devo estar alucinando agora. Fantástico, a febre ficou tão ruim que eu já ouço vozes.

Eu ouço o bater na porta de novo e os guinchos de Jane. — Está bem, está bem. Shhh. —  Eu imploro a Jane, visto que a minha dor de cabeça agora está enorme e pulsante.

— Anastasia... Eu vou usar a chave reserva se você não abrir. —  a voz de Christian está alertando enquanto eu arrasto o meu corpo para a porta.

Eu a abro e me inclino contra ela. Meus olhos doem do sol brilhante e eu gemo. 

— O que...?—  ele fala enquanto ele olha para mim.

Olhando para baixo em mim mesma eu percebo o porquê ele está mistificado. Estou no meu moletom cinza e laranja de esposa da marinha. Eu ergo minhas mãos para alisar meu cabelo, só para sentir que ele é metade em um rabo de cavalo e metade fora. Bem, não há como voltar atrás agora.

— Se você estiver indo para julgar, pode sair. — Tusso no final da frase e ele entra em casa. — Entre por sua própria conta e risco. Estou morrendo.

Christian ri e fecha a porta. — Você não está morrendo. — Ele entra em cena e beija minha testa. — Eu acho que você precisa tomar mais medicamentos e ir se deitar. Você está queimando. Durma.

O sono parece bom. Sono e drogas.

— Ok... —  Eu paro enquanto eu arrasto meus pés. — Espere! — Eu exclamo e depois tusso. 

— O quê? — pergunta ele, pegando uma das roupas do chão com um lápis.

— Jane. Eu tenho que olhar Jane. —  eu o lembro e começo a andar de volta para o sofá.

Christian agarra meus ombros, rindo.

— Eu cuido dela. 

Bem, isso me acorda.

— O que? —  Meus olhos estão arregalados enquanto eu olho para ele.

Ele dá de ombros e sorri.

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