hange zoe

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Pov s/n

Andava pelas ruas a noite sem medo, sabia do que se escondiam nas sombras, mas como se ter medo de algo que você também é?

As criaturas que eram para ser a minha família me odiavam e me caçavam, eu significava a junção de duas espécies que se odeiam, vampiros e lobisomens nunca poderiam se misturar, isso era um nojo e uma ofensa para essas espécies, principalmente para os vampiros.

A minha existência segundo eles era um erro, a minha existência não fazia sentindo, já que as duas espécies brigam em uma guerra sem fim a séculos.

Mas não sou culpada se a minha mãe se apaixonou por um lobisomem, para falar a verdade a maioria nem sonhava que isso poderia ser real, uma vampira gerar uma criança? Parecia mais uma daquelas histórias inventadas, que parecem absurdas demais para se acreditar, mas é a verdade e sou a prova disso.

Me lembro quando era apenas uma criança e tive que lidar com o peso do mundo nas minhas costas, mataram o meu pai e a minha mãe por serem considerados traidores, então tive que fugir, me esconder, lutar e sobreviver.

E mesmo depois de um século desse acontecimento ainda sou caçada, mas não tenho medo deles, nunca tive e nunca terei.

No meio dessa história toda acabei conhecendo alguém incrível e a arrastando junto comigo, na minha vida conturbada.

Nós conhecemos quando tínhamos apenas dezoito anos, ela era uma vampira tão diferente do resto da sua espécie, estou me referindo ao seu jeito de pensar, de ver o mundo, tão a frente daquela época.

Tudo obviamente começou com uma simples amizade, misturada com uma curiosidade de amplas as partes para descobrir cada vez mais sobre a outra, ela por algum motivo estranho não tinha medo do que eu sou, ela não tinha nojo e muito menos se achava melhor do que eu, o que admito ter me deixado bastante desconfiada no começo, imaginando que era uma armadilha.

Mas com o tempo fui me aprendendo a confiar nela, esse sentimento sendo recíproco da parte dela, em um dia quando disse que ia embora, sumir novamente por ser muito perigoso ficar tanto tempo em um lugar só me surpreende ao ouvir a decisão dela, a mesma iria fugir comigo, deixar tudo para trás para me fazer companhia, para não me deixar sozinha, ela se sentia uma completa estranha na sua própria casa, ela era a ovelha negra da família assim como eu sou.

Ela me disse que se sentia bem comigo, se sentia confortável e segura, mesmo sabendo do perigo que corria na época, mas ela não queria deixar que essa sensação se acabasse, ela não podia deixar a única pessoa que a entendia fosse embora sem ela.

Fazem um pouco mais de oitenta anos desde do nosso primeiro encontro, que me lembro como se fosse hoje, eu na defensiva e ela eufórica.

Tive o prazer de estar em cada etapa da vida dela como ela esteve na minha, e imagino que será assim para a eternidade.

Por estar em cada etapa da vida dela foi impossível não perceber como ela estava se tornando a cada dia uma mulher empoderada, com opiniões cada vez mais fortes e cheias de razão. Foi impossível também não perceber o quanto ela se tornava linda e incrível, no começo pensava seriamente que esse sentimento era apenas admiração, mas aquele sentimento era bem maior do que apenas isso, anos mais tarde vim a entender o que era, o chamado amor.

Lembro de ter ficado completamente confusa com tudo aquilo, aquele sentimento era tão avassalador, mas parecia tão errado, na época era considerado um grande ultraje era considerado um ultraje, por isso no início fiquei com tanto medo de me declarar para ela e acabar a afastar da minha vida.

E por conta disso assiste de longe todos os amores que ela teve, todas as paixões e não vou mentir dizendo que não doeu, doeu muito, tive inveja, queria estar no lugar de cada um deles, mas todos não passavam de amores passageiros.

Apenas consegui me declarar alguns anos depois, as coisas pareciam mais certas na minha cabeça, eu tinha opiniões fortes formadas sobre os meus próprios sentimentos, sobre amar uma mulher não ser errado, era apenas mais uma forma de amor, uma forma de amar muito linda.

E para ser sincera não me arrependo de ter esperado tanto tempo, talvez se tivesse me declarado antes não teria o meu amor correspondido, o que partiria o meu coração.

Pensar em todo a nossa trajetória juntas faz com que sorria feito uma boba apaixonada, o que realmente eu sou e me orgulho disso.

Sou tirada dos meus pensamentos tão bons quando escuto um barulho, paro se andar e espero com a minha gurada alta, estava preparada para qualquer coisa.

Tiro a minha arma do meu sobretudo rapidamente e aponto para a criatura que apareceu do nada na minha frente, mas respiro aliviada por não ter que lutar.

Hange: calminha, sou eu. - diz brincando ao levantar as mãos em forma de rendição -

S/n: não é engraçado, eu poderia ter realmente atirado em você. - digo abaixando o revólver em minha mão -

Hange: achei que você perceberia que era eu. - diz em forma de defesa -

S/n: me distrai um pouco. - digo me aproximando mais dela -

Hange: o que você estava pensando que a deixou tão distraída? - pergunta curiosa -

S/n: estava pensando em você - digo sorrindo e a vendo ficar corada -

Hange: para de brincar. - diz tentando disfarçar suas bochechas coradas -

S/n: eu não brincaria nunca com isso, você já deveria saber que é a dona dos meus pensamentos a muito tempo. - digo calma -

Vejo que as bochechas dela ficaram ainda mais coradas, o que que a fez ficar extremamente fofa. Eram apenas nesses momentos que a via com vergonha ou tímida, mesmo depois de tantos anos juntas ainda não tinha se acostumado com o meu jeito, não tinha se acostumado do quando eu sou cadelinha dela.

S/n: vamos para casa. - digo a dando um selinho rápido enquanto pego em sua mão-

Como disse antes não ligo de ficar em um lugar assim, mas apenas quando estou sozinha, quando estou com hange tanto ser a mais racional possível, não me perdoaria nunca se alguma coisa acontecesse com ela por culpa minha, o que me faz lembra que tinha pedido a ela para ficar me esperando em casa.

Hange: vamos! - diz e segura firme em minha mão -

Percebo que ela usaria a supervelocidade e me deixo ser guiada, acompanhando o seu ritmo.

Percebo que estavamos sendo seguidas e olho rapidamente para Hange que também parecia ter percebido.

Desviamos rapidamente do nosso caminho original, seguindo um completamente diferente e não diminuindo o ritmo em que "andavamos".

Tentavamos a todo custo despistar quem nos seguia, devido isso fomos repetidas vezes por caminhos e vielas desconhecidas, até que em um dado momento finalmente conseguimos o despistar.

Quando chegamos casa apenas nos jogamos no sofá e começamos a rir, não era a primeira vez que isso acontecia e por algum motivo sempre acabavamos rindo no final. Acho que na verdade gostavamos da adrenalina.

Paro por um momento de rir e fico admirando hange, realmente tinha sorte de a ter em minha vida, seja como amiga ou como namorada, ela é perfeita de qualquer forma.

E espero que seja o amor da minha vida para a eternidade...nosso destino é esse afinal e não reclamo, apenas agradeço.


Espero que vocês tenham gostado.

Até a próxima.

Kiss😘😘

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