𝕱𝖚𝖗𝖞 ☪︎ 𝟏

𖤐𝟐𝟒: 𝐃𝐞𝐜𝐥𝐚𝐫𝐚𝐜̧𝐚̃𝐨𖤐

"𝑂𝑢𝑣𝑒 𝑣𝑖𝑛ℎ𝑜 𝑛𝑜 𝑖𝑛𝑓𝑒𝑟𝑛𝑜. 𝐶𝑙𝑎𝑟𝑜, 𝑒𝑢 𝑏𝑒𝑏𝑖 𝑜 𝑠𝑎𝑛𝑔𝑢𝑒 𝑑𝑜 𝑑𝑖𝑎𝑏𝑜."
𝑯𝒂𝒑𝒉𝒚𝒏𝒊𝒂 𝑻𝒂𝒓𝒈𝒂𝒓𝒚𝒆𝒏
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𝐔𝐦𝐚 𝐞𝐬𝐭𝐫𝐞𝐥𝐚 𝐜𝐚𝐢𝐮. 𝐅𝐨𝐫𝐭𝐞 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐬𝐨𝐥, 𝐛𝐫𝐢𝐥𝐡𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐚𝐬 𝐣𝐨́𝐢𝐚𝐬, 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐫𝐨𝐬𝐚 𝐜𝐨𝐦𝐨 𝐚 𝐥𝐮𝐚 𝐝𝐞 𝐬𝐚𝐧𝐠𝐮𝐞 𝐪𝐮𝐞 𝐛𝐫𝐢𝐥𝐡𝐚𝐯𝐚 𝐞𝐦 𝐇𝐚𝐫𝐞𝐧𝐡𝐚𝐥𝐥. 𝐀𝐡, 𝐬𝐢𝐦. 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐮𝐦𝐚 𝐯𝐞𝐳 𝐡𝐚𝐯𝐢𝐚 𝐜𝐡𝐞𝐠𝐚𝐝𝐨. 𝐀𝐪𝐮𝐞𝐥𝐞 𝐯𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐜𝐨𝐫𝐭𝐚𝐯𝐚 𝐚𝐬 𝐦𝐮𝐫𝐚𝐥𝐡𝐚𝐬, 𝐚𝐪𝐮𝐞𝐥𝐞 𝐟𝐨𝐠𝐨 𝐪𝐮𝐞𝐢𝐦𝐚𝐯𝐚 𝐚𝐬 𝐦𝐨𝐧𝐭𝐚𝐧𝐡𝐚𝐬, 𝐚𝐪𝐮𝐞𝐥𝐞 𝐫𝐮𝐠𝐢𝐝𝐨 𝐞𝐜𝐨𝐚𝐯𝐚 𝐩𝐞𝐥𝐨𝐬 𝐯𝐚𝐥𝐞𝐬.

O grande salão do castelo estava esplendidamente decorado. Tapeçarias ricas pendiam das paredes, e mesas cheias de banquetes e vinho ocupavam o centro. Convidados de todas as partes de Westeros enchiam o salão com risos e conversas animadas. Rhaenyra Targaryen, vestia um vestido branco radiante que realçava seus traços Targaryen, dançava com graça pelo salão, seus cabelos prateados brilhavam sob as luzes das tochas.

Daemon Targaryen, encostado em uma coluna, observava tudo com um olhar malicioso. Seus olhos se fixaram em seu irmão, que estava sentado no trono ao lado de Alicent Hightower, assistindo a festa com um sorriso cansado. Com um olhar discreto, Daemon se aproximou de Viserys, fingindo um sorriso cordial.

__ Irmão, é uma bela festa, não acha? - Daemon comentou.

Viserys olhou para ele, levantando uma sobrancelha.

__ Sim, é, de fato. Rhaenyra parece estar se divertindo.

Daemon deu um meio sorriso.

__ Ah, sim. Mas você sabe tão bem quanto eu que ela não está tão feliz com este casamento.

Viserys estreitou os olhos.

__ Do que você está falando, Daemon?

__ Ah, nada demais. Apenas... um pressentimento. - Daemon deu um passo para trás, seus olhos voltando-se para Rhaenyra que dançava alegremente, mas com uma sombra de tristeza escondida em seus olhos.

Enquanto a música continuava e o salão se enchia de risos e danças, Daemon decidiu que era hora de agir. Com movimentos rápidos, ele se aproximou de Rhaenyra, que estava terminando uma dança. Os olhares dos convidados seguiram cada passo de Daemon, especialmente os do Rei Viserys e de Alicent.

Ao chegar perto de Rhaenyra, Daemon estendeu a mão, oferecendo-se para a próxima dança. Relutante, ela aceitou, sabendo que recusar apenas chamaria mais atenção. Enquanto eles dançavam, a tensão entre eles era palpável.

__ Você não quer se casar com Laenor, não é? - Daemon sussurrou, inclinando-se para perto dela.

Rhaenyra franziu a testa, tentando manter o rosto neutro.

__ Do que você está falando, caro tio? É o meu dever, e Laenor é um bom homem.

Daemon riu baixinho, mas o som estava cheio de cinismo.

__ Um bom homem, talvez. Mas cego? Certamente. Você viu como ele olha para os outros homens? Está claro como o dia que ele não tem interesse em você.

Rhaenyra apertou os lábios, seus olhos faiscando de raiva e frustração.

__ E o que você sabe sobre o que eu quero ou não? Você só pensa em si mesmo, Daemon. Sempre pensou.

Daemon a segurou pelo queixo, sua voz abaixou a um tom mais suave, mas intenso.

__ Você merece mais do que isso. Merece alguém que entenda o que é ser um Targaryen de verdade. Alguém como... Eu. - ele sorriu vendo ela o olhar de cara fechada. - Haphynia ficaria feliz com isso.

O nome de Haphynia fez com que o coração de Rhaenyra se apertasse, uma lembrança de uma irmã morta, uma guerreira que nunca conhecera verdadeiramente. Afinal, ela havia a afastado, e não teve tempo de se desculpar.

__ Ela não está mais aqui - Rhaenyra respondeu com firmeza, embora sua voz tremesse um pouco. - E você, Daemon, sempre a usou como desculpa para suas ações.

Daemon sorriu, mas havia uma tristeza sombria em seus olhos.

__ Talvez. Mas você sabe tão bem quanto eu que o sangue dela ainda vive em nós.

Ele soltou o queixo de Rhaenyra e, sem esperar por uma resposta, virou-se e caminhou para longe, deixando-a sozinha no meio do salão. Os olhos dos convidados os seguiram enquanto Daemon se afastava, muitos sussurrando especulações.

Enquanto isso, a tensão no salão aumentava. Sir Joffrey Lonmouth, o amante de Laenor, tinha um olhar preocupado enquanto observava o que acontecia. Ele sabia que seu relacionamento com Laenor era um segredo aberto, mas também sabia que essa festa de casamento era mais um jogo de poder do que um verdadeiro compromisso de amor.

De repente, um grito cortou o ar, seguido por um som de pancada. Um briga estourou no meio do salão, com Sir Criston Cole atacando Joffrey de maneira brutal. Convidados gritaram e se afastaram, alguns tentaram separar a luta, enquanto outros apenas assistiam horrorizados.

Laenor gritou desesperado, tentando alcançar Joffrey, mas a confusão e o tumulto o impediram. A luta terminou tão rapidamente quanto começou, com Joffrey caindo no chão, sem vida, enquanto Sir Criston se afastava, respirando pesadamente.

De longe, Cardyan apenas observava. Em silêncio, sem mecher sem que um músculo.

O salão ficou em um silêncio sepulcral. A alegria da celebração foi completamente sufocada pela brutalidade do ataque. Viserys levantou-se de seu trono, uma expressão de choque e raiva em seu rosto. Alicent estava pálida, seus olhos arregalados de terror.

Daemon observou tudo de longe, seus olhos escuros avaliando a situação na qual achou engraçada. Ele lançou um último olhar para Rhaenyra, que agora estava pálida e trêmula, antes de sair silenciosamente do salão, com um sorriso misterioso no rosto. A noite de celebração se transformou em uma noite de horror, e a sombra da tragédia pairava sobre todos os presentes.

Calmamente ele olhou o horizonte. Caraxes se aproximou. Eles voariam para Dragon Stone, mas Daemon teve de parar e respirar. A tenção. A sensação que sentia crescia como nunca. Tinha algo muito errado. Algo que fazia todos os seu sentidos ficarem mais aguçados que o normal.

𝐄𝐥𝐚.

Ele pensou no rosto frio e calculista. Os lábios carnudos e avermelhados de forma tão natural quanto o por do sol. Aqueles olhos violetas frios, a voz calma e áspera, carregada de arrogância. O belo corpo alto e cheio de poder.

A falta. Doeu. Muito. Ela estava morta. Haphynia não voltaria. Nem hoje, nem amanhã, nem depois, nem nunca.

E com isso. Ele nunca pode dizer que a amava de verdade.

𝐂𝐨𝐧𝐭𝐢𝐧𝐮𝐚.....