Capítulo 2

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Roseanne Park

Assim que o carro deu partida e eu me livrei de vez do meu pai, ajudei Lisa a entrar.

— Temos algumas regras que devem ser seguidas para que tenhamos uma convivência excelente. Não entre no meu quarto, no meu escritório e muito menos na biblioteca. Também não quero que fale comigo toda hora, apenas quando for necessário. Não assista televisão enquanto eu estiver em casa, eu odeio barulhos. — Lisa me escutava atentamente. — Eu trabalho muito, então não ficarei muito em casa o que significa que você não pode, em hipótese alguma, convidar alguém pra cá enquanto eu estiver fora.

— Isso não será um problema, Unnie. Eu não conheço muitas pessoas.— Pude perceber uma pontinha de tristeza na sua voz. Mas eu não me importo com isso. Bem, não o suficiente para me intrometer.

— Continuando. Eu odeio que me interrompam ou que tentem passar por cima de alguma ordem minha entendeu?

— Sim senhora.

Senhora. Muitas pessoas me chamavam assim, principalmente pessoas no meu campo de trabalho. Mas ouvir isso da boca da menina me causou alguns arrepios inexplicáveis.

— Nós tomamos café as 8:00. Eu não venho almoçar em casa, então você vai ter que conversar com a senhora Kina, minha empregada, para que ela comece a preparar algo pra você. Jantamos às 20:00 e eu durmo às 22:00. Depois desse horário, você está proibida de fazer qualquer barulho que for. E para finalizar, você não pode encostar em mim! Essa é a regra principal! Eu odeio contatos físicos e principalmente vindos de você!

A garota pareceu querer chorar, pois abaixou ainda mais a cabeça e fungou o nariz.

Tudo bem, ela não tem culpa pelo que o pai fez. Porém, eu não sou obrigada a gostar dela. Não importa o que ela faça, eu não vou ser amigável ou amorosa com uma pessoa que eu não suporto e que teve a criação que eu deveria ter.

— Venha. Vou te mostrar o seu quarto. — Subi as escadas com pressa. Já se passavam das 2 da madrugada e amanhã, eu teria uma reunião importante pela parte da tarde. Se eu chegasse atrasada, não conseguiria fazer meu planejamento. O quarto dela ficaria no fim do corredor. Bem longe do meu, que era a primeira porta. — Não mexa na decoração. Você não vai ficar por muito tempo então não precisa se acostumar com nada.

Era um quarto simples. Eu costumava deixar meus projetos ali. Mas claramente, teria de arranjar outro lugar.

As paredes eram em tons de azul escuro, com alguns detalhes em branco. O piso de madeira também escura, e havia algumas janelas de vidro. A cama de casal ficava no meio, com a mesa de cabeceira do lado esquerdo, que possuía uma iluminaria cara. Na parede próxima ao banheiro, havia uma estante de livros e algumas obras de arte que comprei em leilões. Eu admirava muito o trabalho de pintores amadores, por isso, minha casa possuía inúmeros quadros desses artistas. E não seria diferente nesse quarto. A parede onde ficava o guarda-roupa, estava cheia de quadros magníficos e cheios de significados.

Percebi que Lisa se encantou por eles e passou a observá-los enquanto entrava.

— Pode arrumar suas coisas por aí. Mantenha tudo do jeito que está. E acorde cedo para o café amanhã.

Não esperei que ela dissesse mais nada e sai do quarto batendo a porta propositalmente.

Eu queria que ela sentisse medo de mim. Queria que ela soubesse quem estava no comando e que ela estava na palma das minhas mãos. Qualquer coisinha nova que ela fizer que não me agradar, eu irei dar um jeito de colocá-la para fora.

Não demorou muito pro sono vir. Meu dia tinha sido cansativo e exaustivo.

Antes de dormir completamente, pensei ter ouvido batidas na porta. Ignorei completamente. Primeiro, por achar que tinha sido coisa da minha cabeça, e segundo, se fosse Lalisa, eu continuaria ignorando.

Yes, mommy | chaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora