Capítulo 18

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             Roseanne Park

— Foi incrível, Unnie! Obrigada.

Lisa estava feliz. E isso me deixava feliz também. Tive de comprar mais 6 ingressos porque ela não parou de encher o saco enquanto eu não dissesse sim. Eu gritei praticamente em todos os brinquedos, e me agarrei ao Lisa, enquanto a mesma sorria e gargalhava animada.

Era bom isso tudo, admito. Ter alguém para me divertir como ela está fazendo, ter alguém para me mostrar o verdadeiro lado "bom" da vida. Isso é ótimo, e eu estou começando a me acostumar.

— Vamos comer alguma coisa agora? — Ela segurava minha mão como ultimamente tem feito, e eu aproveitei para entrelaçar nossos dedos. — Pizza?

— Pizza? — Lisa me olhou com deboche enquanto sorria — Não era você que algumas horas atrás estava se recusando a comer algodão-doce?

Espertinha. Muito espertinha.

É verdade que sempre tento ter uma alimentação saudável e sem comidas gordurosas, mas fugir um pouco da rotina faz bem.

— Não vou comer todo dia, vai ser só hoje e um pedaço só... mas... se você não quiser, tudo bem, podemos ir jantar em um restaurante normal.

— Vamos comer a pizza, Rosé.

Sorri enquanto atravessamos a rua em direção a pizzaria.

Por alguns minutos, enquanto ainda andávamos, Lisa pareceu perdida e chegou a me olhar algumas vezes. Seu rosto fazia uma expressão confusa, ora irritada e ora triste. Era uma explosão de sentimentos e eu não sabia como perguntar o que estava acontecendo.

Ela não gostou do passeio? Ou não gostou da minha companhia? Ela quer ir embora ou meu pai lhe falou algo que ela não quer me contar?

Talvez ela tenha visto alguém na rua que conheça, o menos provável, mas não impossível.

— Aconteceu alguma coisa? — Tomei coragem e perguntei calmamente, enquanto raciocinava, mas palavras que usaria de acordo com suas respostas.

Lisa ficou em silêncio, pensativa e colocou a mão livre no bolso da jaqueta.

Quando ela decidiu dizer alguma coisa, eu entrei em total desespero quando vi minha mãe há alguns passos de distância de nós, caminhando em nossa direção, porém, com a cabeça virada para o outro lado da rua.

Por impulso, puxei Lisa pelo braço e entrei numa loja próxima a nós com tonalidades vermelhas.

Lisa não entendeu nada, e apenas me encarou confusa sem saber como reagir.

E eu não estava muito diferente. Minhas mãos estavam agarradas nos seus braços e eu tentava a esconder entre as roupas penduradas na parede como divulgação.

Merda.

Imagina se minha mãe entra na loja?

Como eu iria explicar a presença de Lisa e de estarmos tão próximas?

Sem contar o fato que Lisa acabaria abrindo a boca em momentos errados da conversa e soltaria o famoso "eu sou a namorada dela" como ela tem amado fazer ultimamente. E fora, o fato que ela iria me olhar com tanta decepção que eu não ia conseguir me manter em pé, e provavelmente iria desmaiar.

Minha mãe é a última pessoa em todo o mundo que eu quero decepcionar. Eu não suportaria tamanha dor e desprezo. A única pessoa que eu amo de todo o meu coração, me olhando com nojo, seria o fim para mim.

Dramática um pouco, talvez.

Esperei ela passar pela vitrine e quando passou, enfiei a cabeça entre as roupas e esperei alguns segundos antes de puxar a mão de Lisa e sair o mais depressa dali.

Yes, mommy | chaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora