Roseanne Park
Se passaram alguns dias depois daquela "beijo" que aconteceu entre mim e a Lalisa. E ela continua estranho. Às vezes, age de maneira fofa e infantil, mas do nada ela vira uma mulher raivosa e madura. Que agora, sabe dirigir.
E ela realmente sabe dirigir. Ultimamente, Lalisa tem me acompanhado no trabalho e algumas vezes, tem trazido o carro para casa já que eu acabo dormindo.
Ela tem cuidado de mim de forma carinhosa. Me ajudou a subir as escadas ontem, quando eu bebi demais e me ajudou a tirar os sapatos e me aconchegar na cama.
E hoje pela manhã, ela quem preparou o meu café, que mesmo estando extremamente amargo, me ajudou com a ressaca.
Admito que tenho visto Lalisa com outros olhos. Agora, ela me parece até que com uma mulher meio normal.
A criança que existia dentro dela não costuma aparecer como antes, e isso me incomoda um pouco.
Ela não tem nenhuma doença como esquizofrenia ou bipolaridade. Muito menos depressão ou algo parecido. No início dessa mudança toda, até pensei que fosse mesmo bipolaridade. Já que é algo bem comum na sociedade e em mulheres na sua faixa etária. Mas depois, percebi que era apenas alguma coisa errada. Talvez, ela tenha medo de agir tão infantilmente perto de mim. Já que eu sempre digo algo ruim ou brigo com ela.
E não tocamos mais no assunto do beijo. É como se nunca tivesse acontecido, mas aconteceu. E eu tenho agido como uma adolescente apaixonada querendo que ela toque no assunto para finalmente entender o que aquilo significava.
Foi só uma merda de uma ação mal pensada?
— Unnie? Trouxe um chá para você, Kina disse que vai te ajudar a se concentrar. — Lisa entrou no meu escritório com uma xícara em mãos. Ela vestia uma camisa branca e uma calça de moletom cinza. Ela também tinha parado de usar os pijamas fofos. — Aqui.
A observei colocar a xícara sob minha mesa e cocei a cabeça com dúvida.
Eu devia questionar seu comportamento? Ou deixar passar?
— Obrigada, Lisa. — Dei algumas goleadas e ela se interessou em um dos meus quadros pregados na parede próxima à porta. Era uma mulher, com dinheiro nos olhos e o coração partido. Era um dos meus quadros preferidos. Me aproximei lentamente tocando seu ombro. — Você tem pensando muito ultimamente.
Ela não me olhava e mantinha a atenção no quadro. Como se quisesse entrar dentro dele ou tirar a mulher de lá.
— Eu só estou confusa com algumas coisas.
— Que coisas? Você pode contar para mim, você sabe né... somos meio que irmãs, eu acho.
Minha última frase fez Lisa enterrar a cabeça entre as mãos e suspirar pesado.
— Esse é o problema.
Qual era o problema? Eu disser que éramos quase irmãs?
— Porque isso é um problema? Você não quer que eu seja sua irmã? — Ela não respondeu nada, em vez disso se virou para sair, porém, eu fui mais rápida e parei na porta. — Me diz o que você tem! Eu estou preocupada com você, Lalisa!
Seu olhar era tristonho e suas bochechas começavam a tomar um rubro avermelhado. Eu juro que ela iria começar a chorar se eu não fizesse nada. Então eu tentei me aproximar lentamente, contudo, a cada aproximação, Lalisa se afastava.
— Que droga! Me fala logo qual é o problema, garota!
— Você é o problema! — lisa disse por fim. Com a voz firme e o olhar fixo na parede.
Eu era o problema? Por quê? O que eu havia feito que a deixou tão chateada assim? Era meu jeito ignorante?
— Eu? O que eu fiz? — Forcei que ela me olhasse, virando seu corpo para mim e segurando seu queixo na minha direção.
— Eu não sei, Roseanne. — De novo me chamando apenas pelo nome principal. — Eu sei que você é minha Unnie, mas meu corpo está estranho ultimamente e toda vez que eu chego perto de você, acontece várias coisas. Eu fico quente.
O que ela estava tentando dizer? Quente? Como assim quente?
Não. Não. Ela não pode estar dizendo essas coisas sem sentido.
— Como assim quente, Lalisa? Você está com febre?
Coloquei a palma na mão em sua testa tentando medir sua temperatura, mas minha mão foi abaixada logo em seguida. E Lisa me encarou profundamente. Como se quisesse penetrar minha alma apenas com esse olhar. Ela não desviou nem por um segundo e não piscava. Sua respiração começou a ficar brusca e bater contra meu rosto.
O que estava acontecendo?
Minhas pernas tremiam e meu corpo todo ficou frio quando seu olhar caiu em direção a minha boca. A olhando com desejo.
Eu não pude evitar, e abaixei meu olhar também. Ela umedeceu seus lábios e aquilo quase me desmontou por inteiro. Seus lábios tão vermelhinhos e carnudos.
Era como se um ímã começasse a nós puxar uma para a outra. E antes de cometer um grande erro, tentei me afastar e sair de perto dela.
Mas Lalisa já estava consumida pelo desejo, e me puxou contra si, fazendo nossos corpos se chocarem. Eu comecei a entrar em desespero e tentei sair mais uma vez, contudo, Lisa agarrou minha nuca e forçou seus lábios contra os meus de forma desajeitada.
Aquilo era o primeiro beijo dela, não?
Tentei a acalmar quando senti seus lábios tremerem e tomei a iniciativa do beijo. Segurando na sua camisa, a puxando contra mim.
Eu sei que aquilo era errado, mas por favor, é apenas um mísero beijo.
Lalisa finalmente conseguiu pegar o ritmo, e o beijo se tornou prazeroso. Logo, pedi passagem com a língua, ela demorou um pouco, mas cedeu. No começou, tentou se afastar, mas eu a puxei de volta e tentei novamente, dessa vez, ela se acalmou e senti seu corpo relaxar e sua língua repetir o que eu estava fazendo. Movimentos circulares e repetitivos. Nossos lábios e línguas estavam em sincronia, e nossos corpos começavam a se encaixar perfeitamente. Sua mão ainda estava na minha nuca, e a outra segurava meu braço. Tão delicada.
Aquilo começou a me deixar ainda mais necessitada.
Minha mente gritava comigo, me dizendo que aquilo era errado e que eu devia parar agora mesmo. Mas meu corpo reagia de forma necessitada e eu implorava por mais, muito mais.
Nós separamos por falta de ar e abri os olhos observando o peito de Lisa subir e descer rapidamente e sua boca ainda mais vermelha. Ah! Que inferno, como aquilo estava me deixando maluca.
Tentei beija-la novamente, mas a mesmo virou o rosto e se afastou de mim.
Ela havia gostado. Certamente. Então, porque estava se afastando?
— O que estamos fazendo? Isso é errado! Somos irmãs! — Ela se virou de costas e não me olhava de forma alguma. — Eu nunca beijei ninguém, Unnie, e eu beijei você agora, isso é muito, muito errado.
Suas mãos foram de encontro aos seus cabelos, os bagunçando e antes que eu pudesse chegar perto dela, para tentar acalma-la, Lalisa saiu correndo do meu escritório e subiu em direção ao seu quarto.
Eu havia realmente feito algo errado?
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Yes, mommy | chaelisa
FanfictionRoseanne Park conquistou sua riqueza e popularidade, devido ao trabalho esforçado e a incrível capacidade de manipulação. Uma mulher fria, manipuladora, que usa a sedução e beleza ao seu favor. Certo dia, seu pai, aquele que lhe abandonou e sumiu no...