Capítulo 28

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Roseanne Park

— Você prefere algo mais confortável ou um lugar grande?

Lisa e eu estávamos no meu escritório. Ela tinha acabado de chegar da faculdade e discutíamos alguns detalhes da nova casa. Eu pretendo comprá-la pelo menos, até o fim do mês. Eu não consigo mais trabalhar em paz na minha atual casa. Lisa não para quieta e está sempre sujando o chão de todo lugar com tinta, já que não tem um lugar específico para pintar.

— Por mim, tanto faz. — A mesma mantinha a atenção no telefone enquanto sorria para a tela iluminada.

Tenho certeza que está vendo alguma foto ou vídeo de gatinhos. Ela sempre fica boba vendo essas coisas. Voltei minha atenção para o catálogo em mãos observando as diversas moradias luxuosas.

Certamente, será muito difícil escolher apenas uma. Contratei uma imobiliária para me ajudar na escolha. Se depender de mim, eu compro um condomínio inteiro, nem que as casas fiquem apenas para enfeite.

Afinal, são tão belas.

Eu me apaixonei por uma no centro da cidade. É barulhento e muito iluminado, mas a casa, sem dúvidas alguma é de brilhar meus olhos. São 2 andares, 12 cômodos e uma garagem imensa. O único defeito, é que o jardim é pequeno demais e não possui nenhuma piscina ou algo que eu possa usar para me refrescar no calor.

Porém, em compensação, o piso é todo de mármore branco e as paredes possuem tonalidades mescladas entre branco, preto e cinza. Deixando todo o ambiente ainda mais aconchegante.

— Lali... você acha que devemos comprar móveis novos também? — Levantei meu olhar até a mais nova que estava sentada no sofá a minha frente, extremamente relaxada e sorridente. Ela apenas concordou com a cabeça e soltou uma gargalhada empurrando o corpo para trás.

Eu estou começando a achar, que vídeos de cachorros não dão tanta graça assim.

— O que você está vendo? — Perguntei me inclinando um pouco por cima da mesa e tentando olhar o que ela via, contudo, sem sucesso. Nem que eu me jogasse por cima da mesa conseguiria ver alguma coisa. A distância era grande. — Lisa?

Suspirei irritada. Ela estava me ignorando de propósito? Ou realmente estava tão entretida que não ouvia minha voz?

Me levantei e caminhei até atrás dela. A mesma nem notou minha aproximação. Apenas continuou sorrindo, agora, ainda mais enquanto teclava no celular. Parei atrás dela e meu sangue ferveu quando olhei atentamente o que ela estava fazendo.

O nome grifado e com o coração no final me chamou bastante atenção.

Tzuyu❤️

Fechei um pouco os olhos tentando ler as mensagens enviadas.

Tzuyu❤️: Você pode sair agora, Lisinha? Eu estava pensando em tomarmos um sorvete o que você acha?

Tzuyu❤️: Sua irmã vai deixar você sair?

Espera.

Irmã? Sair? Tzuyu? Lisinha? Coração?

Calma Park.

Respira. É apenas um mal-entendido e você está delirando. Nada está acontecendo como você está vendo.

Mas, sério?

Ela diz que sou a irmã dela paras pessoas?

Não não. Isso nem é o pior.

Que caralho é esse de Lisinha? Qual o grau de intimidade que elas possuem?

Esperar merda, como assim?

— Lalisa! — Gritei furiosa e puxei o celular da mão dela com pressa.

Liz: Eu não preciso pedir nada para ela. Onde você quer ir?

Isso não pode estar acontecendo.

Precisei respirar fundo. Caso contrário, lágrimas teimosas saíram pelos meus olhos e eu não iria dar esse gostinho para ela. De fazer com que ela veja, o quanto me machuca.

Eu estou sendo uma trouxa, não?

Não tem como eu estar entendendo isso errado.

Ela tem outra mulher, e obviamente não é de pouco tempo.

Afinal, possuem até apelidinhos.

O aparelho telefônico foi puxado da minha mão de volta e meu olhar caiu sobre Lisa, queimando como fogo.

— Lisinha? — Imitei uma voz fina cruzando os braços. — Quem é ela, Lalisa?

Lisa suspirou irritada e guardou o telefone no bolso. Se recusando a me responder. Seu olhar era de irritação.

Eu quem estou pagando papel de trouxa do ano e é ela quem fica irritada?

— PORRA! Quem é a merda dessa mulher, Lalisa!? — Precisei juntar todas as forças do mundo, para não voar nela. — Que porra é essa de "eu não preciso pedir nada para ela"? Irmã? Eu sou sua irmã agora, Manoban? Na hora que você estava gemendo ontem a noite você não me chamou de irmã, não foi?

Meu coração estava acelerado e minha cabeça já dava indícios de enxaqueca. Sem contar na minha tremedeira na perna e nas pontas dos dedos. Mil e uma imagens se passavam na minha cabeça e eu juro, que nenhuma delas eram agradáveis.

Quando ela finalmente resolveu responder alguma coisa, meu corpo e meu coração implorava por favor, que ela não confirme nada que eu imagino.

— Não faça showzinhos, Roseanne. É apenas minha amiga Tzuyu, da faculdade. —

"Apenas minha amiga" ela deve achar que eu nasci ontem, certamente.

— E eu não preciso mesmo te pedir permissão para nada, já sou uma mulher adulta e posso fazer o que eu bem entender. E agora você quer arrumar uma briga porque eu falo para os meus amigos que você é minha irmã? — Ela me olhou com deboche enquanto ria ladino.

Deus, me dê paciência.

— Você mesmo disse que fora dessa casa, não podemos nos tocar e muito mal nos falamos. Você quer que eu diga que você é quem para os meus amigos?

— Não pense que eu sou burra, Lisa! O nome dela tem até uma droga de um coração e o jeito que ela te chamou... é como se vocês fossem próximas demais! — A essa altura, minha voz já estava um pouco elevada e eu precisei me sentar no sofá para não arranhar a cara dela todinha. — E eu aqui que nem idiota, pensando em comprar uma casa para você ter mais espaço. Eu não estou acreditando, Lisa!

Soquei o sofá com força. A maior se aproximou lentamente, e se sentou ao meu lado com alguns centímetros de distância. Minha vontade era estrangular aquela pescoço dela e enterrar seu corpo no quintal.

— Unnie... eu estou dizendo a verdade, Tzuyu é apenas uma amiga. — Sua mão ameaçou tocar meu ombro, mas a empurrei. Não queria seu toque nesse momento. — Por favor, Rosé. Não fique com esse drama de ciúmes, ela é uma grande amiga para mim.

Grande amiga? Uma grande amiga? Elas se conhecem faz o quê? Três meses?

Desgraçada.

— Vai tomar a porcaria do sorvete com ela, Lalisa. Vê se não vai comer ela de uma vez. — Me levantei irritada e passei por ela com pressa em direção ao meu quarto.

Eu não caí nesse papinho e eu não vou deixar isso barato.

Lalisa literalmente, escolheu a mulher errada para enganar.

Yes, mommy | chaelisaOnde histórias criam vida. Descubra agora