Roseanne Park
— Meu Deus, Park! O que se passa na sua cabecinha? Vamos ter um trabalhão agora! — jennie andava de um lado pro outro, totalmente nervosa. Lisa ainda estava observando a merda da cortina e não conseguia olhar para nós. — Como você deixou isso acontecer? Você é uma irresponsável!
— Ih, olha só! Não precisa me dar sermão não! Eu já entendi que eu errei, e agora eu estou tentando arcar com meus erros! Então não vem dar de doida, me tratando dessa forma porque você não sabe um terço do que aconteceu!
Bati o notebook com força na mesa, e me levantei. Ficar sentada estava me irritando, o problema, é que ficar em pé, também estava me irritando.
Eu estava totalmente irritada, e preocupada com o que tinha acontecido minutos antes de jennie entrar. Imagine, se nos beijássemos? Isso seria um erro enorme! Eu não conseguiria parar, e todo meu plano de ser menos abusiva e problemática, iria por água a baixo.
Precisamos ficar a, literalmente, 2 metros de distância. Isso. Vamos ficar a 2 metros de distância.
Olhei para Lisa e tentei medir mentalmente o quão próximo estávamos, se eu estivesse meu braço, bateria nas costas dela. Dei alguns passos para o lado, e fiquei próxima ao meu sofá.
— Você precisa de todas as câmeras? Por que não pega apenas as dos lugares que você foi? Vai me dar um trabalhão ter que procurar tudo isso de fita. E nem todos vão querer me dar.— jennie encarou Lisa por alguns minutos e me olhou desconfiada.— O que essa garota tá fazendo? Ela não para de olhar essa cortina desde que eu cheguei!
Segurei um riso colocando a mão sobre os lábios, e tentei não transparecer nada.
Lisa olhou para trás confusa, coçou a nuca e se aproximou da minha mesa. Por impulso, acabei me afastando e ela percebeu isso, percebeu claramente, porque me olhou de certa forma, irritada.
— Eu me chamo Lalisa, muito prazer. — jennie estendeu a mão em sua direção. Ambas deram um aperto de mão educado.
— As amiguinhas podem parando com essa gracinha na frente e vamos logo! Daqui a pouco tudo vai fechar e não vamos descobrir porra nenhuma!
*
— Tem certeza que vocês não viram essa mulher aqui?
Dei um sorriso forçado quando jennie colocou a mão embaixo do meu queixo, mostrando meu rosto para os donos do bar.
Já era o quarto, e até agora, ninguém se lembrava do meu rosto-sem ser na televisão, ou em revistas- e ninguém viu meu carro. Resumindo, ninguém sabe de nada.
— Obrigada pela atenção. — Revirei os olhos irritada e sai do local com pressa. Todo esse mistério, esse medo, tudo isso, estava me causando uma angústia, que eu não conseguia cessar. Peguei meu telefone e tentei ligar para a Jisoo, contudo, apenas caixa postal, ela devia estar ocupada, procurando meu carro por algum lugar da região.
Lisa saiu logo atrás de mim, enquanto jennie continuava conversando com os donos. Sua mão calorosa tocou meu ombro e eu tratei de tirá-la apressadamente e manter os 2 metros de distância. Lisa tombou a cabeça para o lado, demonstrando frustração. Eu tenho certeza que ela não está entendendo absolutamente nada, e é bem melhor assim.
— O que está acontecendo com você? — Ela tentou se aproximar novamente.
Maldita! Por que ela continua tentando se aproximar? Qual a dificuldade de continuar onde está?
— Eu estou com... gripe... você não pode ficar tão perto é muito contagiosa, e ela faz você ter convulsões! Então fique bem longe entendeu? Bemmm longe. — Fiz sinais com as mãos para que ela se afastasse. Lisa riu em deboche e segurou meus pulsos, me obrigando a ficar parada e próxima a si. — Não faz isso, Lisa! Por favor, eu preciso que você fique longe.
— Por que isso do nada, Park? Foi por causa do que aconteceu no eu escritório? Eu só quis te ajudar, eu sei que você estava sentindo dor, eu só quiser uma boa menina. — Ela me olhava como uma criança inocente. Um beiço se fez presente em seus lábios e ela tinha uma olhar de cachorro abandonado.
Que maldita! Ele sabe muito bem o que está fazendo.
— Eu só quero ser um boa menina para você Unnie, você entende?
Porra. O que diabos essa menina está tentando fazer? Me levar a loucura? Eu serei forte, serei uma mulher forte.
— Lisa! — Suas mãos subiram calmamente até meus braços, apertando bem devagar, e eu precisei fechar os olhos para não suspirar muito alto.
Lisa continuou massageando meus braços, me olhando nos olhos, sem ao menos desviar.
— SUA VADIA! VADIA! — Eu buscava por ar, buscava por ajuda, tentei me debater, mas seu corpo era pesado e gordo o suficiente para me pressionar no chão, sem me dar chances algumas de revidar. O ar em meus pulmões já estavam falhando, e apenas ruídos saíam de minha boca, minha garganta estava sendo apertada com muita força.
Meus olhos estavam fechados a todo momento, mas eu precisava abri-los agora, eu precisava ver o rosto...
E eu me arrependi logo em seguida, minha visão estava um pouco escura, e não focava com toda certeza.
Contudo, quando focou, eu não consegui me manter acordada, e minhas últimas palavras, saíram mais baixas que um suspiro...
— Papai...
Arregalei os olhos e afastei Lisa o mais rápido que conseguia. O ar se esvaziou de meus pulmões e eu precisei me apoiar na parede de fora do bar para não cair no chão de uma vez.
Meu pai fez isso? Foi, foi ele mesmo?
Eu tive uma alucinação, eu só posso estar alucinando. Ele não faria isso com sua própria filha, por favor, não desda forma, não!
Como ele pôde? Como ele conseguiu ser tão cruel dessa forma? Eu pensei que o máximo que ele poderia fazer, seriam os processos, mas tentar contra minha própria vida? Sangue de seu sangue? Tudo por... por Lisa? Ou por dinheiro? Ele não quer dinheiro. Ele quer que eu suma, ele quer acabar comigo, estou certa, não é? Como ele pôde? Como?
Lisa me olhava assustada, tentando entender o que estava acontecendo. Eu não posso contar a ela, ela ainda ama o pai, e isso pode causar ainda mais dúvidas nela, pode até cogitar, que eu esteja mentindo para tentar colocá-la contra seu pai.
Oh céus! Como isso aconteceu?
Eu não sei o que é o pior, alguém ter me agredido, ou meu pai ter me agredido. Meu pai, não meu pai. Ele não é meu pai. Ele só contribuiu, na doação de esperma, apenas isso.
Eu não deveria me importar tanto, eu não deveria sequer ter ficado assim, é apenas um homem, que será punido devidamente, por agressão contra a mulher. E eu não vou me arrepender, de foder com a vida dele. Mas antes, eu preciso que Lisa, entenda o que vai acontecer, e eu não posso fazer isso agora.
— O que aconteceu?
— Nada.
Narrador on
Park passou o caminho todo de volta pensativa, não conseguia desviar a atenção de suas recentes lembranças. Lisa não sabia o que havia acontecido, mas tinha certeza, que algo estava errado.
Jennie voltaria no dia seguinte, continuaria com as buscas pelas filmagens.
E quanto ao carro de Park, o mesmo foi encontrado em um dos ferro-velhos mais antigos da região. Sem nem ao menos, suas rodas. Tudo foi levado, tudo que estava lá dentro, desapareceu.
Lisa e Rosé foram para um hotel. Com tudo, quartos separados. E bem distantes uma da outra.
Mas Park não deixaria tudo passar assim, não conseguia dormir, não conseguia pensar direito, não conseguia sequer, beber um copo d'água.
Então, ela fez a única coisa, que julgou ser certa.
Suas mãos estavam suando, e a sensação de sufocamento estava presente em sua garganta. Ela queria desistir e voltar para os braços de Lisa, mas já estava longe demais.
Quando a porta foi aberta, seu coração parou, mas ela precisava ser a vadia manipuladora que aprendeu a ser.
— Olá, papai.
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Yes, mommy | chaelisa
FanfictionRoseanne Park conquistou sua riqueza e popularidade, devido ao trabalho esforçado e a incrível capacidade de manipulação. Uma mulher fria, manipuladora, que usa a sedução e beleza ao seu favor. Certo dia, seu pai, aquele que lhe abandonou e sumiu no...