Troian Bellisario

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O pior de deixar Atlanta é o facto de me afastar do Keegan... Somos namorados a mais de 6 anos, e a verdade é que nunca pensei que iríamos algum dia ter de nos afastar assim durante tanto tempo.
É verdade que sou mais racional que emocional, mas com ele é diferente... É como se as coisas em que acredito fossem alteradas, e tudo acabasse por se debater dentro de mim, fazendo-me questionar mais a lógica e só visse o que esta diante de mim: eu, ele... Nós!

Estamos a desempacotar as nossas coisas e a arrumar a casa a nosso gosto. Uma etapa das nossas vidas que sinceramente nem eu estava a espera que chegasse tão rápido. O nosso apartamento é super confortável e pratico, fica a vinte minutos da estacão que leva cada uma de nós as suas devidas universidades.

O primeiro dia ficamos na casa do Harry - correção, mansão - e com a ajuda do Niall encontramos este apartamento. Tem três quartos, um escritório, uma sala super confortável, um sótão que acabamos por transformar em ginásio, uma cozinha equipada - sim, porque a Lucy precisa de ter todos os materiais necessários para nos alimentar devidamente, e fazer os seus doces deliciosos: pena ela ser vegetariana, e só fazer comidas à base de saladas, soja e sei lá mais o que - uma varanda com uma vista magnifica, uma garagem coletiva onde deixamos o carro da Ash e a mota da Lucy - prenda do Drew.

Conclusão, a casa era um sonho, e não só pelo facto da localização, mas também pelo facto de  sermos nós a pagar todas as despesas. OK isso pode parecer uma estupidez, mas para nós é sinal de total responsabilidade e liberdade.

- Menina Bellisario - Fui chamada a atenção pelo Mr.Conor, o professor de direito público - pode por favor dar-nos a sua opinião em relação ao governo de agora e o de antigamente? Ou seja no tempo do nosso primeiro presidente? - levantei-me e no auditório todos olhavam-me à espera de uma resposta.

- Não se pode comparar dois governos tão destinos quanto os mesmos. - Disse toda convicta de mim.

- Quer explicar-se?

- Antigamente não existiam estados, não existiam partidos e tão pouco o número de pessoas que hoje se encontram no nosso país. A América era uma colónia presidida por George Washington, um visionário com garra e determinação, que levou a sua colónia para a frente com os recursos que tinha e apesar de limitação, os progressos foram inéditos. Posso acrescentar que durante a sua liderança a América tinha uma estabilidade acessível para a época. Porem... O nosso governo não pode nunca jamais ser comparado com o de  Washington, pois ele não tinha nada e começou do zero, enquanto que nós encontramos as coisas já feitas. Lamento senhor se for uma ousadia da minha parte, mas este é o meu ponto de vista.

Todos ficaram de boca aberta perante o meu "descurso" ate mesmo o Mr.Conor  estava visivelmente à nora com o que eu dissera.

- Espere menina Bellisario, gostaria de lhe perguntar se não esta interessada en juntar-se ao parlamento jovem aqui da escola e quem sabe liderar o clube de debate público? - a aula já tinha terminado e eu como sempre fui a ultima a sair pois estava a tomar apontamentos de tudo. A proposta era aliciante, mas porem....:

- É uma honra enorme senhor, mas calculo que seja uma responsabilidade demasiado acrescida para uma caloira !?

- Se não tivesse a certeza não lhe tinha proposto tal cargo.

- Obrigada, irei pensar no assunto e assim que possível dou-lhe a resposta...

A verdade é que são tantas coisas que não tenho a certeza se consigo conciliar tudo: pratico ténis ténis desde que tinha 7anos, ando num grupo de leitura, grupo desportivo e acabei de entrar num grupo académico relacionado com o teatro.

Adoro a minha vida, mas as vezes sinto que não fui criança tempo suficiente, tento agradar sempre os meus pais e superar a minha irmã mais velha, vivo na sombra constante de uma pessoa com o triplo do ego académico que conheço: a minha irmã.

- E tu Recusaste?

- Eu por acaso disse que tinha recusado?!

- Já tens tantas responsabilidades, achas que consegues lidar com esse fardo?

- Torrey cala a boca! Se soubesse que ias ser contra, nem sequer tinha dito nada!

- Desculpa Troian... Só não quero que acabes como eu.

- Com uma carreira bem sucedida, um noivo de sonhos e com um legado académico de meter inveja? Acredita é o meu sonho - disse sarcasticamente para a minha irmã.

- Troy eu adoro-te, e mesmo existindo esta competição ridícula entre nós eu só quero que tenhas uma vida melhor que a minha.. Pelo menos aproveita a tua liberdade enquanto podes, vive a tua adolescência e não deixes que ninguém te tire esse direito.

- As vezes sinto que todo o mundo quer decidir por mim tudo a toda a hora, que todos esperam sempre o melhor de mim a toda hora... Em especial o pai - estava pela primeira vez a ter una conversa com a minha irmã, que nada tinha a haver com fosse o que fosse relacionado com tudo o que alguma vez tenhamos conversado. Desta vez estávamos a ser duas irmãs de verdade.

- Já sabes, qualquer coisa vem visitar-me em   Manhattan sim ?

-Obrigada, vou com muito gosto Tor.

Depois da conversa com a minha irmã fui dar uma volta de bicicleta pelo central park, precisava pensar, e tomar decisões em relação a tudo e a nada ao mesmo tempo.

Ao fim de tantos anos, finalmente consegui fazer as pazes com a Tor. E saber que posso contar com ela é tão bom... Mas.. Porque sinto um vazio enorme dentro de mim na mesma? Era suposto estar feliz certo? Quer dizer... Porquê?!

Segredos sufocam, mentiras machucam, mas a dor do coração mesmo o amor pode curar. Resta saber se ainda existe amor.
- Xxx

Estava com os olhos vidrados de lágrimas quando recebo aquela mensagem, não percebi o que aquilo queria dizer - e eu percebo tudo, mas mesmo tudo!

- A dor do coração.. Só o amor pode curar?

Tentava decifrar a mensagem quando uma outra mensagem surge no meu ecrã:

A vida não é feita de lógica, por exemplo... O amor doi, mas é algo que não se , apenas se sente... E eu... Eu sinto a tua falta!
-Xxx

- As vezes só precisas de olhar para cima e verás que a única logica, é a tua boca encostada à minha - levei um susto e logo ergui a cabeça, não podia acreditar no que os meus olhos viam:

- Keegan?! - Gritei surpresa e com a voz meio roca devido as lágrimas.

- Sei que me pediste um tempo, mas a verdade é que estes últimos dias têm sido uma tortura... Não sei nem quero viver sem ti!

Não sabia como reaguir, os meus sentimentos estavam em conflito comigo mesmo, não sabia por onde começar e tão pouco o que pensar ou fazer em relação a fosse o que fosse.

Fiquei em debate comigo mesma quando que meio sem me aperceber, já estava nos braços do Keegan com os braços em volta do seu pescoço envolvida num abraço profundo e caloroso. Como se tudo o que eu precisava estivesse ali:

- Tu és a resposta para todos os meus dilemas!

Gritos de uma Adolescente: Rebelde?![Z.M].[L.H]Onde histórias criam vida. Descubra agora