Capítulo 52

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Se alguma vez me imaginei numa prisão?
Não!
Se alguma vez imaginei estar metida em esquemas ilegais até ao pescoço?
Não!

São tantas as probabilidades de imaginar coisas que provavelmente nunca faria... Mas a verdade é que eu fiz tudo isso.

Passaram-se duas semanas desde que fomos levadas para a cadeia, o nosso julgamento foi rápido, como retirar um penso cheio de crostas. A início às coisas foram assim, calmas e sempre com aquele presentimento de desconfiança e esperança, mas logo as esperanças foram devastadas quando o grande juiz nos condenou a cinco anos de prisão, um mês de trabalhos comunitários em regime fechado e a uma coima de quase três mil dólares por porte ilegal de armas, formação de quadrilha, invasão de ficheiros não sei das quantas e falsa identidade.

Eu não quis acreditar, queria que fosse um sonho - melhor, um pesadelo - queria poder acreditar que tudo não passava de um grande mal entendido... Mas a realidade era outra é mal fui jogada para dentro de uma cela fria, húmida e escura .. Foi como se tivesse levado uma chapada de luva branca na cara.

Uma chapada da vida !

Eram...bem não sei que horas eram, aqui dentro perde -se a noção das horas mas nunca dos dias... Já se tinha passado quase dois meses quando somos chamadas por uma guarda - Anabela - a tenente mais chata da nossa ala. Implicou comigo logo no primeiro dia, vaca!

-Princesinhas têm visitas - diz ela com a sua voz irritante e aspra por conta dos enumeras cigarros que ela devora em menos de dez minutos.

- Vem cá meter-me a coroa velha asquerosa! - Responde a Ash.

- Eih calma... - sussurra a Shay

- Calma porque? Já estamos presas mesmo... Que mais nos poderá acontecer?!

- Posso transformar as vossas vidas num inferno - responde a vaca.

- Mais ainda? Força! - Responde a Troy desafiando-a.

- Já chega... Quem é que nos veio visitar? - Respondo farta.

- Ah isso... Mudei de ideias, não têm direito a visitas.

- O caralho que não temos! Conhecemos os nossos direitos, e temos direito a visitas sim sua vaca - cospe a Troy toda raivosa.

- Têm piada. Sabem tanto de direitos e leis e no entanto estão aqui... É assim mocinhas, aqui a banda toca mediante a minha música. Se eu decido que não têm direito a visitas vocês não têm!

Nisto eu fico tão incrédula quanto todas as outras, Estava mesmo à nossa frente a major Ariel. Ela estava com o cacete na mão a ouvir tudo o que a vaca falava com orgulho.

Ela aproxima -se sorrateiramente fica de frente para ela deixando -a boquiaberta:

- A banda toca ao som da tua música?

- Senhora...

- E que música é essa, posso saber?

- Humm... Ahhmm...

- Pois, bem me parecia que suava qualquer coisa assim. Para o meu gabinete imediatamente! - E nisto a velha asquerosa vaca cospe um insulto carregado de ameaças e veneno para nós, e sai com um andar pesado. - Meninas, Por favor sigam-me.

- Elas não fizeram nada de errado... - diz a Sasha...

- Não vos vou punir, vocês têm visita.

(...)

Depois da visita do nosso advogado - que eu nem sabia que tínhamos - fomos levadas para uma outra ala, com uma guarda mais gorda, cheia de crostas e um pequeno bigode. Mas comparada à vaca está era muito melhor. Não pegava tanto no nosso pé e tão pouco cuspia quando falava, a sua voz era mais suave mas mesmo assim rouba e autoritária.

Gritos de uma Adolescente: Rebelde?![Z.M].[L.H]Onde histórias criam vida. Descubra agora