Capítulo 15

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Emma Scott

" Você gosta dela?"
" O que? Claro que não! E nem pretendo também, você já a viram? Emma é só um rosto e um corpo bonito, algo legal para uma noite, apenas isso".
"Já tenho problemas demais para arrumar mais um".

Cada frase foi cortante como uma navalha, reuni toda força que restou no meu corpo para sair daquela sala, as lágrimas rolaram pelo meu rosto e o gosto salgado invadiu a minha boca, da mesma forma em que invadi pela segunda vez no mesmo dia a sala da Elie.

_ Já voltou? Tudo isso é saudade... _ A frase morre em seus lábios quando ela me olha. _Emma, o que aconteceu? _ O que eu diria a Eleonor? Diria que embarquei numa mentira a menos de 24 horas e que agora estou apaixonada pelo meu chefe? Ou melhor, diria que dormi na mesma cama que ela nesta noite?

_ Só estou com alguns problemas. _ Respondo entre soluços. _ Elie, você pode fazer um favor para mim? _ Ela confiarma. _ Poderia me entregar a minha carta de demissão?

_ O QUE? Como? Por que?

_ Não é nada demais, só não consigo mais continuar aqui, sabe? Eu preciso ir embora. _ Falo baixinho.

_ Emma o que tá acontecendo? _ Limpo o meu rosto com as mãos e respiro fundo.

_ Eu posso te contar depois? No momento eu só quero ir pra casa. _ E é aí que me lembro que nem isso poderei fazer, mas mesmo assim permaneço firme na minha decisão.

_ Vai demorar alguns segundos. _ Diz de forma triste.

_ Eu posso fazer de forma eletrônica?

_ Claro, Emma.

_ Fico no aguardo do envio, então. _ Caminho até a porta e me viro para dar tchau. _ Eu vou indo, depois de ligo, tá? _ Elie concorda e eu saiu da sua sala.

No caminho até o elevador me bato com Connor, que olha nos meus olhos e pergunta:

_ Quanto você ouviu?

_ O suficiente. _ O elevador se abre e nos entramos, um homem de terno grafite vinha seguindo na mesma direção, ele é lindo, posso estar destruída por dentro mas não estou cega, pele negra, cabelo devidamente cortado e uma barba rala, não é tão alto como os irmãos Davis, mas mesmo assim consegue ser bem maior que eu. Connor fez um sinal com a mão que o fez ficar parado a alguns metros do elevador que acabou de fechar as portas.

_ Eu quero deixar claro que não concordei com nada, e que inclusive estou saindo da empresa depois de discutir com o Isaac. _ Pelo visto Connor não é só o irmão mais educado.

_ Está tudo bem, Connor. Eu nem sei porque estou chorando, isso tudo é uma loucura. _ Falo dando uma risada falsa.

_ Emma, ele ofendeu você, tá tudo bem sentir raiva dele, não vou te julgar. _ Connor me abraça e eu seguro todas as lágrimas que se quer pensam em rolar.

Caminhamos até o térreo e ele me oferece uma carona, mas pra onde eu iria? Pro meu apartamento alagado e fedido de cola de papel de parede?

_ Entra no carro, Emma. _ O encaro levantando uma sobrancelha.

_ Não posso ir pra casa, teve um pequeno problema no apartamento, está interditado até domingo. _ Respondo meio cabisbaixa.

_ Vamos, eu te deixo no meu apartamento, vou viajar agora pela tarde e só retornarei no sábado a tarde, não se preocupe, a casa vai ser toda sua. _ Dois apartamentos, de dois Davis, em menos de um dia? _ Não vou deixar você na rua, entra logo!

_ Minhas roupas não estão aqui.

_ Então na casa do Isaac, né? _ O que? Mas como? _ Não me olhe com essa cara, Emma, não estou te julgando, e também não mandamos no coração, não decidimos se vamos gostar de alguém legal ou de um filho da puta.

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