One Horrible Winter's Day

DC al Coda

Cassandra quase grita de frustração ao se levantar do colchão.

Seu brinquedo no porão está morto, ela acabou de ter uma discussão feia com as irmãs e, o pior de tudo, está frio pra caralho. Ah, sim, e ela teve três sonhos com a mesma maldita empregada.

É quase sempre a mesma coisa.

Ela caminha pelo corredor de seu quarto em direção ao arsenal. Tem uma empregada terminando o chão, ela está sangrando muito pelo nariz. Cassandra enfia a língua no nariz da empregada de uma forma ou de outra e depois a mata. Exceto que, toda vez que a luz desaparece de seus olhos, Cassandra também desmaia e acorda na cama.

Ontem, ou como ela decidiu chamar de ontem, já que o dia já se repetiu três vezes, ela foi conversar com as irmãs e as encontrou ainda bravas com ela. Isso, é claro, só a deixou mais irritada. Eles não estavam zangados com ela há tempo suficiente?

Não, claro que não. Parecia que os dias só se repetiam para ela... e talvez para aquela empregada.

O dia se repetiria novamente? Cassandra pensou brevemente antes de decidir testar sua teoria. Ela vestiu o vestido com capuz, amarrou a foice no quadril e seguiu pelo corredor até o arsenal.

A empregada ainda não tinha chegado... Ótimo. Na maior parte do tempo, Cassandra não era uma mulher paciente. Mas quando se tratava de perseguir uma presa, ela podia esperar dias pelo momento certo para atacar. Então espere, até ouvir passos leves e barulho de água se aproximando pelo corredor.

O arsenal, novamente. Você recebeu o quarto pela quarta vez, ou pelo menos a primeira, e teve três sonhos hiper-realistas. Você nem quer começar a analisar por que continua fantasiando com Cassandra Dimitrescu. Por que ela continua aparecendo? Por que você quer que ela apareça? Por que seu coração palpita quando você pensa nos lábios macios dela nos seus?

Você nem fica surpreso quando vira a esquina e vê a mesma mulher que ocupa seus pensamentos, esperando no arsenal. Ela parece positivamente assassina, como se de alguma forma a culpa fosse sua. Você para de repente. A tensão na sala é palpável, o tempo parece parar enquanto vocês se olham. Então, de repente, ela se move. Você dá meia-volta e corre para algum lugar, qualquer lugar, bem longe dela.

Você vai mais longe desta vez, virando pelos corredores, até mesmo descendo um lance de escadas antes que ela o ataque, pegando seu ombro com a foice e rasgando sua carne. Sua cabeça bate no chão duro e sua visão gira enquanto o mundo escurece.

Ao acordar, você nem precisa abrir os olhos para saber que ainda está na cama de um dos aposentos dos empregados.

O dia começou novamente. Você sabe o que acontece agora. Você acorda, é designado para o arsenal, conhece Cassandra de alguma forma, morre e depois repete. Agora você sabe que ela está ciente da repetição e de alguma forma culpa você por isso.

O que você não esperava é que a porta se abrisse para revelar a silhueta furiosa de Cassandra Dimitrescu. E ela está olhando diretamente para você. Seu corpo se desintegra em um terrível enxame de insetos cruéis antes de se materializar na sua frente. A mão dela agarra a frente da sua camisola e você é arrastado sem cerimônia para fora do quarto.

Bem, isso é novo, pelo menos