Sobre Nós | Stamon

Capítulo 4

STILES

O que eu faço? O que eu faço? O que eu faço? Repito essa mesma pergunta por alguns segundos até perceber que preciso reagir, tem um vampiro na minha sala sangrando e não sei o que fazer. Pensa Stiles, o que você pode fazer pra tentar resolver esse problema, preciso de uma solução, urgente, muito rápido.

Encaro o corpo desmaiado do Damon no chão e decido que a melhor opção agora é ver o quão extenso é o machucado, levando em conta a quantidade de sangue que mancha todo o meu chão deve ser uma ferida muito grande e não sei como vou tratar ela, abro os botões da camisa dele e me surpreendo ao ver e perceber que o machucado estar cicatrizando, desmorono no chão respirando pesado, me sentindo mais tranquilo, regeneração, parece que assim como os lobos os vampiros também tem poder de cura, o que é ótimo, não saberia como cuidar de uma ferida com enorme proporção.

Analiso tudo ao meu redor, pensando em como vou levar esse poste até o meu quarto, não posso simplesmente deixá-lo jogado aqui, meu pai vai chegar em algumas horas e ainda preciso limpar todo esse sangue, fora o fato de dissipar o cheiro de sangue, meu pai é Xerife, se não fizer um bom trabalho com a limpeza ele vai saber, e consequentemente, estarei ferrado, como vou explicar que um vampiro apareceu na nossa porta e simplesmente desmaiou assim que entrou?

Bem, diante da situação em que me encontro, faço a coisa mais provável que posso fazer, ele se cura rápido e nem vai se lembrar mesmo, seguro os dois braços do Damon e o arrasto escada acima, puxando-o até o meu quarto, começando uma luta novamente ao tentar colocá-lo na minha cama, levo uns bons minutos, mas enfim consigo. Desço as escadas e começo a limpar todo o sangue do chão, tendo que repetir todo o processo umas três vezes até não existir a mínima possibilidade do meu pai saber o que aconteceu aqui.

Quando acabo são praticamente seis da manhã e eu não dormi nada, me sinto exausto com a possibilidade de ter que ir para o treino de lacrosse às oito, mas se eu não for, o treinador acaba comigo.

Subo às escadas querendo me deitar na minha cama por todo o tempo que me resta, é o que eu faço, me deito no lado oposto em que o Damon está, logo após programar o despertador para as sete e quarenta. Estou tão cansado que assim que fecho os olhos sou puxado pra escuridão, dormindo de imediato.

Porra, que barulho irritante, tateio a mão pelo colchão procurando o celular para poder desligar esse alarme maldito, mas tomo um susto ao tocar em alguém e então lembro de todos os acontecimentos recentes, me despertando em seguida, lembrando do treino que preciso ir daqui vinte minutos, me levanto da minha cama e vou tomar um banho, é tudo o que preciso, um banho quente pra relaxar depois de ter às vinte e quatro horas mais agitadas da minha vida.

Foram várias coisas acontecendo em um período muito curto de tempo, vamos com calma, hoje ainda é sábado. Saio do banheiro e mudo de roupa, analiso o corpo apagado do Damon deitado na minha cama, procurando qualquer sinal de que ele irá acordar em breve, o que parece improvável levando em conta que ele ainda não se curou completamente, acho que ele vai precisar de sangue, depois do treino irei até o hospital atrás de algumas bolsas.

Desço às escadas, sou pego de surpresa ao ver meu pai sentado na bancada da cozinha lendo jornal e tomando uma xícara de café.

— Bom dia. — Cumprimento-o anunciando minha presença.

— Acordou cedo para um sábado. — Meu pai sorri para mim, sabendo o quanto odeio acordar cedo nos finais de semana — A julgar pela roupa do time, vai ter treino certo?

— Sim. — Digo com uma carranca fazendo-o gargalhar pela minha falta de entusiasmo.

— Stiles meu filho, você precisa melhorar esse seu humor, ninguém te obrigou a entrar no time, você mesmo que decidiu isso. — Acusa rindo, sabendo que não tenho como refutar essa afirmação, afinal amo lacrosse, mas não sou um bom jogador realmente, não tenho físico pra isso.