Capítulo 14

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STILES

Porra, porra, porra, repito essa palavra como se ela fosse um maldito mantra. Vou morrer, eu tenho certeza de que vou morrer. E se estiver largado na floresta em plena madrugada sendo perseguido pelas coisas que querem me matar não for o bastante, eu não sei mais o que será o suficiente pra que eu atinja o fim da minha vida. Respiro profundamente em desespero tentando raciocinar, tentando tirar da mente qualquer plano que possa me livrar de toda essa merda que eu me enfiei. Eu deveria ter ouvido a Sylina, elas são fortes demais e pra piorar, tiveram centenas de anos pra aprimorar essa perseguição psicótica contra mim.

— NÃO ADIANTA FUGIR GAROTO! — Ouço a voz da Sybil de fundo e tremo com a possibilidade de ser alcançado — Não tem como se salvar mais, o destino já foi mudado, a partir do momento em que o Damon foi morto. — Ri e lágrimas ameaçam cair quando lembro do Damon, de vê-lo morrer por mim.

Corro, meus pés doem, mas mesmo que toda a pele se desgaste, não vou parar. O soluço escapa do fundo da minha garganta quando lembro da última coisa que prometi pra ele —— sobreviverei para vê-lo de novo, meu amor. — — Irei cumprir ela não importa o que tenha que fazer. Finalmente vejo o nemento e sorrio de alívio, nunca fiquei tão feliz em ver ele. Ando o mais rápido que posso com toda a energia que me resta, depois de tudo, ainda cheguei muito longe.

Lágrimas começam a escorrer quando finalmente toco o nemento, soluço de felicidade e o abraçando, minhas pernas cedem, minhas forças cessam, rios de lágrimas caem, meu queixo treme e nunca me senti tão solitário, tão impotente, a sensação, é horrível. Tento me reerguer, não deixando a tristeza me deixar querer desistir, me elevo e me sento no nemento. Suspiro sabendo o que tenho que fazer, sabendo que nunca mais irei vê-lo, sem sorrisos, abraços na hora de acordar, danças durante o jantar, seus braços ao meu redor tentando me confortar, beijos na testa como despida, mas lembrar que nunca mais irei ouvi-lo dizer que me ama é o que me quebra, meu coração se parte com as lembranças, do que elas me tiraram.

Tiro a faca do bolso do meu casaco e faço um corte grande e fundo na minha mão, não me importando se irá ou não doer, estou dormente, nada me afetará, não depois de perdê-lo. Puxo ar para os meus pulmões enquanto tento me acalmar. O sangue escorre e pinga no nemento. Estou tão perto, quase lá. Me concentro em recitar as escrituras sagradas, tentando não errar palavra alguma por conta do estado emocional em que me encontro.

— Achei você. — Me viro lentamente vendo-a abrir um sorriso e caminhar até mim, toda a força do meu corpo se vai, não consigo mexer nem um só músculo, estou exausto, físico e emocional. Me sinto drenado. — Eu disse que te acharia, garotinho. — Sybil sussurra quando para na minha frente.

Encaro a mulher que destruiu minha vida, matou meus amigos, minha família e o homem que eu amava, ódio, eu a odeio, eu sinto tanto ódio que simplesmente matá-la não acalmaria minha alma, não seria o suficiente, a torturar pela eternidade ainda não me faria sentir melhor, não com a ausência dele sempre pairando sobre mim.

— Está tão caladinho, Stiles. — Sybil passa a mão pela minha bochecha, sinto o sangue escorrer quando suas unhas se arrastam por elas. — Que tal acabarmos com isso aqui? Garanto que dessa vez, será a última. — Desliza a mão até meu pescoço e o aperta, sinto a falta de ar se fazer presente, mas sorrio. Sorrio porque sei que não haverá próxima vida, não haverá mais sofrimento. Sylina deixou isso claro quando desistiu de viver em busca do seu final feliz.

— Sim, essa será a última. — Digo com dificuldade, vendo a Sybil fazer uma cara de confusa — Nunca mais tocará em mim, sua vadia. — Agarro a faca com força e o arrasto pelo seu pescoço, fazendo sangue começar a escorrer do corte de que fiz.

Sybil leva as mãos até o pescoço tentando conter o sangramento, mas em vão, caminho até ela e enfio a faca no peito dela, uma, duas, três, quatro vezes, não paro, não até ver a vida sumir por todo seu rosto. Respiro fundo e me levanto, tentando assimilar tudo o que houve, o que acabei de fazer, as pessoas que perdi. Me apoio no nemento e sinto meu corpo pesado, tão pesado.

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