CAPÍTULO 4

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L E T Í C I A

Acordei aos poucos, sentindo ainda enjoada e com a cabeça doendo pesada. Foi tudo tão repentino, que meu coração parece que vai parar ao ver o Enzo ao meu lado, sua expressão preocupada e me avaliando em silêncio, até me faz relaxar um pouco, porém, quase nada comparado ao que sinto.

— respira profundamente, para melhorar o mal estar. – Incentiva, sua mão grande com um cheiro bom de maresia me fazendo relaxar. — eu trouxe água pra você, mas, apenas quando se sentir bem. – sorriu preocupado, e ainda encaro ele como uma louca.

Eu estava contando o que aconteceu comigo, e ele abaixou o rosto e beijou meu pé, porém, no instante que isso estava acontecendo, tive a impressão de ver a sombra de um tubarão junto a ele, e me senti entrando em pânico, foi tão rápido que não consegui ao menos tentar demonstrar o quanto estava me sentindo mal. Talvez seu nome, represente bem o que ele é, porque seu jeito de agir e falar, é como de um conquistador ou caçador, intimida um pouco, apesar de no meu interior sentir uma satisfação estranha na sua presença, mesmo assim me sinto como se estivesse sendo oprimida por sua presença.

— Já passou. – Declaro puxando um fôlego, e tentando relaxar e clarear minha mente.

— Quer me dizer o que houve? — Pergunta permanecendo com a mão no meu rosto, os dedos acariciando com cuidado, e faço o possível para não repudiar seu toque efêmero.

— Desculpe. – neguei rindo envergonhada, por não conseguir dizer o que houve.

— Tudo bem. A Manu já está chegando. – avisou com um sorriso calmo, e relaxo um pouco mais, feliz por ela vir.

— Não era necessário. – neguei em total fingimento.

— Você desmaiou, não é normal isso. – Declarou preocupado. — O que tiver acontecido, deve ser cuidado pra que fique bem. – engulo em seco, pensando se assumo o ataque de pânico e o motivo, e eles me declaram louca de vez.

— Cheguei! – a Manu chama nossa atenção, entrando apressada. — que bom que já acordou. Como se sente? – Se aproximou me olhando rapidamente, quase me escaneando com o olhar.

— Estou bem. – declaro tentando passar confiança sobre isso.

— Passou em torno de três minutos apagada. – Enzo já foi dizendo rapidamente. — ela teve um pico de adrenalina muito alto, antes de entrar em colapso e apagar. – finalizou me deixando espantada por ele ter percebido esses detalhes todos, e não o que sua aproximação tão inesperada me causa.

Eu sei, ele me trouxe para a cama e chamou a médica, e pareço egoísta em ainda assim me sentir inquieta com sua presença, porém, não consigo acompanhar a sua forma inabalável e ainda a imagem do predador que apareceu sobre sua imagem.

— Teve um ataque de pânico, querida? – Manu se preocupa, pegando minha mão com carinho. — pode confiar em nós, caso algo esteja incomodando. – Deu um sorriso meigo, algo quase maternal e protetor, que me fez sentir lágrimas escorrendo nos meus olhos. — Ho querida. – me puxou me envolvendo em seus braços em um abraço gentil e estranhamente quente e acalentador.

— Estou com medo de está me perdendo na minha mente. – admito em um fungado choroso, e ela se distância um pouco. — Desde o acidente, acho que bati minha cabeça. Tenho sensações estranhas. – admito nervosa.

— sensações? – incentiva me dando um sorriso, segurando minhas mãos junto as suas com calma.

— não sei explicar. – admito frustrada. — eu poderia falar com você sozinha um pouco? – peço sem olhar para o Enzo, me sentindo envergonhada por está despachando ele assim.

A COMPANHEIRA DO SHARKOnde histórias criam vida. Descubra agora