CAPÍTULO 15

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L E T Í C I A

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L E T Í C I A

A água desliza por meu corpo de forma suave. O brilho do luar na água é algo que me deixa emocionada e cativada, causa uma carícia boa no mais íntimo do meu ser, e me deixa se sentindo cuidada.

“— Estamos chegando.” – Shark avisa na minha mente, e vejo luzes de uma embarcação a distância.

“— Sinto cheiro de comida temperada!” – comemoro, porque a idéia de comer os peixes vivos não me agrada muito.

“— Vamos lá, bebê. Comer talvez um salmão?!” – Me provoca, seu corpo batendo no meu com provocação.

“— Vê se me erra, tubarão bobo.” – Tento morder a sua barbatana, mas ele escapa rápido.

— vou entender isso como chamado pra acasalar.” – Insinua e tento alcança-lo mais uma vez.

“— Se eu respirar, você acha que é chamado pra acasalar.” – Reclamo, mesmo que no fundo, tipo bem no núcleo interno da terra, eu gosto de como é sempre sacana e atrevido. “— ainda passou duas horas explicando sobre não dar liberdades a golfinhos, porque eles são baderneiros, tarados e sem o mínimo respeito ao corpo alheio.”

“— eles são. Já disse, mantenha distância dos machos, eles não são confiáveis, em especial os selvagens.” – Declarou sério, e vi que ele está temeroso por isso.

“— tudo bem.” – Admito me esfregando nele, que emite satisfação e cuidado.

Eu sei que os golfinhos não são fofinhos como demonstra. Vivi a maior parte da minha vida em diversas praias e conheci a suas formas de agir, em especial quando querem sexo ou simplesmente “brincar” com outras criaturas menores, ou mesmo encurralar e atacar presas maiores, que se encontrem indefesas.

“— vamos entrar aqui?” – pergunto vendo o Shark assumir seu corpo humano, na borda da embarcação.

— sim! É um restaurante de uma amiga. – Ele sorriu bonito, puxando seus cabelos compridos para trás. — Vamos comer e relaxar um pouco. – concluí sentando na escada.

“— vamos entrar nus?” – me preocupo e ele nega me puxando com suas pernas, quando assumo meu corpo humano.

— Não vou deixar que outros machos vejam a minha fêmea. – resmunga enciumado e reviro os olhos para ele. — Ainda não estou impregnado o suficiente em você, para permitir que outro te veja. Talvez quando já tiver nosso filhote em sua barriga, seja mais fácil. – declara tocando meu rosto, e acho desnecessário comentar que não sei se me sinto bem ficando nua na frente de outros.

— vim assim que senti vocês chegando. – Uma morena alta e sorridente chegou trazendo roupões em seus braços. — Sejam bem vindos ao À la mer. – Nos cumprimenta animada.

A COMPANHEIRA DO SHARKOnde histórias criam vida. Descubra agora