Soube que ela e Alan se casaram. Fui parar no hospital nesse dia, coma alcoólico os médicos disseram.
— Maria, por favor, me perdoe, por favor volta pra mim...
Isso era o que eu berrava enquanto estava em prantos na hora de seu casamento, eu sei, eu sou patético, talvez eu tenha aparecido em sua porta antes, porque sabia que ela iria se casar e queria impedir isso, mas dessa vez só deixei que o destino fizesse o que tinha que fazer, embora muitas vezes eu quis ir até o local de seu casamento impedir, fazendo uma entrada dramática como nos filmes, mas a única coisa que fiz foi beber até chegar nesse estado.
Antes disso, em meu total estado de embriaguez, fui até meu tatuador e pedi que fizesse outra tatuagem embaixo do cadeado, uma frase escrito
In another life...
Do outro lado tatuei a frase de uma música do Artic Monkeys que me lembra ela toda vez que escuto
I Wanna Be Yours...
De novo, patético, e brega. Acordei do coma alcoólico no hospital sentindo uma queimação no peito e pensei que fosse uma dor metafórica, mas era das frases que nem me lembrava que tinha feito, senti um arrependimento de imediato, mas já estava feito.
Quando se casou decidi me mudar, não somos amigos, eu não consigo estar perto dela sem a desejar, sem ver o futuro que era para ser meu, nosso, e ela também não falou mais comigo.
Estou morando em Virgínia, Quantico para ser mais exato, sede do FBI, já que trabalho para eles como analista, assim fico bem longe de qualquer tentação que possa vir a ter de ir até ela ou ligar para ela.
Claro que ainda me preocupo com ela, sei onde está e se está bem, ela teve um bebê, uma menina e colocou o nome de Summer. Toda vez que algo acontece na vida dela, eu penso que era para ser nós dois, eu preciso fazer terapia urgente, sou um puto invejoso, mas ao invés disso prefiro beber. Mando um cartão para ela, sei que vai ficar feliz e nada surpresa por eu saber, mas quero que saiba que também estou feliz por ela, que sinto orgulho dela.
Nunca mais amei ninguém, prometi a mim mesmo não me permitir amar, o amor não era para ser sinônimo de dor, mas é, e nunca mais quero sentir isso na minha vida.
Mais de dez anos já se passaram, estou em um caso com a equipe e viemos para Nova York, por pura coincidência, destino, acaso, ou chame do que quiser, inacreditavelmente acabei esbarrando em Maria.
Ela está tão linda, meu coração a tanto tempo parado voltou a bater quando a vi, e bateu mais rápido ainda quando Summer me chamou de tio Jake, depois de tantos anos, Maria ainda me fascina pelo fato de ter dito a sua filha com Alan, sobre mim, o suficiente para que Summer me considere seu tio.
Prometi a ela que não iria mais sumir de suas vidas, e vou cumprir essa promessa. Marcamos de almoçar juntos e quando ela chega, começo a suar, me levanto para cumprimentá-la.
Ela me dá um abraço forte e demorado, senti tanta falta dela. Ela está igual, com seu mesmo estilo casual, calça jeans apertada azul escura quase preta, tênis baixo no pé, uma camiseta preta com um decote V bem discreto, um jaqueta jeans preta, os cabelos longos como sempre teve e escuros, porém com vários fios brancos e com aquele sorriso largo e sincero que faz meu coração palpitar.
Se senta na minha frente, os olhos estão lacrimejados, ela apoia o cotovelo na mesa e põe a mão no queixo e me olha.
— Achei que fosse trazer a Summer — começo a dizer para quebrar esse clima de tristeza e alegria.
— Ah, não! Ela está na escola agora. — ela tira a mão do queixo e faz um gesto com a mão. — Como você está, Jake?
— Eu estou bem — minto, na verdade não faço ideia do que estou sentindo.
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Vida solitária de Hacker - Spin Off Sempre foi você - Duskwood
FanfictionSpin-off da fanfic Sempre foi você - Duskwood, então recomendo que leia primeiro aquela fic e depois essa. Nessa história, vamos acompanhar o Jake, sua nova rotina, novas amizades, como seguiu em frente depois de Maria ficar com Alan e depois que e...