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Larissa:
Lisboa Portugal, Rock in Rio.
"Não vai conseguir?" - escuto no ponto do meu ouvido.
"Não. Diminui a iluminação" - digo apertando no botão do microfone, só pra minha equipe ouvir.
Na minha última música do setlist, Show das Poderosas, minha visão começou a querer escurecer no meio da música e eu comecei a sentir tontura e fraqueza. Por sorte foi só na última música, consegui cantar o show inteiro. O ensaiado, foi eu ir até o final da pista junto com o meu ballet pra me despedir do público, mas nem isso eu consegui fazer. Fui me afastando pra trás e fiz um sinal pra Arielle ir com eles sozinhos, e depois corri até atrás do palco e fui recebida pela minha família.
— Soro, soro, soro! - digo apontando pro meu braço e meu irmão é o primeiro a sair correndo pra chamar os enfermeiros. — Preciso de soro logo ou eu vou desmaiar. - eu digo me apoiando na minha mãe e minhas tias me ajudam a sentar em uma cadeira e começam a abanar meu rosto.
Acabei de encerrar a minha Eurotour e com chave de ouro finalizei no Rock in Rio Lisboa. Energia incrível, uma multidão de pessoas com as minhas músicas na ponta da língua, foi incrível. Até arrisco a dizer que esse foi um dos melhores shows que eu já fiz, um dos mais marcantes. Entrei no jatinho às três da manhã para voltar para o Brasil depois de ficar algumas horas de descanso tomando soro, felizmente eu não desmaiei. Eu estava exausta de tanto cansaço, várias semanas seguidas de shows e meu corpo pedia socorro depois dessa tour, agora eu estava voltando pra casa pra ter alguns dias de descanso antes de voltar a viajar. Dormi as quase dez horas de voô de Lisboa até o Rio de Janeiro, só acordei com a turbulência enquanto estávamos chegando.
— Achei que você estava desmaiada. - Lucca diz enquanto eu agarrava a mão dele. Turbulência era o meu maior medo das viagens, mesmo sabendo que o avião não caia por isso eu odeio essa sensação, me acabo de medo.
— Estou arrependida de ter acordado bem nessa hora. Ai! Puta que pariu! - eu digo e fechando os olhos, e assim fiquei até a turbulência passar.
Chegamos no Brasil um pouco mais de meio dia e o sol estava torrando. Quando saí do aeroporto, enxerguei fãs parados de frente a minha van, com as câmeras ligadas e celulares gravando. Eu sempre acho impressionante o fato deles saberem exatamente quando eu estou voltando, eu sempre sei que eles vão estar aqui mas às vezes eu me surpreendo porque não espero, e esqueço. Bem antes quando descemos do jatinho, pedi pro Lucca andar de pressa na frente e entrar na van primeiro que eu, pra não especularem e sair nos sites de fofocas que nós estamos namorando igual todas as vezes que sai quando eu começo a ficar com alguém. Mas acho que não vai adiantar muito já que tem gente aqui também pra tirar fotos, já viram ele entrar lá dentro. Chegando na van, tiro a máscara pra tirar foto com os fãs, depois entro com o resto da equipe.
— Estou falecendo. - Carina diz se jogando no banco vazio.
— Nem me fale. Eu só queria uma folga de uma semana inteira, é demais? - falei tirando os óculos e deito a cabeça no colo de Lucca, que logo começou a fazer cafuné na minha cabeça.
