I'm fine

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Lauren Pov'

Respirei fundo pela milésima vez ao ouvir Camila resmungar baixinho sobre como o banco de couro a incomodava, me deixando a ponto de quase jogá-la para fora do carro.

— Eu vou colocar uma música. Isso aqui tá muito chato e...

— Eu não gosto de música enquanto dirijo.

A cortei, vendo pela visão periférica quando ela cruzou os braços abaixo dos seios e tornou a olhar pela janela.

Agora mais do que nunca eu quero que essa investigação acabe logo, porque aturar essa criatura é demais para um ser humano fazer.

Estávamos a caminho do terceiro galpão, já que os dois últimos não deram em nada e a cada minuto que eu passava dentro do carro eu faltava quase morrer de tédio e incômodo.

Era sempre esse mesmo sentimento ruim quando Camila e eu trabalhávamos juntas em algum caso e eu preferia trabalhar com um cacto do que trabalhar com ela.

Algo nela me irritava sem nem eu ter ideia do porque, além das coisas que eu sabia que me tiravam do sério naturalmente. Por mim Camila ficaria bem longe do departamento no qual eu trabalhava, mas parece que o universo sempre quer testar minha paciência.

— Estamos quase lá.

A mais nova comentou, como se para ela o silêncio também fosse fodidamente incômodo.

— Você aceita chiclete?

Parei no sinal vermelho e olhei para a de olhos castanhos que segurava uma caixinha de chicletes em minha direção. Parece que a culpa por ter me queimado bateu mais forte, já que ela nunca era tão cordial comigo.

— É de uva!

Respirei fundo, estendendo a mão para ela e observando ela colocar, gentilmente, um chiclete em minha mão e logo o sinal se abriu, deixando-me levar o chiclete à boca antes de voltar a dirigir.

— Obrigada.

Agradeci da forma mais sem emoção que eu tinha em mim e estranhamente dessa vez não foi por mal, mas o cérebro parece que já está programado para reagir dessa forma à Camila.

Cabello guardou o restante dos chicletes no bolso de seu blazer e tornou a cruzar os braços, deitando a cabeça na porta, já que a janela estava aberta.

Observei, com minha visão periférica, o jeito no qual ela analisava a rua e as pessoas que cruzavam o caminho dos nossos olhos. Camila parecia interessada em sentir o vento contra seu rosto e perceber cada mini partícula que passava diante de seus olhos.

Estranha.

Pensei e logo revirei os olhos por estar querendo implicar até com o jeito no qual ela olhava.

Me concentrei totalmente na estrada, chegando ao nosso último destino depois de 20 minutos. Camila e eu descemos do carro, analisando toda a estrutura do galpão abandonado.

— Acha que encontraremos algo aqui? – Indaguei ao retirar meus óculos.

— Espero que sim. Precisamos solucionar logo tudo isso – Olhou-me por alguns segundos – Vamos lá, Jauregui.

Caminhamos devagar, ambas olhando tudo à nossa volta. Paramos na entrada, nos olhando e pegando nossas armas antes de enfim adentrar aquele lugar.

Assim que passamos por um corredor, um cheiro forte tomou conta dos nossos sentidos e logo nos entreolhamos. Tinha coisa ali.

Olhamos algumas grandes salas que tinham ali, vendo algumas partes com algumas coisas queimadas e outras com sangue seco pelo chão.

— Parece que encontramos nosso pote de ouro – Comentei.

Just a CaseOnde histórias criam vida. Descubra agora