Camila olhou em seu relógio de pulso, vendo que faltavam dez minutos para a 01:00 da madrugada. Estacionou o carro naquela clínica, agradecendo aos céus por ter pego o carro de aluguel ou teria que pagar uma fortuna em táxi para rodar por cinco horas.
Respirou fundo antes de tirar a chave da ignição, descendo e travando o carro, passando a caminhar em passos rápidos até a entrada daquele lugar.
Adentrou o ambiente, sorrindo para algumas pessoas que estavam lendo algo ou tomando um simples café. Se aproximou da recepcionista, essa que abriu um sorriso enorme ao vê-la.
— Olá, Camila.
— Olá, dona Ruth – Sorriu de volta.
— Chegou um pouco tarde hoje.
— Fui encaminhada para a cidade vizinha. Estamos resolvendo um caso grande por lá – Suspirou – Como ela está hoje?
— Essa manhã ela acordou muito mal humorada. Não queria comer e nem sair para o pátio.
— Ela não comeu nada hoje de novo?
— Ela só quis algumas bolachas. Aquelas recheadas que você manda sempre.
— Entendi. Você pode mandar alguma coisa para o quarto dela? Eu vou tentar fazer ela comer.
— Tudo bem, eu vou pedir para a Jennifer levar.
— Obrigada! – Sorriu e ajeitou seu sobretudo. – Eu já posso entrar?
— Pode sim, minha filha. Fique à vontade e qualquer coisa nos chame.
— Certo!
Camila, mais uma vez, puxou forte o ar para seus pulmões, coisa essa que ela sempre fazia antes de ver aquela mulher que sempre foi seu porto seguro e que agora estava tão debilitada.
Andou com bastante calma até aquele quarto tão conhecido por ela, fechando os olhos por alguns segundos antes de abrir a porta. Colocou apenas a cabeça para dentro, observando a mais velha olhando para o teto enquanto sibilava algumas coisas, segredos que contava apenas a si mesma.
Deu três batidas na porta, adentrando o quarto por completo e vendo os olhos castanhos caírem sobre seu corpo, e aquele belo sorriso aparecer em seu rosto.
— Olá, Helena.
Camila sentiu seu coração se quebrar como sempre acontecia quando sua mãe a chamava por algum outro nome, mas como sempre, ela colocou nos lábios o maior sorriso que conseguiu.
— Olá, Mi rayo de luz.
Sinuhe, aquela doce mulher que a deu a vida, a olhava sempre com ternura e um brilho inexplicável nos olhos, fazendo com que o coração mais novo se agitasse sempre que recebia aquele par de castanhos.
Infelizmente Sinu havia sido diagnosticada com Alzheimer há alguns anos atrás e agora se encontrava na fase 4, a pior e a que mais machucava Camila.
Camila precisou colocar a mais velha nessa clínica depois de ela passar a se acidentar em casa, também estranhava algumas vezes aquele seu lar e saia vagando pelas ruas, deixando a mais nova em picos de preocupação.
Sabia que sua mãe não tinha muito tempo, mas mesmo assim era difícil de aceitar que perderia todos os dias mais um resquício daquela mulher incrível que ela amava.
Se sentia impotente por não poder fazer nada e doía mais do que tudo ver, aos poucos, aquela mente brilhante se dilacerando.
— Venha, Helena, se sente aqui.
A voz da mais velha tirou a Cabello menor dos pensamentos, a fazendo se aproximar da cama e se sentar na cadeira ao lado. Observou o lindo rosto de sua mãe, se perguntando mais uma vez o porquê de essa doença ter a pegado. Era difícil como ninguém no mundo saberia explicar.
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Just a Case
FanfictionUma investigação, variadas vítimas, duas detetives. Camila e Lauren são detetives de diferentes departamentos de homicidios, mas foram colocadas juntas para solucionar um caso importante. Camila era destaque por ser extremamente boa em seu trabalho...