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🎸 | Boa leitura!

Foi uma péssima ideia armar uma surpresa para a Lili, mas pelo menos a ideia não foi minha

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Foi uma péssima ideia armar uma surpresa para a Lili, mas pelo menos a ideia não foi minha. Camila não deveria saber que sua melhor amiga não gosta de comemorar a próprio aniversário? Bom, vou dar um sermão nela depois.

Lili me contou toda a sua história e eu ainda estou tentando processar as informações. E não estou querendo comparar sofrimentos, mas a minha vida parece ter sido moleza depois de ouvir tudo isso. Ao menos eu deixei isso para trás, mas ela ainda cuida dos pais e dos males que aquele acontecimento deixou. Não sei se sinto mais admiração ou mais tristeza por ela.

E é claro que eu queria poder reparar isso, mas tudo o que eu posso fazer é continuar a envolvendo em meus braços até que ela sinta que não precisa mais disso.

Estou encostado contra o sofá, Lili está deitada em meu peito. Envolvo seu corpo com um dos braços e seguro sua mão que repousa sobre mim, dedilhando os seus dedos delicados um por um. Nem acredito que estou tocando nela desse jeito, parece surreal que ela deixe e precise disso vindo de mim. Mas é claro que isso é porque está vulnerável, é um momento específico, talvez não aconteça de novo, então tento me atentar aos detalhes para gravar na memória.

Percebo que ela está respirando fundo e dou uma olhada para conferir. Ela dormiu. Agora tento não me mexer para não acordá-la. Aproveito o silêncio e a abraço, fecho meus olhos por um instante, acaricio o braço dela, deixo alguns beijos em seu cabelo e tudo isso me faz sorrir. Estou esperançoso sobre o futuro e agora que sei tanto sobre ela, minha vontade de mantê-la segura bem perto de mim aumentou.

Decido tentar levá-la para o seu quarto agora que ela dorme mais profundamente. A pego no colo com cuidado para não acordá-la e vou até o elevador. Que bom que não tem nenhum hóspede passando para ver isso e fofocar por aí depois. Quando paro no andar correspondente ao quarto dela, vejo Camila prestes a bater. Ela nos vê e faz menção de dizer algo, mas eu balanço a cabeça negativamente e murmuro um "depois" inaudível. Ela parece meio chateada e olha para a Lili com preocupação. Lanço um olhar tranquilo para que ela saiba que não precisa se preocupar.

Entro no quarto e caminho até a cama. Antes de deitá-la, observo seu rostinho sereno, tão tranquila que nem parece a mulher que se derramou em lágrimas há meia hora. A trago para mais perto e beijo sua testa antes de abaixar e acomodá-la sobre o colchão. Retiro os seus sapatos para que fique mais confortável e sorrio para o modelo de calçado de sempre. Os sapatos assustadores.

A cubro com o cobertor e novamente deixo um beijo em sua testa. Acho que estou ficando viciado em fazer isso.
Quando levanto para sair, ela agarra a minha mão. Olho por cima do ombro e vejo seus olhos semicerrados me encarando.

— Não vai embora. — pede com a voz um pouco falha. — Por favor.

Sorrio e me sinto derreter um pouco. Como eu poderia dizer não? Dou a volta na cama, retiro os meus sapatos e a minha jaqueta e me deito ao lado dela. Ficamos de frente um para o outro, estamos tão perto que sinto sua respiração quente tocar a pele do meu rosto. E mesmo ali na pouca iluminação, ela continua sendo a coisa mais linda que eu já vi. De repente, eu sinto uma enorme necessidade de que ela saiba disso.

Backstage ˢᵖʳᵒᵘˢᵉʰᵃʳᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora