Sarah rondava seu escritório como um predador enjaulado, com o olhar fixo na porta. Momentos atrás, Thatcher a informou que Tally havia recebido autorização do consultório médico. Sem hesitação, Sarah solicitou a presença de Tally em seu escritório, dispensando os convidados. Incerta sobre como a conversa iria se desenrolar, Sarah não queria nenhum olhar adicional sobre eles, embora confiasse irrevogavelmente.
Um turbilhão de emoções percorreu a mente de Sarah enquanto ela refletia sobre os acontecimentos recentes. A raiva irracional corria em suas veias, alimentada pelo conhecimento de que Tally havia se colocado em perigo ao defendê-la. Ela estava igualmente chateada por Tally ter brigado com outro cadete no campus, uma clara violação do código de conduta. Tally precisava aprender a controlar seu temperamento; ela não poderia recorrer à violência toda vez que alguém desrespeitasse Sarah, ou ela se veria em constante conflito.
No entanto, em meio à sua raiva, um calor encheu o coração de Sarah quando ela pensou em Tally defendendo-a. Sarah estava bem ciente de que havia conquistado o respeito de seus colegas, mas o número de indivíduos dispostos a defendê-la limitava-se a Thatcher e agora a Tally.
Enquanto a voz de Thatcher ecoava em sua mente no momento em que uma batida suave ressoou na porta.
" Ela está na porta. Voltarei em uma hora para acompanhá-la de volta. E Sarah, seja gentil com ela ", aconselhou Thatcher.
Sarah mal registrou as palavras de Thatcher enquanto caminhava em direção à porta e a abria. Apesar de sua incerteza sobre o que diria, todos os pensamentos desapareceram ao ver Tally nervosa parada do lado de fora, com um hematoma considerável adornando sua bochecha direita.
Um suspiro involuntário escapou dos lábios de Sarah ao ver o hematoma. "Achei que o médico tivesse declarado que você estava apto", ela disse.
Tally se mexeu e seus lábios se estreitaram. "Eles fizeram. Nenhum dano duradouro", ela respondeu.
Sarah alargou a porta, convidando silenciosamente Tally a entrar, e Tally obedeceu, entrando.
"Se você foi inocentado, por que está com um hematoma no rosto?" Sarah perguntou, seu tom endurecendo pelo descuido.
Tally se voltou para Sarah e seus olhos suavizaram-se em resposta à preocupação de Sarah. "É o protocolo do campus. Entrei em uma briga fora do treinamento. A autorização só cobriu ferimentos com risco de vida. O resto vai sarar naturalmente."
Fervendo de frustração, Sarah percebeu que havia esquecido o estatuto que havia instituído no campus há muito tempo, que visava reduzir as brigas, permitindo que ferimentos dolorosos cicatrizassem sem intervenção mágica. Esse pensamento nunca passou pela sua cabeça quando Tally procurou assistência médica.
Avançando para o espaço pessoal de Tally, Sarah estendeu a mão lentamente, seus dedos mal roçando o hematoma. Os olhos de Tally se fecharam ao toque quase imperceptível.
"Eu posso curar você", declarou Sarah.
Os olhos de Tally se arregalaram e ela imediatamente balançou a cabeça, protestando. "Você não pode, e você sabe disso."
Sarah fez uma careta, as palavras de Tally a atingiram profundamente porque ela estava certa. Outro aspecto do estatuto determinava que qualquer curandeiro que curasse ferimentos sem a permissão do comando enfrentaria consequências.
"Eu sou o General. Posso me conceder permissão para curar você", insistiu Sarah.
Tally sorriu tristemente, balançando a cabeça antes de recuar. — Você não pode — implorou Tally suavemente, com os olhos implorando a Sarah. "O que você acha que acontecerá quando eu aparecer amanhã com os ferimentos curados enquanto Porter ainda estiver se recuperando? Isso só vai piorar as coisas."

VOCÊ ESTÁ LENDO
Soulbound
FanfictionNo segundo em que Sarah Alder fez de Tally Craven uma biddie, algo muito além da conexão padrão de biddie se manifestou.