Soulbound

Conspiração e Política

O rangido assustador do entrelaçamento de madeira chegou aos ouvidos de Sarah antes que, abruptamente, a porta do escritório fosse violentamente arrancada das dobradiças. Lascas de madeira dançaram no ar quando uma furiosa Tally Craven entrou na brecha. Os cabelos ruivos de Tally flutuavam ao seu redor, enquanto sua magia estalava como correntes elétricas na atmosfera.

"Tal."

Sarah e May pronunciavam o nome de Tally simultaneamente, mas a maneira como o pronunciavam era muito diferente.

May exclamou o nome de Tally com uma mistura de surpresa e condenação, a voz alta e desaprovadora. Enquanto isso, Sarah sussurrou com admiração e reverência, sua voz cheia de admiração.

Tally parou alguns passos antes de entrar no escritório, fixando o olhar primeiro em Sarah, avaliando-a rapidamente antes de passar para sua mãe, com os lábios se estreitando e os olhos brilhando.

"Você não tem o direito de falar com ela dessa maneira."

A voz de Tally sibilou como uma serpente, sua magia se enrolando ao seu redor, pronta para atacar.

Os olhos de May Craven se arregalaram com a visão, seu olhar fixo na magia que envolvia Tally. Cada membro da linhagem Craven possuía algum nível de conhecimento inato e, embora May não fosse tão poderosa quanto Tally, ela podia perceber a vibrante magia verde girando em torno de sua filha.

"Tally," May gaguejou antes de limpar a garganta para firmar a voz. "O que te traz aqui?"

Tally estreitou os olhos para a mãe.

"A pergunta mais pertinente é: o que você está fazendo aqui, mãe?"

May estudou Tally por um momento, franzindo as sobrancelhas, depois desviou o olhar para Sarah e de volta para Tally.

"Ela roubou você de mim. Você está ligado a ela."

A magia de Tally estalou no ar como o estalo de um chicote, fazendo May se assustar, enquanto Tally avançava mais para dentro do escritório.

"Você mal fala comigo há um ano. No momento em que pronunciei as palavras no dia do recrutamento, você me abandonou. Ela não pode me roubar de você quando você nunca me teve de verdade."

May se encolheu com as palavras de Tally, uma profunda tristeza nublando sua expressão enquanto olhava para a filha.

— Tally, eu estava com medo... ainda estou! Este lugar é uma armadilha mortal, e ela é o arauto da desgraça. May apontou um dedo acusatório para Sarah e gritou: "Você se amarrou à morte, Tally!"

Tally soltou uma risada áspera e incrédula, chamando a atenção da mãe.

"Você não tem compreensão do que está dizendo."

May balançou a cabeça, lágrimas brotando de seus olhos enquanto olhava para Tally, com a voz embargada de emoção.

"Tally... ela... ela é..."

"Ela é minha esposa!" Tally exclamou ferozmente, ignorando o suspiro audível que escapou de Sarah atrás dela. "Ela é minha esposa, mãe. Então, imploro que escolha suas próximas palavras com o máximo cuidado."

May abriu a boca para responder, mas, sem palavras, fechou-a franzindo a testa, atendendo ao aviso de Tally.

Tally balançou a cabeça para a mãe, a raiva contorcendo seu rosto enquanto ela falava.

"Você é ingênua, mãe. Você não tem ideia - NENHUMA IDEIA - do que está falando! Você chega a este lugar sagrado alimentado por um ódio equivocado. Você culpa Sarah Alder por tudo, desconsiderando todo o bem que ela fez pela bruxaria. "