Orgulho e Preconceito

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Sarah terminou sua confissão com um beijo suave nos lábios de Tally. O beijo foi hesitante – cuidadoso, como se Sarah estivesse com medo de quebrá-la. Tally retribuiu o beijo, trêmula, antes de se afastar, com o corpo tremendo contra o de Sarah.

“Sara.”   

"Sim?"

"Eu preciso de mais."

"Mais?"

Tally não respondeu. Em vez disso, ela alcançou atrás do pescoço, onde estavam as mãos de Sarah, e colocou a mão em cima da de Sarah, forçando os dedos de Sarah em sua pele - mais firme - com hematomas.

— Mais — repetiu Tally, com a respiração ofegante enquanto Sarah seguia sua direção e enroscava as mãos nos cabelos de Tally com firmeza. Tally aproximou seus lábios dos de Sarah, sussurrando suas palavras acaloradas nos lábios de Sarah, em sua alma.

“Eu preciso de você e preciso que você não se contenha”, ela quase implorou.

Um arrepio percorreu a espinha de Sarah com as palavras de Tally – com a implicação nas palavras de Tally.

Sarah se inclinou para frente, beijando Tally com mais firmeza antes de se afastar, ainda hesitante.

"Eu não quero machucar você."

Tally recuou e olhou para Sarah com aqueles olhos castanhos sempre confiantes.

“Você não vai, eu confio em você.”

O calor tomou conta do peito de Sarah ao pensar no que Tally estava lhe oferecendo. E, deusa, só o pensamento de devorar Tally – reivindicá-la de todas as maneiras que Sarah sabia que podia – enviou um desejo ardente nas veias de Sarah de que ela jurasse que poderia conjurar um inferno com um estalar de dedos.

Sarah era uma veterana de guerra condecorada – por isso estava intimamente consciente da sensação de poder que percorria seu sistema após cada vitória. Com cada batalha vencida – com cada vila, cidade e país que ela reivindicava, Sarah podia sentir o poder e o domínio de tudo isso. Era inebriante vencer — conquistar — ter seus inimigos pela garganta — ter a vida deles — o poder deles na palma de suas mãos.

Mas também era perigoso. Muito perigoso. Sarah sabia por experiência própria que o poder que vinha do alto da batalha levava até mesmo os líderes mais sensatos à queda. O poder era como uma droga: você queria mais depois de tê-lo, então você pressionava por mais. Você empurrou, empurrou e empurrou até que o mesmo poder que você procurava controlar o consumisse.

Era algo que ela sempre teve que lutar, algo pelo qual ela quase se perdeu até Tally entrar em sua vida. Tally realmente a salvou. Ela salvou Sarah de perseguir tão alto – ela a puxou para fora da escuridão e para a luz. Ela a lembrou do que há de bom no mundo – do que há de bom em Sarah, e do que de bom ela ainda poderia dar à bruxa.

Ela lembrou a Sarah quem ela era antes de assumir o título de General e se perder em tudo isso.

Tally Craven era pura, ela era leve, ela era a epítome de tudo o que Sarah não era, e a ideia de devorá-la, conquistando-a. Deusa, isso fez com que as 81 guerras pelas quais ela lutou, sangrou e quase morreu para vencer parecessem meros trampolins. Todos eles a conduzindo, ensinando-a, preparando-a para este momento.

“Prometa-me que você vai me dizer se isso se tornar demais,” ela disse, sua tentação enrolando as palavras em seus lábios antes que ela pudesse se conter.

Tally assentiu muito rapidamente com suas palavras, e foi como se algo tivesse quebrado dentro dela: tudo o que a impedia de consumir Tally foi levado embora de uma só vez.

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