Quebra-cabeças

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Sarah ficou ao lado da necrópole, observando a agitação enquanto os policiais se moviam rapidamente pela sala. Já fazia muito tempo que Sarah não testemunhava tal tomada de controle da necrópole, não desde que os Estados Unidos estavam em guerra com outra nação.

Relatórios de várias fontes inundavam Fort Salem a um ritmo sem precedentes. Os generais de outros doze países com forças armadas bruxas confirmaram relatos de surtos mágicos em suas respectivas nações.

Todos procuravam respostas, respostas que Sarah, no momento, não conseguia dar.

Se Sarah fosse honesta consigo mesma, sua mente não estava focada onde deveria estar. Os policiais entregaram seus relatórios, fizeram perguntas e coordenaram a comunicação por meio de vários canais, mas Sarah mal registrou sua presença. Em vez disso, seu olhar permaneceu fixo em Tally, que estava sentada em uma cadeira no lado esquerdo da sala, sendo examinada por Isadora e por algumas das mentes mais brilhantes disponíveis.

Mental, física, mágica – Tally estava sendo submetida a um exame minucioso e Sarah precisou de todas as forças para não correr para o seu lado.

Sarah não achava que fosse possível, mas o vínculo deles ficou mais forte depois da noite passada. Sarah podia sentir tudo com mais intensidade, mas também havia um novo controle. Anteriormente, tinha sido difícil esconder suas emoções de Tally, mas agora ela se sentia mais no comando do que projetava para ela. No entanto, mesmo com esse novo controle, ela não conseguiu suprimir a ansiedade que vazava através do vínculo deles.

Os olhos de Tally encontraram os de Sarah, e imediatamente Sarah sentiu a presença de Tally em sua mente.

"Estou bem. Eu prometo", as palavras de Tally ecoaram, trazendo uma onda de conforto que acalmou as emoções turbulentas de Sarah.

Sarah soltou um suspiro de alívio ao sentir a presença reconfortante de Tally envolvendo seu coração.

"Em geral."

A atenção de Sarah mudou para a direita, onde Petra estava a poucos metros de distância, com uma expressão preocupada.

"O que é?" Sarah perguntou, endireitando sua postura e assumindo seu papel de liderança mais uma vez.

Petra acenou com a cabeça, indicando para Sarah segui-la, e caminhou em direção a uma mesa de cimento esculpida situada no lado esquerdo da sala. Sarah seguiu Petra, seus olhos examinando as ruínas gravadas na pedra, lembrando-se vividamente do som que o cinzel fez há mais de 250 anos, quando ela as esculpiu na pedra.

Petra ficou ao lado da pedra, colocando as mãos em duas marcas distintas, e uma canção baixa escapou de seus lábios. A luz branca iluminou as ruínas esculpidas, começando do fundo, como se extraísse magia da terra. A luz subiu pela mesa, subindo lentamente até chegar ao topo. Petra emitiu a última nota e a luz subiu, materializando-se em um holograma da base e suas proteções.

Sarah silenciosamente circulou a mesa, examinando cada detalhe das proteções – as ruínas, as camadas.

“É um trabalho impressionante”, comentou Petra, desviando a atenção de Sarah do holograma. "Eu não entendo como você consegue mantê-lo."

Sarah observou Petra por um momento, depois voltou para as enfermarias. Estendendo a mão, ela tocou o holograma com a ponta dos dedos e cantarolou uma semente indecifrável. O holograma das proteções reagiu ao seu toque, dividindo-se em duas cores distintas que se entrelaçavam tão intimamente que era difícil discernir seus limites.

A primeira cor, familiar para Sarah, era um azul escuro, quase preto. Representava sua assinatura mágica. Quando Sarah era uma criança aprendendo magia, sua assinatura era um azul celeste vibrante – uma cor que sua mãe elogiou por dias após sua manifestação.

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