Casa

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Mesmo durante o sono, Sarah tinha plena consciência de que aquela era a noite mais tranquila que já havia vivido. O calor do corpo de Tally, o abraço de seus braços, o cheiro de seu xampu e até mesmo os ruídos suaves que ela fazia durante a noite contribuíram para o sono profundo e tranquilo de Sarah. Ela estava determinada a saborear cada momento, especialmente porque era fim de semana e ela tinha todo o direito de desfrutar de uma manhã tranquila. Se houvesse algo urgente, as biddies certamente a acordariam.

Sarah encontrou consolo nesse pensamento enquanto continuava a dormir muito depois de a luz do sol da manhã ter entrado em seu quarto. Contudo, seu sono tranquilo foi abruptamente interrompido quando uma mão, mais áspera e maior que a de Tally, tocou seu ombro nu.

"Sarah", uma voz sussurrou. "Levante sua bunda."

Assustada, os olhos de Sarah se abriram e seu olhar seguiu a mão até ver a aparência desgrenhada de Thatcher parada diante dela.

Sarah soltou um gemido baixo e seus olhos imediatamente se voltaram para os lençóis para garantir que ela e Tally estivessem adequadamente cobertas.

"Por que você está aqui, Thatcher?"

"Bem, bom dia para você também, querida", disse Thatcher lentamente, batendo de brincadeira no braço de Sarah. "Levante-se. As pessoas estão batendo na sua porta há quase uma hora. Petra finalmente veio me buscar porque sou o único que seus protegidos permitiriam entrar."

Sarah piscou surpresa. "As licitantes deveriam ter me acordado."

A boca de Thatcher se contraiu e suas sobrancelhas se ergueram. "Bem, sobre isso..."

Sarah ficou surpresa com as palavras de Thatcher. "Há algo de errado com as licitantes?" ela perguntou, estendendo a mão para eles, mas não encontrando nada. Era como se ela estivesse buscando uma tábua de salvação perdida nas profundezas de um oceano, sem nenhum vestígio para ser encontrado.

O pânico tomou conta de seu peito diante da ausência do elo de ligação, e sua angústia deve ter sido transferida através do vínculo, porque Tally acordou da cama com um sobressalto.

"O que está errado?" Tally ofegou e mal abriu os olhos enquanto examinava a sala.

Sarah rapidamente cobriu o peito de Tally com o lençol, olhando para Thatcher até ela se virar.

Embora Thatcher desviasse o olhar, o sorriso que se espalhava por seu rosto fez Sarah quase pular da cama e estrangulá-la.

"Apenas levantem-se, vocês dois, e rápido", disse Thatcher, incapaz de conter sua diversão. "Há um grande público esperando por você em seu escritório."

Thatcher, incapaz de resistir, verificou se ambos estavam adequadamente cobertos com o canto do olho, antes de lançar-lhes um sorriso malicioso, seu olhar mudando entre eles.

"Então..." ela começou a dizer.

"—Thatcher," Sarah interrompeu, seu tom desafiando Thatcher a pronunciar mais uma palavra, sentindo a maldade em seus olhos. Era o mesmo olhar que Sarah lembrava claramente dos problemas anteriores, o mesmo olhar que ela havia testemunhado antes de uma noite comemorativa de libertinagem e de Thatcher acordar na prisão.

"O que?" Thatcher respondeu, fingindo inocência. "Eu só estava pensando."

Sara estreitou os olhos. "Mantenha seus pensamentos sujos para você."

O sorriso de Thatcher só cresceu quando ela deu um passo para trás, quase alcançando a porta, mantendo uma distância segura entre ela e Sarah antes de acrescentar provocativamente: "Então, estava sujo?"

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