Capítulo 4

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༄ ؘ˚ ₊ ·Kaokla ༄ ؘ˚ ₊ ·

Eu estava completamente perdido ante as reações de Khim. Não conseguia entender o desespero dela, já que os pais da garota a tratavam como se ela pudesse ter o mundo. Bom, pelo menos era o que parecia...

Depois que saímos do autódromo eu pedi que ela parasse, não podia arriscar ficar andando com ela daquele jeito. Nós descemos da moto e eu a ajudei a retirar aquele macacão, emprestando minha blusa, que apesar de ficar enorme era melhor e mais macia que a roupa anterior.

Confesso que foi uma das tarefas mais difíceis que já fiz na vida.

Khim tinha o corpo de uma modelo da Victória secrets e era muito difícil não olhar para ela. Como diabos eu nunca reparei nisso? Depois de terminar, eu me afastei rapidamente, pois sabia que estava ficando ruborizado.

─ *Maldição! Eu nunca ruborizo! Muito menos por essa mimada*

Olhei para ela novamente e vi que minha blusa branca já estava ficando manchada de sangue - aquilo era realmente preocupante - e eu insisti novamente que fossemos ao médico, mas novamente ela se recusou.

Depois de falar como se estivesse se despedindo, Khim subiu na moto atrás de mim, ficando insegura de onde por as mãos, então eu peguei as mãozinhas pequenas e coloquei em meu abdômen, pedindo que ela segurasse firme.

Por uns segundos, pensei em levá-la para minha casa; Mark era doce e gentil e jamais contaria para alguém, mas, me lembrei que ele estava doente e Vee estava lá cuidando dele por conta do pequeno acidente. E, Vee além de não perder a chance em me zoar, ele com certeza contaria para o senhor Pakin e por sua vez todos os Theerapanyakul's descobririam.

Eu ainda não sabia qual era o grau dessa bagunça toda e não queria estar no meio quando eles descobrissem que a filhinha perfeita fugiu. Pilotei até um hotel próximo, pensando que seria um bom lugar para deixa-la e partir, mas não prestei atenção nas duas letras gigantes no topo do edifício...

─ Você está me traindo! ─ ela acusou ─ Você disse que não ia contar a minha família...

─ O que? ─ olhei para cima, confuso ─ TK...

─ Esse é o hotel da minha família!!! Por favor, Phi... Me leve embora ─ ela falou apertando minha cintura.

Senti uma súbita vontade de correr até os pais dela e contar as travessuras da noite, mas, lembrei que ela estava machucada e das palavras que saíram da boca perfeitamente desenhada depois que ela caiu. Khim nunca foi dada a bater portas ou sair batendo os pés diferente das outras crianças mimadas que eu conhecia, e por mais que ela me irritasse - e de fato eu a achasse mimada - algo estava muito errado pra ela agir daquela forma.

Acelerei a moto e parei em um posto alguns quilômetros mais a frente. Depois de descer, percebi que ela estava chateada, como se realmente acreditasse que eu fiz de propósito.

─ Eu não sabia que aquele hotel era da sua família, eu juro!

Tudo bem ─ ela respondeu baixinho, fazendo um biquinho que me fez sacudir a cabeça para não ficar encantado.

─ Não tem ninguém da sua família que possa te apoiar? ─ perguntei querendo me afastar daquela garota. Nada de bom poderia sair daquela aproximação ─ Até agora você não me contou direito o que está acontecendo e eu não sei como posso te ajudar mais do que eles.

Khim respirou fundo e eu percebi que ela lutava contra a dor, ao mesmo tempo que sua mente duelava sobre me contar ou não.

Meu pai não aceita que eu corra ─ ela começou a falar baixinho ─ Ele pode deixar que eu me divirta na pista quando não tem ninguém, mas, não aceita que eu corra em uma corrida de verdade. Eles querem me mandar para a Coréia para terminar os estudos e deixar essa "ideia louca" como eles dizem para trás. Mas, esse é meu sonho desde quando eu era pequena... Não sei se posso obedece-los dessa vez.

Em suas mãos... ❤️ - Especial MDBOnde histórias criam vida. Descubra agora