Capítulo 21

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Eu estava extremamente enganada quando pensei que beijar Kla era a melhor sensação que eu já tive, pois, cada coisa nova que ele fazia se tornava a melhor! Eu já estava completamente entregue e rendida nas mãos quentes e naquela boca que fazia mágica. Por sorte, Kylie bateu na porta, me trazendo de volta a realidade.

Um beijo já tinha passado da linha do nosso limite, mas aquilo... era pessoal demais e eu sabia que se tivesse continuado seria um caminho sem volta para eu me apegar a ele.

─ *Foco, Khim!!! Pense em sua corrida!!!*

Eu respirei fundo e abri os braços para Kylie, que pulou na cama e me abraçou. Eu senti seu pequeno corpinho tremer e a abracei forte de volta.

─ Papai d-disse que vai te m-mandar de volta para c-casa ─ ela falou entre os soluços.

─ Como assim, querida? ─ Kla se sentou ao nosso lado e perguntou.

─ Antes da festa... o papai saiu e disse que ─ ela parou e secou os olhinhos ─ disse que acharia sua família e... e... e te levaria embora. Mas você não vai embora, não é? 

Eu não queria mentir enquanto encarava aqueles inocentes olhos azuis, então me virei para Kla em busca de ajuda, mas o mesmo balançou a cabeça, sem saber o que dizer também. 

─ Meu bem, uma hora eu vou precisar voltar para casa para ver meus pais, eles devem estar preocupados. Não acha que seus pais ficariam preocupados se você se perdesse também?

─ Sim... Mas eu não quero que você vá. Quero Niall aqui comigo.

─ Quem? ─ perguntei sem entender e a garotinha se calou ─ O que você acha de dormir um pouquinho? Você disse que queria dormir comigo e com o tio Kla.

─ Tudo bem... ─ ela concordou e se deitou em meu travesseiro.

Fiquei fazendo carinho em seus cachinhos ruivos até que ela dormisse. Quando vi que o sono dela já estava pesado, me levantei e fui até janela; de lá dava pra ver a entrada da casa, onde as flores pareciam brilhar com pólen magico.

─ No que você está pensando? ─ Kla perguntou parando ao meu lado.

─ Nada em especial.

─ Não se preocupe com Kirim, eu vou para-lo.

─ Está tudo bem, eu já ia contata-los de qualquer maneira.

─ Você está chateada?

─ Não ─ balancei a cabeça ─ apenas pensando em como iniciar a conversa com meu pai.

─ Eu posso te ajudar se você quiser ─ Kla fez uma pausa dramática ─ se eu estiver vivo! ─ eu ri e o empurrei levemente.

─ Meus pais não são assim... talvez meu tio vai te torturar por alguns dias seguidos.

─ Qual deles?

─ Dragon. Ele adora essas coisas. Quanto aos outros... eles vão comer os pedacinhos que sobrar de você depois que meu tio Dragon terminar.

Kla ficou pálido e eu quis rir alto, mas não podia acordar a pequena Kylie.

─ Estou brincando!!! Os únicos que você deve temer são Dragon e Vegas, meu tio-avô. Ele me ensinou a atirar quando eu tinha quatro anos, então não duvide da loucura dele. 

─ Vocês são uma família bem... diferente!

─ Você está sendo bonzinho! Minha família é tudo que eu mais amo, mas eles são... ─ parei de falar quando uma garotinha de longos cabelos negros apareceu em meu campo de visão ─ ... Loucos ─ a palavra saiu sussurrada.

Eu realmente não acreditei no que estava vendo; Storm estava ali na Ilha, na frente da casa de Kla e SOZINHA.

─ Quem...? ─ Kla começou a questionar mas logo parou quando percebeu quem era.

Nós nos encaramos e saímos do quarto apressadamente. 

─ Eu vou primeiro e você fica ─ Kla me parou na escada.

─ O que?

─ Se eles estiverem aqui vão querer te levar e eu não vou deixar isso acontecer sem antes garantir que eles não te enviem para a Coreia.

─ Por que você se importa?

─ Khim! ─ ele falou mais sério.

─ Storm nunca me machucaria ou me enganaria para eu ir assim...

Kla suspirou e cedeu, mas se manteve à minha frente o tempo todo. Quando conseguimos chegar na entrada, Storm estava gritando com Murat, e um casal sem fôlego apareceu logo depois.

─ P'Vee? Aí'Mark? ─ perguntei sem acreditar ─ o que vocês estão fazendo aqui?

─ Digamos que essa menininha nos ameaçou para encontrar Kla ─ Vee respondeu e abraçou Mark ─ e eu já estava querendo fazer uma viagem com N'Mark de qualquer jeito.

─ Storm?? ─ a chamei, e ela se virou e olhou para mim com os olhos brilhantes.

─ P'Khimmmm ─ Storm se jogou em meus braços ─ você está morta! Seus pais estão vão matar você!

─ E os seus vão matar você! O que está fazendo aqui, Storm?

─ Eu roubei o tablet do tio Pakin e segui o GPS da moto que você estava... ─ Storm nem teve a decência de corar ─ ah, não se preocupe, eu apaguei os registros e descontei o GPS da conta dele.

─ Hm. Essa garotinha apareceu no meio da noite lá em casa, falando que queria que eu levasse ela até Kaokla.

─ Storm, você precisa parar de fugir! Você está bem? ─ coloquei ela no chão e passei a mão em seu corpinho, procurando algum ferimento, o que graças aos céus não tinha.

─ Eu queria saber como você está...

─ Ela está bem, já que meu irmão está cuidando dela ─ Murat falou parecendo um pouco irritado, e eu podia imaginar que Storm era a causa dessa irritação.

─ Eu não te perguntei nada! ─ a pequena respondeu mostrando a língua

─ Tão mal educada ─ ele bagunçou o cabelo dela, algo que ela odiava.

─ Me desculpe, Murat, as vezes Storm esquece o que são modos...

─ Tem certeza que são parentes? ─ ele perguntou com ironia, e eu podia jurar que Storm ia morde-lo se eu não a segurasse.

─ Kla, eu gostaria de conversar com minha irmãzinha um minuto.

─ É claro... ─ Kla falou pela primeira vez ─ Pode entrar, eu já vou.


Em suas mãos... ❤️ - Especial MDBOnde histórias criam vida. Descubra agora