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"Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências."

- Pablo Neruda

- Tyller Rossi -

00:00 - 04/Setembro

Apenas o som da televisão — em um filme qualquer — era ouvido, porém o toque do meu celular se sobressaiu, mostrando a sequência de números desconhecidos.

— Alô?

— Tenho um trabalho pra você. Me encontre no lugar de sempre. — A voz era séria mas ao mesmo tempo suave, conseguia reconhecer sua voz a quilômetros de distância. Evan.

Me levantei e subi as escadas em direção ao quarto. Vesti uma bermuda preta com uma regata branca, deixando à mostra as tatuagens nos dois braços. Um tênis branco simples e uma corrente em prata.

Não esperei mais nada, apanhei o telefone e as chaves do carro, tranquei a porta e desci pelo elevador. Quando cheguei na garagem do prédio, só pude ver minha Lamborghini Huracán da cor preta em um canto isolado. Pressionando o botão da chave que fez um fleche de luz se acender e possibilitar melhor a visão.

Entrei no automóvel e parti pela estrada a frente.

O nosso ponto de encontro era algum tipo de acampamento abandonado, a alguns minutos da cidade. Assim que cheguei pude ver o homem alto e de pele escura encarando o céu descontraído enquanto fumava seu cigarro.

— Finalmente, achei que teria que montar uma barraca aqui mesmo. — Disse de forma irônica.

— Quem eu tenho que matar dessa vez? — Ergui o braço e com a ponta dos dedos segurei o cigarro que Evan me ofereceu já aceso.

— Bryan Break, trabalha em um cargo pequeno na Flame's, mora com a filha de 21 anos e aparentemente abusou das apostas em um cassino e arrancou 50 mil dólares do nosso mandante.

— Ele trabalha na Flame's? Isso vai ferrar pro nosso lado. — Conhecia todos os feitos daquela empresa, jogavam sujo e não ligavam para as vidas que tiravam.

— Não se preocupe, isso não tem nada haver com a empresa, ele não é importante de qualquer forma. — Ele levou o cigarro na boca e tragou de forma rápida. — Você não terá que matar ele, apenas ameaçá-lo e pegar a grana de volta.

— Mas o total que ele pegou nem é grande coisa, por que tanta questão?

— Não sei, são empresários ricos, só querem marcar nome.

— Quanto que eu vou ganhar? É bom ser um valor bem alto porque eu não vou me arriscar por notinhas de merda. — Dei uma tragada no cigarro e pus pra fora antes de Evan me responder.

— Tá afim de 90 mil? O trabalho é pequeno de todo jeito.

— Ok, me manda as informações por mensagem. — Deixei vacilar o cigarro que caiu no chão passando a sola do sapato por cima, virando as costas e saindo.

— Ei, Tyller. — Me virei e observei Evan. — Cuidado, não seja impulsivo.

Ignorei seu comando sabendo exatamente o que deveria ser feito ou não.

Assim que entrei no carro e dei partida recebi a mensagem com todas as informações necessárias para ir atrás dele, endereço, rotina, foto dele e até da filha. Tudo que precisaria para me planejar, e em alguns dias preparar uma pequena visita.

— Bonitinha até. — Me referi a imagem de sua bela filha.

Alguns minutos depois, estacionei o carro em frente a "Night of Flames", uma das boates mais conhecidas de Los Angeles, dizem que tem boas mulheres por aqui.

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