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"O amor é a compensação da morte."

- Arthur Schopenhauer

- Darya Break -

18:15 - 02/Fevereiro - 13 Anos Atrás...
(Leiam a legenda)

Realmente, não é justo os pais das minhas amigas não as deixarem ir para o passeio da escola. Não é tão longe, é só um zoológico, o que pode acontecer de ruim em um zoológico?

Droga!

E se meus pais não deixarem também?

Claro, minha mãe obviamente iria assinar a autorização, com muita insistência do meu pai para isso não acontecer, mas iria sim.

De repente o carro em que me encontrava estancou para frente, fazendo meu corpo ir de encontro ao banco da frente, todavia sendo impedido pelo cinto de segurança que me abraçava.

— Essas crianças! Sem supervisão correndo pelas ruas, que perigo. — Murmurou o motorista que meu pai havia contratado para me deixar e buscar na escola em sua ausência.

Pela janela, observei um grupo de crianças da minha idade correndo e brincando do que parecia ser pega-pega ou alguma brincadeira parecida. Brincar na rua é tão divertido!

É um espaço aberto, onde poderíamos correr para todo o lado apenas para se livrar de ser pego, se tornando um vencedor invicto.

Em minhas mãos, o tablet de um tamanho exorbitante acende suas luzes extremamente fortes para me indicar que havia perdido. O "GAME OVER" estava estampado em vermelho exatamente no meio da tela.

E a risadinha da bruxa que me matou ecoou pelo carro.

O jogo que instalei há alguns dias, tinha como objetivo montar perfeitamente as pizzas — um tanto quanto aterrorizantes —, para os seus destinatários monstros.

Se por acaso o cliente for um vampiro, não poderá ter alho; se for um lobisomen, terá que ter muita carne; se for um zumbi, se não tiver cérebro...bom, ele não faz nada, é um zumbi, não consegue pular o balcão.

Mas se for qualquer outro, ele pode facilmente te pegar, e se isso acontecer, é "Game Over".

Com a ponta do indicador, entreguei a uma bruxa do narigão verde uma pizza de ossos, e a mesma saiu voando com sua vassoura descabelada pelo céu azul escuro.

Assim que o vampiro chegou, montei sua refeição, colocando bastante alho em seu preparo.

A necessidade, envolvida pelo bom humor da minha parte, procurava sempre ver a cara de desgosto do vampiro quando o seu pedido — errado — era lhe entregue.

Alguma parte de mim achava aquilo estranhamente engraçado.

— Olha que belo cachorrinho! Será que Vivian iria gostar de um dessa mesma raça? — Comentou o motorista.

Ele é chato! Fica falando sozinho no trânsito como um doido. Mas às vezes é divertido ouvi-lo murmurar palavrões nos quais eu não poderia ouvir.

Na maioria das vezes eu o ignoro, mas alguns ainda me alertam do que pode estar acontecendo através do vidro da janela, no qual preciso esticar meu pescoço para ter acesso.

Voltei minha atenção para o homem-gosma que deseja apenas uma caixa vazia, já que ele não pode comer. O que é bem inútil.

Coitado, nunca saberá o gosto de uma bela pizza.

Trust Or DieOnde histórias criam vida. Descubra agora