Trust Or Die

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"O homem que tem confiança em si ganha a confiança dos outros."

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- Darya Break -

00:45 - 20/Outubro

Não poderia acreditar, ele realmente estava me arrastando para uma corrida em uma maldita moto de duas rodas que poderia facilmente me levar ao chão em poucos segundos.

Em alta velocidade, apenas vivenciei os resquícios da ventania em meu corpo, até porque boa parte estava sendo cortada pelo corpo de Tyller no qual fiz questão de agarrar firmemente.

Abaixo de mim, apenas sentia o veículo indo de um lado ao outro, pois no momento meus olhos se encontravam totalmente fechados, me impedindo de visualizar qualquer coisa.

O frio em minha barriga era totalmente incontrolável. O mix de sensações viajavam entre a adrenalina e o medo como uma montanha russa, mas diferente de outras sensações, aquilo não era nem um pouco prazeroso.

— Por favor, para isso. — Gritei para que me ouvisse. — Seu desgraçado, me deixa descer. — Ele me ignorou.

A adrenalina só é uma sensação incrível quando temos certeza de que estamos realmente seguros, caso contrário ela se transforma em desespero imediato. Em certas oportunidades isso pode mudar, mas nunca deixará de ser verdade.

Não era necessariamente um trauma, mas no mínimo não gostava de estar sobre duas rodas.

O toque sútil em minhas mãos me alertaram para ouvir:

— Ei, confia em mim.

Não tinha notado quando meu aperto ao redor de sua cintura se intensificou, porém imediatamente recuou, aliviando-me.

" — Durma, não se preocupe...Confie em mim."

A tensão presa em meus pulmões se dissipou em segundos e pude relaxar.

Meus olhos abriram finalmente, encarando o asfalto ao meu lado em uma curva que quase nos levou ao chão, pelo menos essa era a impressão, de que estávamos a centímetros de nos machucar.

A multidão ao redor esbravejava por um vencedor...na verdade, que multidão?

Não havia multidão alguma, eram apenas vultos coloridos ansiosos por um resultado final. E de repente, o frio da barriga se tornou várias borboletas viajando por entre as paredes, borboletas sedentas por mais, por sentir mais.

Tyller me guiava como se estivéssemos correndo sobre as nuvens, flutuando pelo asfalto em alta velocidade, e foi quando ultrapassamos seja lá quem estava em primeiro lugar. Minhas íris se incendiaram, isso não era nada parecido com uma corrida de carros, mas por algum motivo começou a ficar tão divertido quanto.

— O que é isso? — Perguntou.

Procurei ao nosso redor algo que me chamasse atenção, foi aí que o som agudo das sirenes adentraram por meus ouvidos.

A polícia.

— Porra, Tyller, é a policia!

— Que merda. — Ele diminuiu a velocidade e pareceu encarar o retrovisor, avistando as viaturas na pista atrás de nós.

Os "vultos" desapareceram como formigas voltando para o seus formigueiros, todos sabendo que não deveriam estar ali.

Sinceramente, não entendo o porquê desses eventos serem ilegais, não é como se fosse perigoso, tudo é perigoso, é só uma questão de querer ou não se arriscar.