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"Antes de sair em busca de vingança, cave duas covas."

- Desconhecido

- Tyller Break -

19:30 - 25/Outubro

Era nítido que algo iria acontecer hoje a noite. Scarlett e nem Eliza se propuseram a mandar alguma mensagem de aniversário. O que para alguns, significa que elas esqueceram. Mas elas nunca esquecem.

Seja lá o que estão aprontando, Darya também está envolvida, já que pela manhã recebi mensagens suas me convidando para jantar. Ou seja, a festa iria ser no meu apartamento e ela era a responsável por me tirar daqui.

Minha família possui uma extensa lista de festas surpresas que falharam.

Ano passado adentrei a casa pela janela para pegá-las desprevenidas e estragar a animação, uma ótima recordação.

Minha cabeça estava cheia ultimamente, então provavelmente iria sumir antes que todos se reunissem. Estaria fazendo um favor a todos.

Toquei a campainha e aguardei até que a porta fosse aberta.

Quando ocorreu, Darya por sua vez estava totalmente deslumbrante, com um longo vestido vermelho vinho de alças finas, que destacavam seu largo quadril e sua cintura. A fenda que exibia sua coxa era um tanto quanto provocante, o que na situação em que estávamos era estranho a sua escolha de vestuário.

Seu cabelo levemente ondulado escorria por seus ombros, e seus olhos mantinham algo, como se estivesse sedenta por alguma coisa.

Fora isso, não demonstrava estar com algum tipo de raiva, ou que novamente iria apontar uma faca em minha direção.

— Não vai entrar? — Perguntou.

A porta se fechou por trás de mim e Darya tomou a direção. A ponta de seu salto tilintando sobre o piso me guiou até uma mesa já posta, apenas me aguardando.

Puxei as mangas da minha camisa social preta até os cotovelos, — o resto da minha roupa acompanhava a mesma coloração — e fui incentivado a sentar na cadeira.

Acima da toalha branca de mesa, havia dois pratos e dois pares de talheres, porém no apartamento não havia sinal algum de comida feita.

Darya sumiu por alguns instantes antes mesmo de se sentar à mesa, porém logo voltou com uma garrafa de vinho em suas mãos e a pousou no meio dos dois pratos.

Graciosamente ela se colocou à minha frente e passou a me encarar sem dizer uma palavra sequer.

— Posso perguntar o porquê do convite?

— Acho que você já sabe. — Sorriu.

— Ok, vou fingir surpresa.

Ela sorriu e piscou os grandes olhos.

Provavelmente esse seria o momento perfeito para conversarmos sobre nossos últimos desentendimentos, mas a dúvida em mim era de que valia estragar um momento pacifico entre nós.

Algo que não era tão cotidiano por aqui.

— Vamos ficar aqui por quanto tempo? — Fui direto.

— Até sua irmã me enviar uma mensagem, aí sim vou poder te liberar. — Suspirou.

— Ok. — Assenti.

— Até lá vamos ficar encarando um ao outro.

— Não preparou nem um jantar? Só a garrafa de vinho? — Ergui uma sobrancelha. — Fui chamado para um jantar, não para comer vento. — Ironizei.

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