Quatro

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                                       Itachi

                                       Itachi

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Ino estava saltitante naquela manhã. Ela e Sai estavam saindo a algum tempo, mas nenhum pedido de namoro foi feito. Porém, naquela manhã, Sai tinha a chamado para jantar fora — o que não era nada frequente. Sua felicidade me empolgava durante todo o dia, assim eu não ficava pensando na volta de Sasuke e os comentários de todos da vila. Os murmurinhos me deixavam nervosa junto aos olhares tortos sobre mim se referindo ao Uchiha. Para mim não existia mais nada, mas para o povo eu ainda sofria de amores e queriam saber se finalmente teríamos um final feliz.

Era patético.

A única pessoa que eu era obrigada a aturar, pelo menos por enquanto, era Itachi. E, para a minha grande surpresa, era mais agradável que seu irmão mais novo. Era seu terceiro dia no hospital e toda vez que eu abria a porta verificava se o encontraria dormindo, mas em vez disso era sempre recepcionada com seus olhos abertos me desejando bom dia.

— Alguém a aborreceu logo cedo, Haruno? – sua voz chamou minha atenção, fazendo- me olhá-lo.

Caminhei até sua cama, ignorando sua pergunta. Porém, conhecendo sua intromissão, tinha ciência que ele continuaria com as indagações.

— A observo todos os dias e sei quando está aborrecida. – seus olhos me encaravam enquanto desfazia seus curativos para analisar como estavam.

— Seus ferimentos estão quase 100%, nenhuma febre ou mal estar, o que significa que pode ir para casa. – apenas o respondi, jogando as ataduras foras para pegar novas. — Vou mandar alguém daqui a pouco para ajudá-lo a se ajeitar.

— Terei uma dívida eterna com você, Sakura. – sua voz mudou, ficando mais sério, assim como sua feição.

Mas sem o sorriso. Itachi não demostrava sequer um fio de sorriso nos lábios. Demostrava ser frio, o que não condizia quando seus olhos me analisavam.

Não era atoa que os Uchiha's tinham uma fama duvidosa – ainda que fossem poderosos, eram perigosos.

— Não terá dívida alguma. – o encarei para que ele fosse minha expressão, desviando para passar  a pomada para machucado em seus ferimentos, tornando a enfaixar seus braços. — Fiz apenas o meu trabalho, e o que fui treinada a fazer.

— Mas não deveria ter feito. – seu tom de voz mudou, para uma que eu teria medo se o tivesse encontrado com seu manto, lembrando também do que ele fez com o próprio clã.

Mesmo que tivesse sido usado para uma razão, ainda assim teria que ter muito sangue frio para fazê-lo.

— Por qual motivo? – perguntei, pegando o adesivo para colar sobre os machucados de seu rosto.

Itachi permaneceu calado, com seus braços ao lado de seu corpo, deixando sua cabeça também imóvel para que não se movesse enquanto eu permanecia colando os adesivos.

— Se não queria ter sido salvo, por qual motivo aceitou a proposta da Tsunade? – o coloquei contra a parede, fazendo uma pergunta um pouco pessoal.

Percebi que seus olhos estavam mais próximos que o normal, lembrando dos comentários sobre não olhá-lo nos olhos, se referindo ao seu talento no genjutsu. De toda forma, eu estava completamente louca por pensar que ele faria isso naquele momento. Não estávamos em batalha e jamais permitiria isso. Eu sabia muito bem onde podia ou não me meter. Todavia, não sentia risco pelo meu atrevimento.

E, quando moveria minha mão para o ultimo machucado em seu rosto, seus dedos prendem meu pulso, sem perder o contato visual. Engulo uma saliva de nervoso, com um pouco de receio pela sua atitude.

— Eu sei o que os moradores acham e comentam sobre mim, e no fundo concordo com todos eles. - sua voz se arrastou, ainda me segurando, respondendo a minha pergunta atrevida. — E acredito que você ache o mesmo, Sakura.

De certo modo ele não estava errado.

— Eu já respeitei e acreditei em um Uchiha antes. Não cometerei o mesmo erro, todavia, não me importo com o que fez, muito menos o motivo. Devo lealdade apenas a minha mestra e Hokage. - disse, soltando meu pulso do aperto de seus dedos, tornando a colocar o ultimo adesivo em seu ferimento.

— Sasuke gosta de você. - me disse, ignorando tudo o que havia lhe dito anteriormente. — Agora eu sei o porquê.

— Ele não tem mais esse direito, e nem você em me jogar essa informação.

E, dizendo isso, caminhei até a porta em passos largos, para que saísse daquele quarto. E, antes que eu pudesse abrir a porta, Sasuke a abre, me encarando com surpresa. Passei como uma certa pressa ao seu lado, deixando um rastro de vento, sentindo meus cabelos medianos balançarem.

— O que aconteceu com ela? - foi o que ouvi o Uchiha mais novo deferir ao me distanciar.



Vaguei por outros quartos, dando alta para alguns e finalmente podendo sentar em minha sala para poder respirar e ter paz. Eu era considerada uma das melhores médicas ninjas, deixando até os mais antigos de boca aberta pelo meu desempenho. Mas não conseguia lidar com a merda dos meus sentimentos. Amaldiçoava um dia ter imaginado uma vida com Sasuke. E quem Itachi pensava que era para ter o direito de me dizer coisas que não era mais da minha conta?

Suspirei fundo e quis gritar a plenos pulmões, sendo impedida por Ino, que adentrou minha sala. E, para piorar tudo, continuava animada e saltitante.

Eu queria morrer.

— Que bicho te mordeu? – perguntou ao analisar minha feição.

— Itachi já pode receber alta, e se você puder fazer isso por mim serei eternamente grata. – apenas disse, começando a organizar papéis e pergaminhos que estavam sobre a minha mesa.

— Tudo bem. Eu gosto do novo Uchiha, ele não me deu trabalho algum e sequer disse uma palavra todo esse tempo que fui em sua sala. – comentou, me deixando um pouco inquieta pelo seu desabafo.

Itachi era um completo tagarela comigo, me importunando cada vez que eu invadia sua sala para verificar como estava. Tudo bem que sua voz grossa e temperamento sério não condizia com suas palavras. De todo modo ele era estranho.

— Todos foram supervisionados e iniciou o novo plantão, o que significa que você pode ir para casa descansar. – Ino se abaixou, colocando as mãos espalmadas na minha mesa, me encarando.

— Eu já estou indo. – resmunguei, vendo-a se retirar de minha sala.

— Vou liberar o Uchiha e volto para sairmos juntas. Preciso que me ajude a escolher o que vestir hoje a noite.

E saiu saltitando mais uma vez, jogando uma responsabilidade que eu não queria sobre meus ombros.

Eu estaria tão amargurada a esse ponto para estar impaciente com tudo a minha volta?

Balancei a cabeça em negação, tentando espantar meus pensamentos e arrumei minha mesa, guardando algumas coisas em minha bolsa para ler em casa. Levantei e retirei meu jaleco, ficando apenas com o meu vestido rosa de manga curta. Coloquei a bolsa sobre os ombros e tranquei minha sala, caminhando pelo corredor para ver se encontrava com Ino, que estava demorando a aparecer. Fui caminhando, imaginando que ela ainda estivesse no quarto de Itachi. Porém, ela já deveria te-lo despachado.

Optei por verificar se ele já saiu do hospital para ter a certeza que Ino fez o que pedi, evitando que eu fizesse na manhã seguinte. Ao virar o corredor, pude ver a porta encostada. Aproveitei e a empurrei devagar, colocando o rosto na fresta para ter uma visão, me engasgando em seguida ao repreender o que estava vendo além do que devia.

Itachi tinha acabado de retirar seu roupão, ficando completamente nu, de costa para a porta, deixando à mostra sua traseira.

Sua cabeça se moveu com o barulho que eu fiz, me fazendo fechar a porta e sair correndo como se nada tivesse acontecido.

Droga, Sakura!

Meu Defensor - ItaSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora