Não estava nos planos de Sakura desapaixonar por um Uchiha, e se apaixonar por outro. De qualquer forma, não era sua culpa. Vivia se sentindo impotente, insuficiente e fraca devido suas prioridades anteriores que só a fizera sofrer. Tornou a se colo...
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Meu rosto surpreso e envergonhado estava exposto para todos os meus amigos. Por mim eu sairia correndo os deixando para trás como se nada tivesse acontecido, mas não podia. O silêncio após o gesto íntimo de Itachi comprovava o quão desacreditados estavam ao presenciar tal cena.
Era tão apavorante me ver em um "relacionamento" com Itachi Uchiha?
Não estava sendo bem um relacionamento com palavras ditas oficialmente, mas depois do que aconteceu em público eu podia dizer que estávamos juntos, certo?
Errado.
Um selinho e um obrigado não serviam de absolutamente nada. Apenas me colocou em maus lençóis.
— Você mentiu para mim. – a voz de Ino cessou o silêncio e me arrependi amargamente por ter reclamado dele. — Você olhou em meus olhos e mentiu para mim, Sakura! – gritou.
Sua acusação perfurava todo o meu corpo como dezenas de adagas, e seu grito agudo rasgava o interior de meu ouvido. Sentia como se todo o meu ser fosse se deteriorar a qualquer momento.
Era mais fácil enfrentar a morte do que uma amiga magoada e disposta a lhe jogar seus erros na cara.
— Eu não podia cont... – fui interrompida, engolindo em seco ao ver Ino se aproximar de mim, parando para olhar em meus olhos.
— Eu não sou amiga de mentirosos. – e, dizendo isso, também se retirou, com Sai em seu encalço.
Segurei as lágrimas que preencheram meus olhos, ignorando o rasgo em minha garganta. Mantive a cabeça erguida e encarei todos aqueles que ainda estavam presentes. Ainda que surpresos, nada disseram, até terem realmente coragem e nem um pingo de empatia.
— Garota, você quer mesmo restaurar o clã Uchiha. – o comentário de Temari me deixou indignada.
As pessoas realmente achavam aquilo? Inacreditável.
— Como vocês podem ser tão egoístas? – questionei, talvez um pouco alterada pelos últimos acontecimentos. — É a minha vida. São os meus sentimentos e vocês não foram convidados a darem suas opiniões. – completei, sentindo minha garganta arder por ter gritado além do que me ouvi. — São as próprias aldeias que apontam quem será o novo renegado e os alimentam com o próprio rancor, egoísmo e frustração. São vocês que não os aceitam, não eles. – cuspi as palavras, decidindo que era a minha hora de ir embora.
— SAKURA! – pude ouvir Naruto me chamar, mas o ignorei e segui meu caminho.
A festa da colheita se tornou um completo enterro.
Meus pés batiam rápido no chão, me forçando a correr rapidamente para bem longe de onde estava. As lágrimas desciam em minhas bochechas e embaçavam meus olhos. Porém, sentia o bater das folhas das árvores encostarem em minha pele como se meu corpo e mente soubessem perfeitamente para onde me levar. Somente o lago me acalmava, me rodeando com todo o seu verde. Nem mesmo a claridade conseguia ser algo ruim pelos raios solares, por estar coberta de sombra e ar fresco.