Vinte e quatro

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Algumas semanas depois

Nada fora do comum tem acontecido na aldeia da folha. Tudo voltou a ser como antes; totalmente pacato. Naruto voltou para as missões, assim como Sasuke e Hidan. Konan está finalmente se sentindo em casa, fazendo a segurança das crianças e se enturmando muito bem. Tsunade se sentia realizada por ter acolhido o grupo da Akatsuki, e ninguém andava mais com a capa. Eles também foram batizados, trocando suas bandanas para uma da aldeia da folha, fazendo, definitivamente, parte da família.

Meus amigos tem me elogiado, dizendo que, além de estar mais comunicativa e presente na vida de todos, estou radiante. Tenho ciência que o motivo da minha felicidade tem nome e sobrenome.

Itachi Uchiha.

Estamos nos dando muito bem, e cada dia que passa nos mantemos mais conectados. Itachi ainda mora em seu apartamento, e está restaurando seu clã, arrumando sua antiga residência. Depois do que ele e seu irmão mais novo fizeram, me salvando e resgatando não só a mim, mas livrando ninjas de serem cobaias, Tsunade fez um novo pronunciamento, explicando tudo o que ocorreu durante anos, até mesmo o motivo de Itachi ter aniquilado o seu clã. Tudo foi explicado, mantendo todos na comunidade ainda mais unidos.

Neste exato momento estou com Ino, ajudando minha amiga a escolher um vestido para o seu casamento com Sai. A loira e eu colocamos tudo em pratos limpos, e estamos bem outra vez, inseparáveis. Apesar dela ser linguaruda, mudamos em alguns pontos, e algumas opiniões ácidas mantemos para nós mesmas.

— Você está simplesmente linda. - a elogio, assim que ela posou com o vestido em frente ao espelho

É um vestido lilás, bem clarinho. Depois que ela e Sai oficializaram uma data, minha amiga cismou que quer usar um vestido rodado, da cor que ela mais gosta e diz combinar com a cor de seus cabelos.

— Não acha que está muito simples? - questiona, jogando a perna e mostrando a fenda em sua perna, deixando a vista sua kunai presa na coxa.

— Tenho certeza que essa fenda não deixa ele nada simples. - dou minha opinião, vendo um sorriso surgir em seus lábios.

— Tem razão, testa de marquise. - diz e reviro os olhos. — Obrigada por disponibilizar seu tempo e me ajudar.

— Sabe que não precisa me agradecer.

Ino retirou o vestido e a vendedora embrulhou em uma caixa, para que ela pudesse levar para casa. O casamento será em cinco dias, e nem mesma eu possuo um vestido para usar. Ino optou por não ter madrinhas ou padrinhos, e seria uma cerimonia simples, embaixo de um dos meus lugares favoritos, a árvore de cerejeira que estava bem florida. Normalmente fico com Itachi, conversando e admirando o por do sol.

Deixei Ino no seu caminho de casa e segui para o meu, subindo as escadas um pouco cansada, me perguntando o que usaria no casamento. Sou tão acostumada a usar o jaleco do hospital que roupas novas e de festas acabam ficando em último plano. Coloco a chave na porta de casa e a abro, querendo me jogar no sofá, no entanto, preciso tomar um banho e preparar algo para comer. Entro em meu quarto e, subitamente, me assusto. Tem uma caixa sobre a cama, com um enorme laço rosa.

Tem um cartão grudado nele, e levo meus dedos curiosos para ler o que contém.

Está assinado por Itachi Uchiha, e inevitavelmente sorrio diante de seu presente.

"Bati o olho neste vestido e a imaginei vestida nele. E, por conhece-la o suficiente, sei que está matutando em encontrar algo para prestigiar sua melhor amiga. Serei o homem mais sortudo por tê-la ao meu lado ainda mais linda do que é."

Desfaço o laço e abro a caixa, retirando um vestido rosa bebe, com duas alças, com um caimento até abaixo de meus joelhos. Estendi em meu corpo, me olhando no espelho de meu armário. Devo admitir que Itachi acertou em cheio no presente, e, principalmente, no tamanho.

O coloco em um cabide, guardando a caixa e deixando o bilhete dentro de uma gaveta, ao lado de minha cama. Penso em Itachi e em tudo o que aconteceu nos últimos meses. Jamais iria me imaginar namorando um Uchiha, ainda mais depois de tudo o que sofri por um. Itachi chegou e me mostrou que as pessoas mudam, e que muita das vezes elas não são exatamente o que achamos ou ouvimos falar por aí. Por ainda ser cedo, tomo um banho e preparo algo para comer, embrulhando em uma travessa para me juntar a Itachi. Não o vejo a quase vinte e quatro horas e, por estar de folga do hospital, nada mais justo do que encontrá-lo e passar um tempo juntos, mesmo que pouco.

Caminho até a sua vila, onde está com Kisame e, incrivelmente, Kakashi. Os três tem se encontrado em algumas horas do dia para conversarem para ajudarem na construção da antiga casa de Itachi. Caminhando em passos largos, me sinto um pouco ansiosa. Avisto meu namorado de longe, sem camisa, subindo em uma escada. Kisame gargalha por algo que conversava com ele, escorado na parede de madeira.

— Sakura Haruno, que presença boa. - diz, e sorrio.

Sou acostumada com a forma que Kisame fala comigo, e ele é assim pois falar de forma doce comigo irrita o seu melhor amigo.

— Trouxe bolinhos. - digo, e rapidamente vejo o rosto de Kakashi surgir de dentro da casa. — E pelo jeito cheguei na melhor hora.

Itachi desce da escada e caminha em minha direção, beijando singelamente meus lábios e inalando o cheiro de meus cabelos, como sempre faz. Coloco um bolinho em sua boca e o mesmo mastiga, saboreando e fechando os olhos.

— Obrigado. Estava faminto. - agradece, e me encho de felicidade pelos nossos momentos, ainda que rápidos.

— Eu que agradeço pelo vestido. - o abraço, tocando em sua pele e vendo o quão suado está. — Voe acertou em cheio. E precisa de um banho urgentemente. - completo, recebendo um abraço ainda mais forte em implicância.

— Quer nos ajudar? - se intromete Kisame, colocando o rosto quase entre nós dois. — Atrapalho?

— Sai fora! - Itachi o empurra.

Os deixo e me sento ao lado de Kakashi, que come em silencio.

— Naruto mandou uma mensagem, dizendo que tentaria voltar antes da cerimonia. - me conta, e pego um bolinho da travessa.

— Espero que realmente consiga. É chato com ele presente na vila, mas ele longe é ainda pior.

— Todos gostam da presença dele, ainda que seja espalhafatosa. - conclui e rio em confirmação. — Está de plantão amanhã? - pergunta, e o olho, assentindo.

— Quer fugir para treinar?

— Essa reforma está levando mais tempo do que imaginei. - engole outro bolinho.

— Treino todas as manhãs, e se você não fosse tão atrasado e preguiçoso, teria tempo para fazer outras coisas. - o alfineto.

Ficamos conversando, até me sentir cansada de olhar e começar a ajudar, pintando uma parede. A casa estava quase toda pronta, faltando apenas alguns ajustes. Homens que são lentos e deve conversar mais do que colocar a mão na massa. Anoitece, e finalmente podemos ir para casa. Não preciso pedir para que Itachi me acompanhe, e caminhamos de volta para o meu apartamento. Apenas uma coisa me irrita: ele odeia subir as escadas, e aproveita que deixo a sacada aberta, me arrastando com ele em um pulo.

— O que tanto o apressa que não pode subir alguns lances de escada? - questiono, cruzando os braços e o olhando.

— São segundos a menos que passarei com você, Haruno. Todo o tempo importa.

Meu Defensor - ItaSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora