Dezenove

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Entre os corvos

Sasuke e Naruto procuravam pela Sakura na floresta, mas não sabiam que a garota passara tanto tempo aos prantos, duvidando de si mesma e se lamentando por todos os acontecidos em sua vida, que cansou seu corpo e mente, decidindo ir para casa. A garota aproveitou a escuridão e pegou um atalho para andar sem ser vista, podendo assim chegar em casa cedo, tomando um banho e indo direto para a cama. Queria que a noite passasse lentamente, aproveitando para ter uma longa noite de sono, de preferência, que ela dormisse para sempre, assim evitava qualquer tipo de constrangimento e estresse na manhã seguinte.

Os amigos andavam lado a lado, frustrados por não terem a encontrado ou sentido o chakra da garota. Se pouparam, retornando para onde ainda acontecia a festa da colheita. Algumas barracas já se fechavam, por estarem desde o início e venderem todas as suas mercadorias. Grande parte de seus amigos também haviam encerrado a noite.

— Bem provável que ela esteja em casa, Naruto. – balbuciou Sasuke, se sentindo exaurido por não ter parado um minuto sequer.

— Você tem razão. – o loiro deu-se por vencido, querendo ir de encontro a sua namorada terminar o resto da noite, ainda que estivesse preocupado com a amiga. — A vila está reforçada, ninguém passará das barreiras e ela é esperta, não deve ter saído daqui. – disse para se convencer de desistir de tentar encontrá-la para descansar.

— Itachi. – resmungou Sasuke, ignorando o que o amigo dissera no exato momento em que parou seus olhos no irmão mais velho, que ia ao seu encontro.

— É tudo culpa sua! – gritou Naruto, não poupando energia em seu tom de voz. — Agora ela sumiu e sabe-se lá onde se enfiou. – se exaltou, dando um passo para frente.

O braço de Sasuke o impediu de avançar mais. Sua feição séria, ainda analisando o rosto de Itachi, tentando captar algum sinal ou sentimento.

Nada.

Talvez fosse ele que se sentia preocupado, até mesmo por ter feito pior com Sakura no passado. Ele ouvira alguns acontecidos, mas jamais imaginou que ela realmente se permitiu viver a tristeza. Conseguia ver todos os relances dos momentos em que a deixou para trás, a insultou e, o pior, tentou matá-la. Sakura não merecia e não merece sofrer mais por ninguém.

E se os boatos sobre os Uchiha's fossem verdadeiros, Itachi também a magoaria.

Por tudo o que passaram, somente uma maldição era o suficiente para explicar tudo de ruim que vivenciavam ou faziam tudo e todos ao seu redor passar.

— Não deixe com que os boatos sejam verdade, irmão. – Sasuke o aconselhou, não querendo acreditar em seus pensamentos, tampouco no que diziam a respeito de seu clã.

Itachi o olhou nos olhos e, em meio a iluminação da lua e das luzes dos postes que cobriam grande parte das ruas, sumiu entre os corvos, sem deixar rastros.

*

Toda a minha cabeça latejava, sem dizer dos meus olhos que ardiam. Os abri lentamente, totalmente contra a minha vontade. Cada parte do meu corpo ansiava por água, de preferência gelada. Não me recordava por quantas horas me mantive inerte, em um sono tranquilo, mas ainda assim consegui notar as estrelas que cobriam o céu negro pela porta da varanda estar completamente aberta. Ainda era noite. Bem provável que fosse madrugada. Apoiei meus pés quentes sobre o chão gélido, e agradeci por estar calor. Andei em passos lentos e sonolenta até a cozinha, sentindo o vento gelado percorrer meu corpo aquecido, arrepiando-me por inteira. Ignoro o arrepio e abro a geladeira, pegando quase às cegas a garrafa de água. Despejei o líquido sobre um copo na pia, o mesmo que usei antes de dormir, disso eu me lembrava. Guardei a garrafa por não precisar mais dela e me apoiei no armário, bebendo a minha água.

Meu Defensor - ItaSakuOnde histórias criam vida. Descubra agora