Capa: @loyslennecavalcante
Depois da queda de um reinado, o caos se instaurou em Vermogen. O país dividido entre Engelianos e Gemeinsanos, onde uns tem bem mais que os outros, vê o caos tomar conta após a ascensão de uma nova rainha. Fome, doenças...
⚠️Atenção, contém violência e temáticas sensíveis ⚠️
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Veridiana ouviu os boatos vindos direto de Pantheon com lágrimas nos olhos. Ela agradeceu a pessoa que lhe disse e seguiu até o QG da resistência com um sorriso no rosto. Ela precisava averiguar direito antes de ter certeza. Uma mulher resistente a chamas era algo que não se via todo dia. Mia viu a felicidade da mulher, mas não perguntou a respeito, continuou a organizar as armas e contar a munição. Veridiana para ela era sempre uma incógnita, ao mesmo tempo que parecia ser uma brava guerreira, parecia ser uma criança cheia de esperanças que Mia julgava serem tolas. Ninguém tinha tempo para felicidade ali, não com o mundo ruindo ao redor deles.
Egon se aproximou da amiga e sentou-se ao seu lado. Ele ficou em silêncio por um tempo observando Mia cuidadosamente organizar a munição. Ela tinha dedos longos e suas unhas pareciam ser bem maiores do que aparentava, embora estivesse sempre com elas curtas. Egon percorreu o olhar pelo rosto dela, a pele era lisa, tinha pintas pretas esparramadas levementes pelo rosto dando um ar ainda mais bonito em seu rosto. As olheiras marcadas destacavam os olhos que pareciam cada vez mais âmbar. Na verdade, Egon os considerava da cor de ouro. Os lábios volumosos e levemente arroxeados. O guerrilheiro sonhou muitas vezes com aqueles lábios aos seus, mesmo que só por um instante. O olhar de Mia encontrou os dele e ele despistou desviando o olhar e limpando a garganta.
— E então? – Egon começou.
— E então o que? – Mia perguntou confusa.
— A gente quase não se fala.
— São as coisas que temos feito. Não temos tempo.
— Sei. Pensei que fosse por causa do cara novo.
— Nada a ver. – Mia deu de ombros, enfileirando uma quantidade grande de cartuchos de espingarda dentro de uma caixa de madeira.
— Escuta, Mia. A gente bem que poderia ir embora daqui um dia. — Egon olhava para a mesa à frente dele com o rosto levemente corado.
— Sair da Resistência?
— Não. Daqui deste lugar, atravessar o deserto. Ver o outro lado.
— Egon, isso é uma grande besteira. Nossa casa é aqui e não podemos deixar tudo!
— Mia! Eu só...
— Ah, o Klaus chegou! – Mia interrompeu o amigo e o deixou para ir até o novato que chegou apressado.
— Oi, bom dia. — Klaus disse com o mesmo ar entediado de sempre. Egon franziu a testa e cruzou os braços encarando Klaus que apenas acenou com a cabeça.
— Já que estão todos aqui, a nossa missão de hoje será distribuir um pouco dos alimentos que conseguimos aos mais carentes. — Veridiana interrompeu a energia negativa que começava a se instalar no local. Ela já desconfiava do ciúme que Egon sentia e temia que isso pudesse atrapalhar o relacionamento na equipe.
