🔥 21 - Entre mortos e feridos

27 5 98
                                    

Diana estava caminhando a horas num cenário que nunca havia visto antes. Um imenso mar de lava que por alguma razão não a queimava e não afundava. Ela parecia perdida e sem rumo. A última coisa de que se lembrava foi de estar no campo de batalha e de ver a jovem Amelie esmagada. Ela chamava por seus amigos, mas a voz parecia não sair. Era como se estivesse muda. Ela continuou caminhando sentindo o ar quente da lava por todo o redor. Queria sair dali, tinha que ver Klaus, saber se ele estava bem.

Depois de caminhar por horas, seu corpo estava exausto e extremamente cansado. Avistou de longe algo branco e que entrava em choque diretamente com o mar de lava. Era neve? Diana começou a ouvir alguém chamar seu nome. Voz de homem. Klaus? Ela começou a correr desesperada na direção da neve de onde vinha a voz. Quando ela chegou na divisa entre a lava e a neve, uma luz branca ofuscante começou a cegá-la e logo surgiu em sua visão um cenário diferente. Um cômodo de paredes claras e detalhes em azul e dourado. Haviam vários quadros na parede de pessoas e lugares, a cama em que estava tinha lençois brancos e macios. A voz continuava a chamar por seu nome. Mas ela não reconhecia. Era uma voz charmosa, de um homem jovem.

— Diana?

Diana firmou a visão e viu o rosto de um homem muito bonito. Talvez o mais bonito que já havia visto em toda a sua vida. Os cabelos eram tão brancos quanto a neve que havia visto anteriormente e seus olhos eram de um azul intenso e vívido. A pele clara era sedosa e aveludada e aparentava ser muito jovem. Diana tentou falar, mas a voz parecia não sair.

— Não tente falar... parece que sua garganta está queimada. Mas, se tratando de você, deve curar rapidamente.

Ela arregalou os olhos e tentou se mexer, mas seu corpo estava dolorido. Ela correu os olhares pelo local à procura de alguém conhecido, para identificar o local onde estava. O homem tocou levemente em seus ombros para que se deitasse.

— Não se mexa, seu corpo precisa de descanso.

Diana começou a se debater tentando sair de onde estava. A cabeça estava zonza. Ela se debateu e caiu da cama.

— Diana! — Ela ergueu o olhar e viu o rosto de Veridiana e sentiu o alívio tomar conta de seu corpo. A mulher se aproximou de Diana e a ajudou a se levantar e se deitar novamente.

— Será que eu a assustei?

— Majestade, ela acabou de acordar, é normal que ela esteja assustada. Afinal ela estava em coma há mais de duas semanas.

— Queria causar uma boa impressão.

Diana olhava tudo assustada e sem entender o que estava acontecendo ali. Veridiana e Kiran conversavam e a única coisa que Diana queria saber era sobre Klaus. Ela segurou firme no braço de Veridiana e com muito esforço sussurrou:

— K...Kla-us...

O sorriso de Veridiana sumiu de seu rosto e ela olhou para Kiran que ficou em silêncio olhando fixamente para Veridiana. Diana apertou mais o braço de Veridiana e disse mais uma vez:

— Kla-us!

Veridiana hesitou por um instante e depois olhou para Diana com um olhar pesaroso e disse apenas: — Ele está a caminho.

— Q...uando?

— Está a caminho, deve chegar em breve. Ele ficou em Santer para resolver uns assuntos do Exército, mas vai vir em breve.

— On..de eu... — Diana tentava dizer, mas a dor da garganta era insuportável.

— Onde você está? Está em um local seguro.

Diana olhou desconfiada para Kiran e o encarou por um breve instante e voltou a olhar para Veridiana aguardando que a mesma a respondesse.

— Rei Kiran, das Terras Geladas que mencionei para você aquele dia. Pode ficar tranquila, descansa e se recupera. Logo o Klaus estará aqui.

Ascensão e queda - Sangue de Fogo - Volume 1Onde histórias criam vida. Descubra agora