❥ Desconectado ❥

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27 de fevereiro de 2011 (11h11)

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27 de fevereiro de 2011 (11h11)

— Sra. Kwon?

Jennie, que até então estava remexendo-se impacientemente em seu assento na sala de espera, animou-se com isso e, pegando sua pequena bolsa, seguiu a enfermeira pelo corredor estreito até uma sala de exames vazia, onde se sentou nervosamente olhando ao redor. Tudo era branco — branco demais para o gosto de Jennie, pois parecia um centro de reabilitação —, o cheiro de remédio pairando no ar fez seu coração acelerar. E se alguém soubesse? Não, não poderia acontecer. Era apenas a paranoia dela fodendo com ela, com certeza.

A enfermeira puxou a seringa e amarrou firmemente uma tira de couro em seu braço direito, o que a fez se contorcer e desviar o olhar. Jennie odiava agulhas tanto quanto odiava drogas, mas infelizmente conhecia bem ambas.

Grande erro.

Ela soltou um suspiro de alívio quando a enfermeira terminou de tirar seu sangue e tirou a agulha, descartando-a com segurança em uma lixeira vermelha. Jennie olhou para o perfil lateral da enfermeira enquanto ela rabiscava algo nos tubos de amostra, concentrando-se em uma pequena tatuagem de vaga-lume na parte de trás da orelha esquerda.

Sexy, ela pensou.

A enfermeira era muito jovem, Jennie calculou que provavelmente tivesse vinte e poucos anos. Seu cabelo era castanho-acinzentado e não ultrapassava os ombros, envolvendo seu rosto redondo como uma moldura delicada. Ela se parecia muito com Eun-bi.

Jennie corou com o pensamento e balançou a cabeça para manter as imagens fora de sua mente.

— Tudo bem, isso deve levar cerca de quinze minutos. Estarei de volta quando os resultados estiverem prontos. — Disse a enfermeira, deixando Jennie sozinha com seus pensamentos e a máquina um tanto barulhenta que estava ao lado dela prestes a determinar seu futuro.

Jennie olhou para o calendário na parede e suspirou desapontada. Era seu primeiro aniversário de casamento e ela não via o marido há dois dias.

Normalmente ele não desaparecia por tanto tempo, sempre voltando para casa pelo menos para dormir, mas ultimamente as coisas tinham ficado ainda mais agitadas com a polícia em seu encalço, e parecia que ele nunca mais tinha tempo para ela. Inferno, ela não ficaria surpresa se ele nem lembrasse que dia era.

Não foi isso que Jennie imaginou para si mesma quando aceitou a proposta dele. É verdade que casar aos dezoito anos, recém-saída do ensino médio, foi uma decisão impulsiva e imprudente, mas ela não se importava. Ela tinha certeza de seus sentimentos por ele, assim como dos sentimentos dele por ela — além disso, ela sabia que isso irritaria ainda mais seu pai. No entanto, ela rapidamente entrou no mundo real e percebeu que talvez, apenas talvez, ela não conhecesse o marido.

Ele sempre a encheu de presentes chiques, comprou roupas caras e fez tudo o que ela queria apenas para agradá-la. Mas eles tinham partido para a Coreia do Sul com muita pressa, mal conseguindo se instalar em um apartamento de dois andares em Busan, quando ele já havia providenciado toda a papelada para o casamento. O casamento deles não foi exatamente romântico, apenas eles, um juiz, uma testemunha e uma pilha de papéis. Ela estava honestamente decepcionada consigo mesma por não perceber todos os sinais que estavam ali.

❥ 𝓝ã𝖔 𝖔 𝖒𝖊𝖚 𝖙𝖎𝖕𝖔 | 𝔍𝔢𝔫𝔩𝔦𝔰𝔞Onde histórias criam vida. Descubra agora