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(9h26)
Errado.
Isso tudo estava muito errado — só podia ser uma maldita piada! Lisa não conseguia acreditar no seu azar e em como ela poderia ter confundido sua agenda e ido para a sala de aula errada. O que ela poderia fazer agora? Não é como se ela pudesse simplesmente se levantar e ir embora, se ela conhecesse Jennie —e ela conhecia— ela seria uma tola se por um segundo pensasse que poderia escapar sem se meter em problemas. Não, ela teve que ficar quieta e ouvir a palestra, esperando dolorosamente a aula passar e rezando para poder sair sem ser notada.
É isso. Jennie ainda não a tinha visto. Quando a aula terminasse, ela poderia simplesmente se levantar da cadeira e se arrastar no meio do mar de alunos e–
— Senhorita, você pode ler o próximo parágrafo, por favor? — A mais velha estava apontando diretamente para ela e engoliu em seco.
Ela estava ferrada.
Quando ela percebeu que não estava se movendo, falando ou realmente fazendo qualquer coisa, Lisa piscou e voltou a si, olhando para o livro em sua mesa que sua amiga a havia lhe dado no início da aula. Quando ela perdeu a noção do tempo?
Ela limpou a garganta. — Sinto muito, senhorita Kim, que página?
— Página 42
— Certo — Lisa estava nervosa... muito nervosa.
— Sobre 'Normas Sociais, senhorita...? — Jennie acrescentou interrogativamente.
— Lisa — ela respondeu e franziu as sobrancelhas em confusão.
Ela não a reconheceu?
— Certo. Senhorita Lisa, leia o parágrafo, por favor.
Ela limpou a garganta novamente. — O comportamento de um indivíduo varia dependendo do(s) grupo(s) do qual faz parte, uma característica da sociedade que permite que suas normas tenham um forte impacto na sociedade. Sem normas sociais, a sociedade humana não funcionaria como funciona atualmente; os humanos teriam que ser mais abstratos em seu comportamento, pois não haveria um estilo de vida padronizado "normal" pré-testado e os indivíduos teriam que fazer muito mais escolhas por si próprios. A institucionalização de normas é, no entanto, inerente à sociedade humana, talvez como um resultado direto do desejo de ser aceito pelos outros, o que leva o ser humano a manipular seu próprio comportamento para se 'encaixar' nos outros.
— Perfeito. Agora, com suas próprias palavras, por que o autor se refere à aceitação pelos outros como um desejo humano?
— Porque é... — Lisa notou o leve salto em sua sobrancelha esquerda logo acima de sua linda verruga, encorajando-a a elaborar. — Pode-se argumentar que estamos sempre competindo uns contra os outros tentando nos destacar; como um instinto animalesco de sermos vistos como diferentes, especiais. Mas a verdade é que fazemos isso para nos sentirmos admirados, e a admiração se traduz em aceitação, é por isso que temos tantos ídolos. Ninguém idolatra algo ou alguém que não suporta. Portanto, "encaixar-se" não significa necessariamente ser uma cópia ambulante de todos os outros, apenas digno o suficiente para ser notado. E por essa lógica, justificamos nosso comportamento porque não é o meio que importa, mas o objetivo em si.
