Liberdade em Meus Braços

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Os dias que se seguiram durante a estadia de Marinette no quarto de Adrien Agreste, se passaram tão lentamente, que constantemente Marinette buscava em sua mente inquieta algum meio de se distrair dos seus pensamentos em relação ao loiro atrevido que constantemente a provocava.

O último celar de seus lábios havia sido no dia do incêndio, e desde então seus dias haviam se passado sem que eles voltassem a se tocar. E desde aquela intensa carícia, Marinette se pegava constantemente pensando na sensação que havia sentido. Havia momentos em que seus dedos tocavam seus próprios lábios ao recordar a sensação. Quando se encontrava diante de Adrien, evitava ao máximo olha-lo na face e quando o fazia lutava contra o ato de olhar para os lábios que se moviam enquanto ele falava. E quando sorria... céus, parecia provoca-la ainda mais.

Seus devaneios foram interrompidos por batidas na porta, e logo após a mesma foi aberta. Com metade do corpo para dentro do quarto os fios loiros surgiram e apenas um dos olhos verdes a observava.

-O que minha bela jóia está a fazer? - questionou ele adentrando completamente no quarto.

-Joias não falam. - retrucou desviando seu olhar para a janela ao lado da cama.

-A minha jóia fala, e possuí uma voz tão aveludada que amansa meus nervos, apagando o estresse que me abateu durante meu dia. - dando a volta na cama se deitou e deitou sua cabeça próximo ao colo dela - Então por favor, diga-me mais alguma coisa.

-O que quer que eu diga? - questionou levando sua mão em direção aos fios loiros mas parando no meio do processo por constrangimento - Não tenho nada a lhe dizer.

-Conte-me como foi o seu dia.

-O que posso dizer quando passo todas as horas do meu dia deitada sobre está cama? - murmurou cabisbaixa.

Ao perceber a tristeza no tom de voz que havia saído dos lábios da azulada, Adrien abriu seus olhos e ergueu sua cabeça para ver sua face, não se surpreendendo com o semblante abatido. Seu braço se ergueu e sua mão se dirigiu a face dela, a acariciando com as costas dos dedos.

-Se sente presa? - questionou e após um segundo de hesitação ela assentiu com a cabeça - Se desejar, podemos sair um pouco. Te levarei até o jardim, assim, poderá pegar um pouco de ar puro.

-Podemos? - questionou esperançosa o olhando diretamente nos olhos pela primeira vez desde que ela havia entrado no quarto.

-Farei tudo o que desejar, minha Lady. - disse ela com um sorriso - Só preciso que me peça e eu farei.

-Então...Eu gostaria de sair um pouco.

Adrien sorriu e se erguendo de cama se dirigiu a porta. Antes de sair, a olhou sorridente.

-Aguarde um minuto. Voltarei rapidamente.

Ao findar de suas palavras, a porta se fechou. Marinette franziu o cenho confusa.

-Ele parece... - disse Tikki aparecendo ao seu lado.

-Diferente? - deduziu Marinette.

-Eu ia dizer mais besta, mas acho que sua declaração é mais gentil. - declarou dando de ombros.

-Não esperava que ele realmente me deixaria sair tão facilmente.

-Por que não? Você não é uma prisioneira.

-Passei tanto tempo sem poder sair e não vendo ninguém além de Alya, o mestre Fu e minha mãe, além é claro de Adrien, que passei a acreditar que estava cativa. Mas... pela primeira vez desde que cheguei aqui, poderei respirar um pouco de ar puro.

-Mais ou menos na verdade. Você não vai passar dos portões.

-Ainda sim, poderei sair desse quarto.

O Lorde LadrãoOnde histórias criam vida. Descubra agora