Ideia Ruim

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Marinette havia ajeitado o vestido em seu corpo dezenas de vezes. Havia prendido seu cabelo com um coque trançado e deixado apenas algumas mechas na frente, ao qual seus dedos sempre alisavam. Seus pés se moviam inquietos de um lado para o outro. Da sacada em que estava, olhou através do alçapão para sua cama, aonde um conjunto de travesseiros e cobertas imitavam seu corpo. Havia dito a seus pais que estava com dores de cabeça e iria dormir mais cedo, então dentro de si, a azulada torcia para que não decidissem ver como ela estava.

Se aproximando novamente da grade, observou a rua remota abaixo de si. Respirando fundo, direcionou seu olhar para a pequena criatura que planava ao seu lado.

-É melhor descermos, Tikki. Ele já deve estar chegando. - deduziu e em resposta, a pequena apenas assentiu - Tikki, transformar.

Com o traje em tons de vermelho branco e preto tomando o lugar do vestido azul, Matinette se colocou sobre a grade e pulando para o outro lado da rua, desceu pelo beco escuro e no instante que seus pés tocaram o solo, sua transformação se encerrou com o comando dado por si mesma. Respirando fundo para conter sua angústia, ela aguardou, até que a carruagem com um emblema conhecido parou diante de sua residência. Rapidamente, ela se apressou em ir até a mesma e bater na porta. A cortina se abriu e um sorriso ladino surgiu.

-Creio que se esqueceu de seu capuz, minha querida. - disse o loiro ao abrir a porta.

Se dando conta de que realmente havia se esquecido de cobrir sua cabeça com o capuz, rapidamente ela adentrou a carruagem. Se sentando, foi capaz de sentir seu coração acelerado em seu peito. Ao ergueu seus olhos, se deparou com as brilhantes íris verdes a observando com puro e elevado interesse.

-Até mesmo o rubor do frio em sua face lhe deixa estremamente sedutora, minha querida. - murmurou em tom grave.

Marinette sentiu seu corpo se arrepiar. Novamente aquele sensação lhe atingiu. A sensação de estar diante de seu predador, encurralada, como um pequeno coelho indefeso. Seu coração batia forte em seu peito, mas...estramente...a sensação em si não lhe incomodava.

-Minha querida Marinette, conseguiu estar mais deslumbrante do que da última vez que nos encontramos.

-S-Senhor Agreste, não é certo nos dirigimos de modo informal.

-Por que não seria? - questionou e logo após bateu a mão contra a parede da carruagem que logo se moveu - Nosso relacionamento já não passou de um limite comum?

-Não temos um relacionamento, senhor Agreste.

-Bom...creio que quando duas pessoas compartilham um segredo, ambas possuem um relacionamento.

-Não compartilhamos segredos. O senhor apenas está usando o meu segredo contra mim.

-Estou o usando para conseguir algo que creio eu, jamais conseguiria.

-E o que seria? - inquiriu temerosa.

-Me aproximar da senhorita, e conseguir que saísse comigo.

-E o que lhe faz acreditar que usar o meu segredo seja o único modo de conseguir isso?

-Por que seu doce e puro coração está voltado para outro homem, minha querida. - estranhamente, aos olhos de Marinette, ele aparentou estar abatido.

-E-Eu não sei a que o senhor se refere.

-Não tente esconder o que deixou claro desde o princípio, minha querida. - se erguendo de seu assento, ele caminhou até o lado dela e se sentou - Porém, não sou o tipo de homem que desiste de algo facilmente, ainda mais... - tomando a mecha de cabelo solta da azulada em seus dedos, ele a levou até suas vias respiratória, sentindo o doce aroma que ela emanava - um diamante bruto em sua total pureza.

O Lorde LadrãoOnde histórias criam vida. Descubra agora