- "𝑀𝑒 𝑓𝑎𝑐̧𝑎 𝑚𝑒 𝑠𝑒𝑛𝑡𝑖𝑟 𝑣𝑖𝑣𝑜"

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E Dominic estava lá, sentado tranquilamente em cima de uma pedra no meio de muitas rochas, na qual, se destacava na praia, observando o espetáculo de cores que pintava o céu durante o pôr do sol. Enquanto a maré banhava a costa e as gaivotas voavam ao longe, um pensamento profundo começou a brotar em sua mente curiosa.

Por um instante, sua mente refletiu e ele percebeu o quão vasto e incompreensível é o universo. A Terra, em sua grandeza natural, parecia uma mera partícula de poeira no espaço infinito. No entanto, esse insight não o fez sentir-se pequeno ou insignificante. Pelo contrário, foi como se ele tivesse descoberto uma verdadeira preciosidade: a importância relativa das coisas.

Assim como a Terra é pequena em comparação com o universo, cada indivíduo é apenas uma pequena parte da sociedade. E, no entanto, isso não diminui o valor intrínseco de cada pessoa. Muitas vezes, as pessoas são julgadas com base em critérios superficiais, ignorando a riqueza das experiências, pensamentos e emoções que cada um carrega consigo.

Esse entendimento iluminou sua mente, fazendo-o perceber que, da mesma forma que ele admirava a Terra mesmo em sua pequenez cósmica, deveríamos aprender a valorizar e respeitar uns aos outros, independentemente das diferenças externas. Ele sentiu uma onda de empatia e compaixão, desejando que todos pudessem enxergar o mundo sob essa nova perspectiva.

Enquanto o sol se despedaçava no horizonte, atingindo o céu com tons de rosa e laranja, ele respirou o ar puro que se passou entre suas narinas. Um maço de cigarro foi tirado de seus bolsos e um cigarro foi colocado entre seus lábios, o acendendo logo em seguida, inspirando profundamente.

Por um momento, ele sente um calor invadir seus pulmões, uma pontada de adrenalina dançando em suas veias. O fumo se dispersa, e ele se encontra imerso em um breve escape, onde preocupações se dissipam e uma sensação de calma momentânea toma conta.

No entanto, essa falsa sensação de alívio é apenas passageira, deixando para trás uma mistura de prazer e culpa, uma busca incessante por um escape que parece nunca ser suficiente para preencher o vazio interior.

Antes que pudesse apagar seu vício pessoal, passou podem ser ouvido atrás de você e o semblante misterioso aparece em seu lado. Enoch se senta, sem encarar Dominic.

O loiro ficou em silêncio por alguns minutos sem saber bem o que dizer ou se deve agir e oferecer um cigarro. Ele umidece os lábios inferior e encara o horizonte, mas o silêncio é algo constrangedor.

- Você.. fuma? - Dominic brincava com o maço de cigarros, jogando de uma mão para a outra.

- Não. - a resposta foi curta e grossa, por assim dizer. - Mas obrigado por oferecer, eu acho.

Nic suspira, guardando o maço de cigarro e baforando a fumaça guardada em sua boca. Era uma situação tão estranha, o que ele deveria fazer? Enoch finalmente o encara.

- Se a Ave ver você fumando isso, ela não irá gostar. - Ele diz como uma ameaça, mas logo olha para trás para ter certeza que ninguém está lhes observando.

- Eu não ligo muito. - Eu respiro pesado - Ok, talvez eu não ligo porra nenhuma.

Na verdade, Peregrine não seria a primeira a tentar fazer eu desapegar do cigarro, Ágatha também tentou, e se nem ela conseguiu, quem conseguirá? Meses e meses planejando formas de me distrair para eu não fumar mais e nada resolveu, no final, ela desistiu.

Enoch estava me encarando, só que mais fixamente dessa vez, perdido no silêncio e em seus pensamentos.

- É dependente?

- Necessitado.

- Mesma merda. - Enoch revirou os olhos, dando uma leve tossida.

Eu o encaro, sem entender.

LOST BELIEF | Enoch O'Connor.Onde histórias criam vida. Descubra agora