12. 𝐒𝐇𝐄 𝐈𝐒 𝐁𝐄𝐀𝐔𝐓𝐈𝐅𝐔𝐋?

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| 𝓞 𝓞́𝓡𝓕𝓐̃𝓞 |
❝𝑚𝑦 𝑡𝑢𝑟𝑛 𝑡𝑜 𝑡𝑒𝑙𝑙 𝑡𝒉𝑒 𝑠𝑡𝑜𝑟𝑦❞

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Dominic estava tendo surtos cada vez mais estranhos a cada diz que passava, e isso estava claro para todos. O menino acordava sempre cansado de suas noites longas e sofridas por pesadelos, ele quase não comia e dizia que via coisas no arbustos. Na última noite, Enoch acordou às 3h45 da manhã, pois ouviu a porta da frente abrir e quando foi conferir, era Dominic. O garoto estava do lado de fora, encarando algo entre os arbustos durante sua crise de sonambulismo. E claro, Peregrine foi avisa imediatamente.

Era mais um dia no orfanato, um linda tarde para se dizer bem. Cooper mergulhava nas brincadeiras da infância na animada sala de estar. As crianças corriam, riam e se divertiam, criando um ambiente de alegria contagiante. Entre elas, uma garotinha encantadora destacava-se com suas asas de gavião, enchendo o espaço com um toque de magia. Ela se chamava Lisa.

A pequena criança voada o mais alto que podia, enquanto algumas crianças pulava para pegá-la, e óbvio, Dominic estava no meio. Dominic era o único alto o suficiente para pular e alcançar os pés de Lisa, mas não queria destruir a brincadeira. No ápice da diversão, Peregrine, a cuidadora dedicada, interrompeu suavemente a brincadeira, seus olhos brilhando com uma notícia especial.

- Dominic! - disse ela, sua voz carregada de mistério e alegria - Há alguém especial que veio até nós, alguém que está ansioso para ver você.

Intrigado, Dominic deixou seu jogo de lado e seguiu Peregrine pelos corredores do orfanato. Cada passo aumentava sua curiosidade, enquanto sua imaginação vagava pelos possíveis cenários. Quem poderia ser essa pessoa especial? E por que estariam queria em vê-lo? Seu coração pulsava com uma combinação de ansiedade e excitação quando finalmente chegaram à sala de visitas, onde uma figura amigável e sorridente o aguardava, mais ansiosa que Dominic para se encontra.

- Olá, meu pequeno solzinho. - Essa frase foi o suficiente para Dominic abrir um sorriso e correr para abraçar a mulher.

PASSADO.

Todo dia, parece ser o mesmo dia.
Eu não entendo.

Há anos que eu não saio desse lugar, vivendo em um orfanato perdido nos confins da civilização da Austrália. Isso nunca muda.

Ágatha sempre diz para mim ter paciência, que um dia, alguém verá o melhor em mim e finalmente me escolherá. Mas, digamos que sou a pessoa mais impaciente desse lugar. Eu não aguento mais.

Eu sei que ela mente, mas gosto de fazê-la acreditar que está fazendo um ótimo trabalho me enganando, isso sempre tira um sorriso iluminado de seu rosto gentil. É adorável.

Minha presença aqui é marcada por um silêncio pesado, enquanto lavo a louça, ouvindo à distância a alegria das outras crianças que são escolhidas para serem adotadas. Cada vez que uma delas parte, uma mistura de esperança e desânimo toma conta de mim. Meu sorriso, outrora brilhante, agora parece um reflexo distante do que costumava ser.

Observo a porta se fechar mais uma vez, levando consigo a chance de encontrar um lar. O som oco ressoa em meus ouvidos, ecoando a solidão que sinto. Enquanto a água escorre pelos meus dedos, imagino como seria ter uma família, um lugar para chamar de lar. Às vezes, me pego sonhando com pais amorosos, irmãos e irmãs com quem compartilhar risadas e abraços calorosos.

No entanto, aqui estou eu, no orfanato, um lugar cheio de crianças que encontraram um lar, exceto eu. Tento manter meu sorriso mesmo diante da rejeição constante, mas é cada vez mais difícil. A esperança teima em se transformar em desespero, enquanto as oportunidades de adoção parecem escorregar por entre meus dedos como areia fina.

LOST BELIEF | Enoch O'Connor.Onde histórias criam vida. Descubra agora