|23|

233 26 12
                                    

P.O.V. Sina Deinert:

— Amor — ouvi o chamado, mas pareceu tão distante, que permaneci de olhos fechados. — Sina.

Resmunguei, me virei e continuei com os olhos fechados. Não era nem por eu não querer respondê-la, e sim porque meu sono simplesmente não permitia que eu abrisse meus olhos agora.

— Meu amor — sua voz saiu doce e extremamente calma.

Me forcei a abrir os olhos.

Heyoon estava sentada ao meu lado, com a mão em meu rosto, e fazia um carinho nele. Ela me olhava com doçura, como se estivesse admirando algum quadro ou sei lá.

Fiz uma careta e empurrei devagar sua mão, mas ela apenas desviou e continuou com os carinhos. Eu sentei na cama e respirei fundo, passando a mão no rosto.

— O que foi? — Minha voz saiu rouca, típica de quem acabou de acordar.

— Quero conversar com você.

— Não podia esperar eu acordar naturalmente? — perguntei, me levantando e indo até o banheiro.

Ela não respondeu e eu não cobrei a resposta.

Lavei meu rosto e escovei meus dentes. Quando acabei, voltei para meu quarto e me sentei na cama, ao seu lado. Heyoon me olhava com aquele mesmo olhar de admiração e eu estava ficando agoniada com isso.

Claro, eu amava ver minha mulher me olhando daquela forma, mas não após uma briga nossa.

— Por que tá me olhando assim?

— Você é simplesmente a melhor pessoa que existe. — Revirei os olhos e deitei. — Me desculpa.

— Heyoon...

— Me desculpa, amor — murmurou. Seus olhos estavam se enchendo de lágrimas. — Eu não sei o que deu em mim. Eu acho que estava cega, por algum motivo desconhecido, e esqueci completamente do seu dom de acalmar qualquer um apenas conversando. — Suspirei, passando a mão no rosto. — Eu retiro tudo o que eu disse ontem, fui babaca e só falei mentiras.

— Heyoon... — Me sentei.

— Você é uma mãe maravilhosa — me cortou —, eu te admiro muito e o Bernardo é extremamente sortudo por ter você como mãe. Você é calma, paciente e sabe cuidar dele. Faz de tudo por ele. E está sempre resolvendo tudo no diálogo, como deve ser. — Engoli o nó que se formou em minha garganta. — Sei muito bem que você ficou magoada e chateada com o que eu disse, com minhas palavras. E eu peço perdão.

— Me deixa falar. — Ela negou com a cabeça, se aproximando mais.

— Eu tenho muito orgulho de você e da pessoa que você se tornou. Você é uma mãe incrível. Eu te prometo isso. — Apertei meus lábios, deixando ela me abraçar. — Ontem, quando ele chamou por você, eu não entendi porque ele queria especialmente você... Mas, depois que você chegou e foi acolhê-lo, eu entendi. — Me olhou nos olhos. — Você acalma qualquer um, com seu abraço, seu carinho, e, especialmente, sua voz e suas palavras. — Ela fez um carinho em meu rosto, e eu estava me segurando para não chorar. — E eu fui idiota ao ponto de não entender isso antes... Até porque, eu, sendo sua esposa e te conhecendo há anos, deveria ter a certeza do motivo de ele sempre que precisa de conforto e palavras de afirmação, buscar você.

— Amor... — Ela me calou, de novo, colocando o polegar em meus lábios.

— Bernardo é igualzinho a mim nesse sentido. — Acariciou meus lábios e beijou. — Eu busco você, para tudo. Busco você quando preciso de conforto, de paz, de uma solução, de um abraço, de palavras... De uma cura. Porque você cura qualquer um. E você faz isso, como eu já disse, com seu toque, seu carinho, sua paciência, e suas palavras. Amor, sua voz acalma qualquer um. E eu peço, novamente, perdão.

Solução - Siyoon |Segunda Temporada|Onde histórias criam vida. Descubra agora