E chegou o tão esperado dia de regresso.
Despedimo-nos da Joana e do Tomás. Não quiseram ir ao aeroporto.
Fiz uma mala para mim e para Matilde com algumas peças de roupa. Básicamente as mais leves pois no Brasil o inverno não é tão rigoroso.
Deixei os agasalhos mais grossos para a Joana doar.Os dois choraram ao despedir-se da minha filha. Prometi voltar de férias.
A Matilde estava triste pelos padrinhos mas eufórica por ir conhecer a família. Ela conhecia todos por foto.
O Diogo acompanhou-nos.
- Então até Dezembro, diz Diogo.
- Dezembro, porquê? Perguntou a Ju e eu fiz cara feia para ele.
- Estou a pensar ir passar o Natal convosco e ficar para o final de ano.
- Serás bem-vindo. A nossa casa estará sempre aberta. Quem sabe arranjas lá uma morena! Disse eu piscando o olho.
- Sempre pensando em mulheres, né, seu Rodolffo?
- Que nada. A única que me interessa está aqui. O Diogo é que está ficando velho, precisa de um aquecimento para os pés.
Chamaram o nosso voo.
- Princesa! Dá um beijinho aqui ao titio.
- Fica bem titio. Vou ter saudades.
- Eu também, digo apertando-a num abraço.
- Adeus ju. Qualquer dificuldade, estamos e contacto.
- Adeus Rodolffo. Foi um prazer.
Assim nos dirigimos à zona de embarque.
- Papá, vamos naquele avião grande?
- Sim. Tens medo?
- Não, mas nunca andei de avião.
Embarcamos e a Matilde quis o lugar da janela. A seguir eu e depois Rodolffo.
Mal o avião subiu, Matilde ficou encantada com a vista, mas, foi só
Lisboa desaparecer que ela adormeceu. Mudei de lugar com ela.
No centro era mais fácil ela dormir.Eu cochilei também mas Rodolffo não. Manteve-se alerta. Via um filme e velava por nós.
Vínhamos na classe mais confortável mas mesmo assim estes voos de muitas horas tornam-se cansativos.
Chegámos a S.Paulo à hora prevista.
A Alice mandou o Marcos buscar-nos. Pensem no choque ao ver a Matilde.
- Tio Marcos, onde está a Lia?
- Está em casa à tua espera? Está todo o mundo à espera da mamãe é do papai.
- E de mim?
- Também, princesa.
- Cunhado! Estás a imaginar o choque que vai ser. Todo o mundo espera só vocês 2.
- Eu sei. Quisemos fazer surpresa.
- E Ju! Como foi viver em Portugal?
- Tirando as saudades e o tudo novo no início, quando te ambientas é maravilhoso.
- É verdade Marcos. Eu estive e pouco tempo mas via-me a viver lá.
- Falta muito, Papá?
- Não. É só virar nesta rua. Olha, aquela casa amarela. É ali.
- Agora ficas aqui no carro com o tio Marcos. A mamãe e o papai vão primeiro para fazer a surpresa. Depois venho buscar-te, está bem?
- Sim Papá.
Atravessámos o jardim. A porta da entrada estava fechada. Rodámos a maçaneta e estavam todos na sala.
- Surpresa!!!
- Foi uma gritaria, tudo queria abraçar a Ju. Ela procurou a Lia e logo estavam as duas abraçados e aos beijos.
- Está tão grande a minha menina! Deixa olhar para ti. Está uma mocinha.
Beijei toda a gente. A minha sogra estava muito emocionada.
Terminados os cumprimento, Rodolffo diz:
- Quero tudo sentado. Tenho uma surpresa para todos.
Vou com a Ju em direcção à porta.
Do lado de fora estava Matilde e Marcos.
Pagamos cada um na mão da nossa filha e entrámos.
Em frente a todos eu falei;
Mãe, pai, mana, família, esta é Matilde, minha filha e da Ju.
Todos começaram a chorar e
Matilde assustou-se. Escondeu-se atrás do pai e ele pegou nela aí colo.A Ju falou para ela:
- Filha! Lembras quando a mamãe e o papai choraram porque estavam felizes?
- Sim.
- Está todo o mundo feliz agora!
- Mas eu não gosto de choro.
- Então, papai manda todos pararem.
- Vovós! Parem de chorar e venham cumprimentar a vossa neta.
Eles limparam as lágrimas e vieram.
- Que linda a nossa neta. Parecida com a Ju mas a boca é do Rodolffo.
Todos puderam cumprimentar a pequena.
Dona Inês veio abraçar a Ju.
- Obrigada por este presente. Jamais passaria pela minha cabeça tamanha felicidade.
- Perdoem-me por ter sido egoísta e ter-vos privado da vossa neta.
- Importante é que vocês se resolveram. Agora poderão compensar um ao outro. E os estaremos aqui para apoiar.
A Alice abraçada à Ju dizia: temos muito que falar.
A Lia sequestrou a Matilde e já tinham ido às duas para o quarto dela.
- Tu podes dormir comigo. A minha cama é grande.
A Lúcia chamou toda a gente para irem comer.
- Lia! Desce com a prima que ela deve ter fome.
- Mamãe! A prima hoje dorme comigo diz Lia.
- Eu posso mamã?
- Hoje podes.
A Lúcia preparou um autêntico banquete. Fomos comer e a conversa e explicações duraram por várias horas.
A Alice contemplava o irmão e a Ju e pensava: meu Deus precisava terem sofrido estes 5 anos?
Dona Inês era o espelho de felicidade. Todos sabiam o quanto ela queria ver o seu menino feliz.
Seu Vicente olhava toda a gente e deixava cair uma lágrima.
Rodolffo e Juliette olharam-se e deram um selinho.
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