Capítulo 7

139 19 5
                                    

Acordei já eram 11 horas.  Hoje era folga da Lúcia.

Desci para preparar o meu café.  Estava tudo tão arrumado na cozinha que deduzi que o Rodolffo ainda dormia.

Tomei o meu café,  e deixei tudo preparado para ele.

Preparei o meu lanche,  peguei na toalha e o meu livro e fui até ao meu refúgio.

Acabei de acordar.  Estava na varanda espreguiçando-me quando vejo a Ju com uma toalha na mão, caminhar em direcção à trilha na mata.

- Onde é que ela vai de toalha.  De certeza para o riacho.

Havia muito tempo que eu não ia lá.   Noutros tempos eu também fazia aquele caminho quando queria estar sozinho.

Desci para tomar café e vi que a mesa estava posta com o essencial.

Tomei café descansado e meditando sobre a noite anterior.

Vou fazer uma surpresa à Ju.

Preparei uma cesta de pic nique com  várias sanduíches, frutas, e biscoitos.   Havia bolo de chocolate na geladeira e coloquei também.
Uma garrafa de vinho, 2 taças, a toalha, guardanapos e àgua.

Vesti uma sunga por baixo dos shorts,  pequei uma toalha e a cesta e fui procurar a Ju.

Cheguei ao local e lá estava ela.  Biquíni vermelho, deitada de barriga para baixo na toalha, e lendo o livro.

Os cabelos espalhados pelas costas e a bunda...  meu nosso senhor cristinho me perdoe estes pensamentos.

Fiquei a admirá-la e ela não percebeu a minha presença.

- Então é aqui que a senhorita se esconde?

Ela deu um grito de medo.

- Ah! Rod. Isso não se faz. Vai que eu morro de susto.

- Desculpa, estive mal.

- Como me descobriste aqui?

- Vi-te da minha varanda.

- Eu amo este sítio.

- Também era o meu preferido mas há muito tempo não vinha cá.

- Pelos vistos eu estou a contribuir para o teu regresso ao passado.  Ontem o bar, hoje este local.

- É.  Mas o passado que fique bem lá atrás.  Não quero voltar,  não.

- Eu gosto de vir aqui ler e tomar banho.   Venho todos os Domingos.

- Nunca tinha percebido.

- Porque a maioria dos Domingos tens show.

- Trouxe uma cesta com alguma comida.  Posso ficar contigo todo o dia?

- O riacho é teu, não meu.

- E a minha companhia,  queres?

- Sim.  Sem sustos.

- Anda, vem para a àgua.

Entrei na àgua que estava bem gelada e segurei nela para entrar também.
Ficámos tão próximos que nem um alfinete cabia entre nós.

Afastei uma mecha de cabelo da sua  cara e fiz-lhe uma festa com o polegar.   A vontade que eu tinha de beijar aquela boca.

Ela jogou àgua em mim e assim ficámos que nem duas crianças.

Ao fim de um tempo senti ela tremer de frio.

- Anda! Vamos para o sol que podes adoecer.

Saímos da àgua, secámos o corpo e Deitámos ao sol em silêncio.

Dobrei o corpo para o lado dela, apoiei o rosto na mão e disse:

- Ju! Eu estou gostando de você.

Ela olhou para mim com lágrimas nos olhos e respondeu:

- Eu também.

Limpei as lágrimas com o polegar, baixei-me e dei-lhe um beijo suave.

Ela passou os braços à volta de mim e iniciámos um beijo  cheio de desejo.  Nossos corpos estremeceram.

Quando nos separamos ela sentou-se e começou a falar.

-Rod!  Eu tive um namorado faz muito tempo.  Ele só queria dormir comigo e como eu não quis, ele deixou-me. -  Rod, ainda sou virgem.

Abracei-a e ficámos alguns minutos assim em silêncio.  Ela encostou a cabeça no meu peito e eu fiz carinho no cabelo.

- Tudo vai dar certo,  disse eu.  No tempo certo.

Ela olhou-me, deu-me um selinho e voltou a encostar a cabeça no meu peito.

O tanto que eu a desejava era igual ao respeito por ela.  Podia aproveitar-me da vulnerabilidade dela mas seria muito escroto se o fizesse.

- Vamos comer?

- Bora.  Estou faminta.

- E a senhorita ia passar aqui o dia só com esse lanche?

- Sim  como de costume.

- Mas não pode.  A menina ainda está em fase de crescimento disse eu tentando mudar o ambiente.

- Só para os lados porque para cima vai ser difícil.

Gargalhadas dos dois.

Comemos e ficámos o resto da tarde tomando o vinho.

Regressámos a casa.  Eu estava feliz.  Ele, eu acho que também.  Não comentou nada sobre a minha revelação.   Não sei o que lhe vai no pensamento.

Entrámos e fomos tomar banho.

Quando terminei e desci ele estava no sofá com a cabeça deitada para trás e de olhos fechados.

- Um presente pelos teus pensamentos.

- Não é nada! Vamos fazer o jantar.

Olhámos dentro da geladeira.  Havia carne à bolonhesa, fizemos um macarrão que logo ficou pronto.

- Queres vinho?

- Não.  Já bebi hoje e não estou habituada.

Comemos quase em silêncio.   O ambiente não era o melhor.  Alguma coisa tinha mudado.

Terminámos de arrumar a cozinha e ele chamou-me para ver um filme.

Sentámo-nos lado a lado e demos inicio ao filme, uma comédia romântica.

Ainda não tinha passado meia hora, ele passa o braço pelos meus ombros e puxa-me na sua direcção.  Encostei nele e dei um xeiro no seu pescoço.

Ele segurou no meu queixo e beijou-me com vontade.

O filme passou para segundo plano, a coisa esquentou e ele afastou-se de mim.

- Não posso.

- Porquê?

- Vais achar que eu me quero aproveitar.

- A tua fama não é lá grande coisa.

- Vês?  Até tu já tens essa ideia de mim.  Nunca mais ninguém me vai ver como um homem decente.  A fama de depravado persegue-me.

- Mas só cabe a ti mudar isso.

- Até já tentei algumas vezes mas o universo não ajuda.

- Tenta mais uma.  Comigo.

- Não posso fazer isso contigo.

- E se eu quizer?

- Como?

- Faz amor comigo, hoje.

-

Sétimo Sol Onde histórias criam vida. Descubra agora