Acordei já eram 11 horas. Hoje era folga da Lúcia.
Desci para preparar o meu café. Estava tudo tão arrumado na cozinha que deduzi que o Rodolffo ainda dormia.
Tomei o meu café, e deixei tudo preparado para ele.
Preparei o meu lanche, peguei na toalha e o meu livro e fui até ao meu refúgio.
Acabei de acordar. Estava na varanda espreguiçando-me quando vejo a Ju com uma toalha na mão, caminhar em direcção à trilha na mata.
- Onde é que ela vai de toalha. De certeza para o riacho.
Havia muito tempo que eu não ia lá. Noutros tempos eu também fazia aquele caminho quando queria estar sozinho.
Desci para tomar café e vi que a mesa estava posta com o essencial.
Tomei café descansado e meditando sobre a noite anterior.
Vou fazer uma surpresa à Ju.
Preparei uma cesta de pic nique com várias sanduíches, frutas, e biscoitos. Havia bolo de chocolate na geladeira e coloquei também.
Uma garrafa de vinho, 2 taças, a toalha, guardanapos e àgua.Vesti uma sunga por baixo dos shorts, pequei uma toalha e a cesta e fui procurar a Ju.
Cheguei ao local e lá estava ela. Biquíni vermelho, deitada de barriga para baixo na toalha, e lendo o livro.
Os cabelos espalhados pelas costas e a bunda... meu nosso senhor cristinho me perdoe estes pensamentos.
Fiquei a admirá-la e ela não percebeu a minha presença.
- Então é aqui que a senhorita se esconde?
Ela deu um grito de medo.
- Ah! Rod. Isso não se faz. Vai que eu morro de susto.
- Desculpa, estive mal.
- Como me descobriste aqui?
- Vi-te da minha varanda.
- Eu amo este sítio.
- Também era o meu preferido mas há muito tempo não vinha cá.
- Pelos vistos eu estou a contribuir para o teu regresso ao passado. Ontem o bar, hoje este local.
- É. Mas o passado que fique bem lá atrás. Não quero voltar, não.
- Eu gosto de vir aqui ler e tomar banho. Venho todos os Domingos.
- Nunca tinha percebido.
- Porque a maioria dos Domingos tens show.
- Trouxe uma cesta com alguma comida. Posso ficar contigo todo o dia?
- O riacho é teu, não meu.
- E a minha companhia, queres?
- Sim. Sem sustos.
- Anda, vem para a àgua.
Entrei na àgua que estava bem gelada e segurei nela para entrar também.
Ficámos tão próximos que nem um alfinete cabia entre nós.Afastei uma mecha de cabelo da sua cara e fiz-lhe uma festa com o polegar. A vontade que eu tinha de beijar aquela boca.
Ela jogou àgua em mim e assim ficámos que nem duas crianças.
Ao fim de um tempo senti ela tremer de frio.
- Anda! Vamos para o sol que podes adoecer.
Saímos da àgua, secámos o corpo e Deitámos ao sol em silêncio.
Dobrei o corpo para o lado dela, apoiei o rosto na mão e disse:
- Ju! Eu estou gostando de você.
Ela olhou para mim com lágrimas nos olhos e respondeu:
- Eu também.
Limpei as lágrimas com o polegar, baixei-me e dei-lhe um beijo suave.
Ela passou os braços à volta de mim e iniciámos um beijo cheio de desejo. Nossos corpos estremeceram.
Quando nos separamos ela sentou-se e começou a falar.
-Rod! Eu tive um namorado faz muito tempo. Ele só queria dormir comigo e como eu não quis, ele deixou-me. - Rod, ainda sou virgem.
Abracei-a e ficámos alguns minutos assim em silêncio. Ela encostou a cabeça no meu peito e eu fiz carinho no cabelo.
- Tudo vai dar certo, disse eu. No tempo certo.
Ela olhou-me, deu-me um selinho e voltou a encostar a cabeça no meu peito.
O tanto que eu a desejava era igual ao respeito por ela. Podia aproveitar-me da vulnerabilidade dela mas seria muito escroto se o fizesse.
- Vamos comer?
- Bora. Estou faminta.
- E a senhorita ia passar aqui o dia só com esse lanche?
- Sim como de costume.
- Mas não pode. A menina ainda está em fase de crescimento disse eu tentando mudar o ambiente.
- Só para os lados porque para cima vai ser difícil.
Gargalhadas dos dois.
Comemos e ficámos o resto da tarde tomando o vinho.
Regressámos a casa. Eu estava feliz. Ele, eu acho que também. Não comentou nada sobre a minha revelação. Não sei o que lhe vai no pensamento.
Entrámos e fomos tomar banho.
Quando terminei e desci ele estava no sofá com a cabeça deitada para trás e de olhos fechados.
- Um presente pelos teus pensamentos.
- Não é nada! Vamos fazer o jantar.
Olhámos dentro da geladeira. Havia carne à bolonhesa, fizemos um macarrão que logo ficou pronto.
- Queres vinho?
- Não. Já bebi hoje e não estou habituada.
Comemos quase em silêncio. O ambiente não era o melhor. Alguma coisa tinha mudado.
Terminámos de arrumar a cozinha e ele chamou-me para ver um filme.
Sentámo-nos lado a lado e demos inicio ao filme, uma comédia romântica.
Ainda não tinha passado meia hora, ele passa o braço pelos meus ombros e puxa-me na sua direcção. Encostei nele e dei um xeiro no seu pescoço.
Ele segurou no meu queixo e beijou-me com vontade.
O filme passou para segundo plano, a coisa esquentou e ele afastou-se de mim.
- Não posso.
- Porquê?
- Vais achar que eu me quero aproveitar.
- A tua fama não é lá grande coisa.
- Vês? Até tu já tens essa ideia de mim. Nunca mais ninguém me vai ver como um homem decente. A fama de depravado persegue-me.
- Mas só cabe a ti mudar isso.
- Até já tentei algumas vezes mas o universo não ajuda.
- Tenta mais uma. Comigo.
- Não posso fazer isso contigo.
- E se eu quizer?
- Como?
- Faz amor comigo, hoje.
-