"A sua face é um Esplendor de Glória, o céu derrama a Glória, e a Igreja vem!"
A música internacional feita em inglês, cantada pelos membros da igreja de seus pais situada no centro de da capital da Coreia do Sul, era uma coisa bem esquisita para Jeon Jungkook.
O sincretismo nunca fez muito sentido para ele.
Foi obrigado a ficar de pé junto aos outros e, como não sabia cantar a música — mesmo com um projetor passando a letra no púlpito com imagens de anjinhos bebês e gatinhos ao fundo —, ficou apenas com as mãos no bolso da calça jeans clara e balançando o corpo levemente, para não ficar parado. Seu pai estava na frente puxando os membros para cantarem e sua mãe, faltava apenas dançar ao seu lado.
Os cultos de domingo à noite eram sempre bem animados, mas a maior energia do mundo ainda não era capaz de retirar a sensação esquisita que ficava no coração do moreno.
Não gostava de estar ali. Fato.
Não significava que não gostasse de Deus: acreditava nEle, cresceu aprendendo que iria para o céu caso fosse um bom rapaz e que era Deus quem nos protegia de tudo o que era ruim, assim como nos proporcionava tudo o que era bom.
Gostava de Deus, claro: era Deus quem não devia gostar de Jungkook, por ser um péssimo cristão homossexual que não orava todos os dias antes de dormir.
Há alguns bancos à frente, podia ver a senhora Min com um vestido florido batendo palmas, como se fosse apenas uma mulher feliz por estar no culto, e não uma mãe que conversava desesperava com Jeon Mina em busca de soluções para "curar" o filho gay.
Jungkook se sentiu pesado naquele ambiente e pediu licença à sua mãe para ir ao banheiro.
Foi capaz de respirar um pouco mais ao sair da igreja e ir até seus fundos, em uma área aberta com bebedouro e uma mesa grande de madeira que usavam para confraternizações.
Quando entrou no banheiro, se assustou ao ver ninguém mais, ninguém menos que Min Yoongi lavando o rosto na pia.
Por que passava por situações tão constrangedoras naqueles locais? Banheiros estavam se tornando seu ponto de azar.
— Oh! Olá, olá, Min Yoongi-hyung. — Jungkook se curvou desajeitado ao adentrar no local revestido de branco e mármore preto, e percebeu como o rapaz de cabelos descoloridos e curtos, usando uma blusa social azul e calça reta, estava com o olhar abatido — e Jungkook achou aquilo inédito, visto que a única expressou que conheceu do rapaz mais velho até então foi uma expressão carrancuda única.
— Olá. — limitou-se àquilo e desligou o registro da torneira.
Jungkook se colocou na pia ao seu lado e lavou o rosto tal como ele. Notou uma pequena gargantilha preta enfeitando o pescoço extremamente pálido e então se lembrou de Jung Hoseok: colega de Vante que encontrou na Casa Eros.
Engoliu em seco, com a cabeça repleta de teorias.
— Não vai usar? — Yoongi revelou mais da voz grossa e apontou para trás, indicando os cubículos das privadas. — Posso sair se for ajudar.
— Não! Não, apenas vim... Respirar um pouco. — fechou o registro depois de molhar o rosto e procurou pelo papel-toalha pendurado na parede.
— Ah. Eu entendo você.
A frase tão simples fez Jungkook encarar o loiro de novo.
Não havia qualquer sinal implícito dito de forma proposital pelo coreano mais velho, mas na cabeça de Jungkook, existiu um sinal.
— É, eu sei que entende. — sorriu com uma timidez mesclada à quase euforia por poder falar naquelas entrelinhas com Yoongi enquanto secava suas mãos, e a expressão do rapaz se tornou confusa, com uma pequena linha na testa exposta e os olhos miúdos e felinos estreitos. Ele tinha os traços bem mais finos e o rosto mais estreito que Jungkook; ou seria o Jeon quem tivesse o rosto mais arredondado do que ele.
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Volúpio | Taekookmin
FanficJeon Jungkook sempre foi um rapaz muito curioso. Disposto a descobrir mais sobre si mesmo, ele adquire um ingresso valioso para ir à inauguração da Casa Eros: o maior clube BDSM de Seoul, fundado pelo famoso fetichista Park Jimin, dono do local junt...